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Vício sem prova

Andrade

1, 2, 3, três meses, vendo minha vida caminhar lentamente, não, eu não me aceitei completamente, mas eu confesso que vê-la com a mulher me deixa mal, me deixa angustiada e enciumada.
Três meses de preocupações com a empresa, a Juh estava deitada na minha cama olhando o seu celular. - Estamos pensando em começar a usar aliança, de namoro, eu queria dar para ela em um jantar.

- Não gosto da ideia. - Disse vendo roupas em uma revista. Senti o olhar da morena de julgamento em mim. - Da ideia da roupa. - Menti. A namorada da morena não passava de uma esnobe, Larissa, até o nome era esnobe.

- Ah, okay. - Ela riu e eu revirei os olhos. - Sah! O que acha de irmos eu e você, jantar fora? Pode ser divertindo e você pode me ajudar com o que escolher o que acha?

- Boa ideia. - Eu disse sem olhar em seus olhos. Três meses que eu não sei o que sou, mas que sei que sinto algo estranho e a mais. - Não acha que usar a aliança é muito cedo?

- Estamos juntas a um ano e agora o trabalho dela não vai mais mandar ela ficar viajando, porque a empresa faliu, agora ela está procurando trabalho. - A morena contou enquanto eu passava as folhas da revista pacientemente. - Sarará onde você trabalha não está precisando de ninguém? - Na mesma hora eu pensei que sim, mas eram pessoas especializadas na área, tinha uma para minha assistente pessoal, eu aturaria a esnobe pela
morena.

- Minha assistente pessoal, já aviso que sou uma pessoa difícil, e a anterior se demitiu. - Eu falei trocando a revista, já tinha marcado o que eu queria.

- Por que ela fez isso ?

- Digamos que fiz ela chorar no banheiro algumas vezes. Eu sou uma pessoa difícil no trabalho. - Dei os ombros e ela riu se sentando do meu lado, sua cabeça apoio no meu ombro e a mesma deixou um beijo na minha bochecha.

- Você já é difícil fora do escritório, lá então deve ser a própria ajudando do diabo. - Eu ri e a olhei.

- Cala a boca! Não sou tão ruim assim, você nunca vai saber. -  Mas a sua namorada esnobe vai, sempre que eu escutava sobre ela meus olhos não poderiam deixar de revirar. - Tenho certeza que a sua namorada aguenta o tranco. Pedi para passar lá na segunda-feira. Você já sabe onde fica.

- Muito obrigada Sarará! - Ela me abraçou e eu senti os seus seio, encostarem em de formas vantajosas em meu braço. Ela deixou outro beijo na minha bochecha, eu me aproveitei um pouco desse abraço. - Okay, agora deixa eu ver o que você está olhando. - Ela analisou as peças juntos comigo. - Eu acho que gostei desse aqui. - Apontou para um vestido.

- Você ia ficar linda nele. - Eu sorri podendo imaginar as curvas dela se adequando perfeitamente no vestido vermelho longo de cetim, eu quero vê-la em um vestido desce. Passamos a tarde na minha casa, porque estávamos tendo uma tarde de amigas, vimos filmes juntas e almoçamos juntas, quando caiu o anoitecer ela voltou para a casa dela, iria se arrumar porque as namoradas iriam se encontrar. - Nós nos vemos amanhã? Tem uma festa ótima, que eu ganhei o convite... Posso arrumar um para você também..

- Ah, não, desculpa Sah, amanhã eu vou no aniversário da minha sogra.

- Oh, okay.. Eu não sei se eu vou também era só uma ideia... - Eu disse e senti os braços dela envolverem em minha cintura.

- Você precisa sair, eu te acompanhava antes porque a Lari estava sempre em viagem, mas agora ela está aqui então eu...

- Eu sei Juh, prefere trepar do que ficar com a triste solteirona. Vai, sua namorada deve estar te esperando por você.. - Ela me soltou, dando uma pequena risada e eu abri a porta para a morena, dona dos olhos mais bonitos que eu já vi. Mais uma vez minha casa ficou silenciosa, eu não queria ficar aqui, sozinha, pensando no que ela estaria fazendo naquele exato momento. Talvez, seria uma ideia sair.. Ora, vamos lá Sarah, você é uma mulher bonita, sempre teve tudo o que quis, e eu a queria, e eu a teria.                                                                           Sorri para  mim mesma e peguei uma taça de vinho, não vai ser a esnobe que me atrapalharia, eu acho que ela sente o mesmo, sempre foi assim. Os meninos sempre me desejavam, eu os fazia de de gato-sapato, sempre eu os fiz, imaginem só, eu, ginasta, popular, melhor aluna e favorita de todos os professores de todas escolas em que eu já passei, eu só ficava atrás da minha irmã mais velha, em todos os quesitos, por mais que eu tentasse me sobressair eu muitas vezes não conseguia, mas em relações a pessoas, poderia ter perdido minha virgindade muito antes se eu não tivesse esperado aquele traste do meu ex marido. Eu vou me sobressair mais uma vez e eu vou descobrir exatamente o que eu quero, então, eu terei me sobressaído, conseguido o que eu quero.
Jantei a sobra do almoço, bebi duas taças de vinhos, escovei os meus dentes, cuidei da minha pele, me jogando na minha cama juntamente com os meus bebês, o meu laptop e coloquei ligado no pequeno projetor, transmitindo a imagem na grande parede branca. Coloquei um filme de terror, mas não consegui ver até o final, meus olhos se fecharam mais o menos na metade do filme, onde o casal principal estava se pegando, como sempre um clássico filme de terror, certo?
Eu dormi profundamente, tendo os melhores sonhos, com ela, a melhor pessoa para se sonhar, os olhos castanhos e seu toque, passava todos os toques em minha mente, enquanto dormia profundamente. Sabe eu aposto que ela deve sonhar comigo também, ao menos é o que eu espero, espero que ela sonhe comigo a tocando da mesma forma que eu sonho, essa mulher me fez ser algo que eu nunca imaginei ser, agora eu só quero a provar, porque isso parece um vício sem ao menos ter provado ainda?

Eu ainda te procuroOnde histórias criam vida. Descubra agora