Capítulo XII - Estribeiras.

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Ágatha Brooke.

Eu já não sabia como lidar com tamanha pressão dentro do meu peito. Não imaginei que toda essa situação traria consigo tantas coisas conturbadas para dentro da minha cabeça. Eu já não aguentava mais sentir tantas incertezas e dúvidas que eu jamais pensei que um dia eu pudesse sentir.

E nessas horas eu me odiava por ter ido naquela merda de festa em Las Vegas. Odiava a Laura por ter me feito aceitar essa merda.

Porque se não fosse isso, eu estaria bem. Na minha vida sem graça e vazia, mas estaria bem com a minha pretinha. E sem Alana na minha vida e sem esses malditos problemas que ela traz consigo.

Já não suporto mais sentir tantas coisas dentro de mim, do meu corpo e eu não aguento mais ir dormir com tanto calor quando estou perto demais de Alana Monterbegue.

Já não sou capaz de lidar com tantas coisas pesadas dentro do meu coração.

— Então quer dizer que tudo isso é mentira? – a voz de Laura surgiu no ambiente, fazendo-me voltar para a nossa conversa.

Não fui capaz de esconder de Laura o meu segredo. Não tive como, ela me pressionou até saber de toda a história, até porque não teria lógica eu me casar de repente e minha melhor e única amiga não saber de nada. Não tem sentido. Ela me infernizou a cabeça até eu contar detalhe por detalhe. E eu contei tudo, até mesmo que eu beijei Alana na noite do nosso casamento e também contei que não lembrávamos de nada, que somente eu lembrava desse maldito beijo que estragou a minha vida.

Estragou porque eu só consigo me lembrar dos seus lábios sobre os meus e suas mãos em meu corpo...

Rolei os olhos e continuei molhando as plantinhas que estavam próximas às janelas do meu apartamento.

Depois da noite anterior, foi impossível continuar na mesma casa que Alana, eu avisei que por hoje ficaria em meu apartamento, precisava de um tempo para pensar e esfriar a minha cabeça.

Porque eu só podia estar louca quando deixei que ela me beijasse da forma em que ela me beijou.

E eu já não aguentava mais cair em tentação toda vez que ela se aproximava de mim.

Isso estava me deixando em um nível estranho de sentimentos que eu jamais pensei que um dia seria capaz de sentir. E vontades também. Vontade de prosseguir com o nosso beijo e ver até onde isso daria e como terminaria.

Mas se beijá-la já estava sendo loucura, imagina se...

— Laura, eu já te expliquei dez vezes toda a história – guardei o regador e sentei-me na cadeira, perto da minha cama.

Estendi meus pés sobre a cama, tentando relaxar o mar de tensão que estava em meus ombros.

Laura me analisou e sorriu com um pouco de incredulidade pela minha coragem de estar passando por algo assim.

Logo eu, quem sempre teve uma vida conturbada por coisas passadas e agora vazia e sem graça. Logo eu que tinha uma vida apagada pelas coisas do passado e pelas pessoas também.

Estava vivendo algo completamente louco e cheio de muitas emoções, muitas que eu não estava sabendo lidar e como me sentir a respeito sobre elas.

Passei as minhas mãos entre os meus fios de cabelo, porque estava tão sufocada com tanta coisa que se passava em meus pensamentos.

Como eu e Alana iríamos conviver? Sabendo que sempre que nos aproximávamos, nós nos beijávamos e tudo parecia sair do controle apenas com sentir suas mãos alisando alguma parte do meu corpo.

Irresistível perdição [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora