Capítulo XXIV - Minha menina.

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Ágatha Brooke.

Mesmo sem entender, eu queria, até porque, qual teria o sentido de receber tanto ódio gratuito assim? E como eu estava recebendo algo tão cruel da pessoa que eu mais acreditei? Mais confiei?

Senti minhas mãos começaram a tremular, pois não acreditava na enxurrada de mensagens, ligações e notificações que me eram chegadas, estava sendo sufocante lidar com o caos que nem eu mesma estava entendendo do porquê de acontecer.

Soltei meu celular no chão, tentando entender, mas quanto mais eu buscava respostas, mais eram vazias as opções. O corpo de Alana não demorou a chegar próximo a mim, após ela perceber a minha reação ao continuar olhando para a tela do meu celular.

Tudo aconteceu rápido demais, sem dar tempo de ouvir suas explicações da mensagem que chegou a ela de Laura, não demorou segundos para o meu celular começar a tocar desesperadamente, e ao ponto de trava-lo de notificações.

— Ágatha? — a voz de Alana chegou mais próxima, e mesmo assim, eu não conseguia sair do lugar.

Era como se eu estivesse paralisada. Ainda seguia presa ao impacto do vídeo que me chegou. E como isso estava acontecendo? Por que? Por que isso tinha que acontecer comigo? Eu merecia sofrer tanto assim? Era essa a minha missão? Sofrer até não suportar a tanta dor? Sofrer até não restar mais nada de mim mesma?

— Bonita? — mais uma vez a voz de Alana estava ali, próxima a mim, dessa vez mais perto, tanto que suas mãos seguraram o meu rosto sem que eu pudesse notar, eu só era ciente do seu toque cálido, e sua voz que parecia longe, mas sabia que não estava — O que houve? Por que não responde? Ágatha? Carajo, fala comigo!

Seu rosto entrou no meu campo de visão, fazendo-me mirar dentro dos seus olhos, que buscavam tentar entender o que estava acontecendo comigo, mas eu não tinha forças para falar, não conseguia, era tanta dor, tanta dor que chegava a sufocar a garganta, era como se algo me enforcasse com força, que eu já não sentia vontade de lutar contra isso, estava me rendendo a dor, pois já não suportava fugir, havia fugido por muito tempo, e agora, depois desse vídeo, sabia que não tinha pra onde ir, isso estava se tornando um verdadeiro inferno, meus pensamentos me perturbavam a cada segundo que ouvia as notificações chegando sem parar.

— Que merda é essa... — só pude notar o frio que sentia pelo afastamento de Alana, quando sua voz chegou com tudo aos meus ouvidos, roubando a minha atenção que estava longe.

— Eu... — tentei dizer, mas a voz fraquejou.

— Quem postou essa merda, Ágatha?! — sua pergunta me embrulhou o estômago.

A única pessoa que tinha acesso a esse vídeo era Laura, única pessoa que eu compartilhava meus momentos mais íntimos era com ela, mas, por que ela seria cruel comigo? Por que ela postaria algo tão íntimo nas redes sociais? Por que?

Sentia como se meu coração estivesse sendo quebrado, estralhaçado, pois, a pessoa que mais confiei, traiu a minha total confiança, eu sabia que era Laura, não havia compartilhado esse vídeo com mais ninguém, somente ela tinha acesso a isso, ela era a minha única amiga, quem mais teria acesso?

Mais uma vez as mãos de Alana seguraram o meu rosto, como se eu fosse uma taça de cristal, porém, mal sabia ela, que estava toda quebrada.

Irresistível perdição [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora