Capítulo XXVII - Puro calor.

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Alana Monterbegue.

Sentia como se minha alma respirasse ao sentir o corpo de Ágatha contra o meu, seus braços agiram de imediato quando perceberam os meus movimentos, quando a abracei por impulso.

Inalei fundo o seu perfume, que vinha direto do seu pescoço, que estava exposto por seus cabelos estarem todo do lado esquerdo, deixando o espaço livre para mim, todo para mim. Apertei seu corpo mais ao meu, e Ágatha resmungou algo que eu não pude ouvir, pois meu nariz foi direto ao seu pescoço, sentindo o cheiro que tanto amava, sentindo seu perfume que mexia com o meu mundo e sentindo a textura da sua pele que tanto adorava.

Joder.

Eu estava apaixonada por Ágatha Brooke, mais do que eu imaginava. Será que era assim que Celeste ficava ao abraçar a minha mãe Luna? Pois era palpável o amor delas pelo ar de quem estivesse ao redor, e será que era assim que Luna se sentia quando sentia o perfume da minha mãe Celeste?

Era complexo, mas completamente bom.

Deixei que minhas mãos falassem por si só, levando-as em suas costas na parte inferior, sua cintura fina entre os meus dedos, apertando mais seu corpo a mim, era como se não fosse suficiente, eu rogava por mais, precisava de mais, muito mais. Os braços de Ágatha rodeavam meu pescoço, e seu rosto agora estava ao meio do mesmo, e senti minha pele se arrepiar quando seu nariz inalou um pouco, e agora era ela quem sentia o cheiro da minha pele.

— Carajo, bonita — murmurei, e a apertei um pouco mais a mim. — Joder, joder, joder — sussurrei contra sua pele, e deixei um beijo ali, no meio do seu pescoço, e o som da sua risadinha foi como um tiro no meu coração.

Me separei de Ágatha, e seu olhar oriental chegou ao encontro do meu, fazendo-me perder a forma de pensar, já não pensava, só queria abraçá-la mais, beijá-la mais e morar ao seu lado pelo resto dos meus dias.

— O que está acontecendo, Alana? — Seu olhar preocupado me analisou, tentando encontrar respostas, já que minhas atitudes foram totalmente diferentes de antes.

Franzi o cenho, ainda perdida nos meus sentimentos por ela, pois o meu coração estava totalmente desorganizado, agindo por impulso.

— Hã? — tentei entender, mas nada parecia fazer sentido.

Sua mão tocou o meu rosto e seu corpo chegou mais perto. Pude sentir seus seios encostarem aos meus, fazendo com que o choque de energia fosse diferente. Sua respiração mal saía e a minha já nem estava funcionando. Seus lábios cercavam-me e seus olhos me miravam com uma profundidade que podia descobrir até os meus piores segredos, podia descobrir tudo, pois eu a entregaria, sem dúvidas eu entregaria.

— Por que você me abraçou como se estivesse com medo? — Sua mão acariciava o final da minha bochecha, próxima à mandíbula, com o polegar, e isso foi um ato delicado, mas que dentro de mim surgiu um efeito danoso, estava pior do que antes.

Juntei o cenho, confusa em suas perguntas, pois só conseguia admirar o seu rosto que estava perto do meu, só conseguia observar o seu lábio volumoso com o maldito piercing que seguia ali, provocante como de costume, e o maldito cheiro de framboesa que sua boca emitia contra as minhas narinas.

— Quê? — perguntei, com volume baixo, pois a voz era quase impossível de sair.

Alana elevou um pouco as sobrancelhas, mas logo suavizou seu semblante, e seus lábios moveram-se, do pior jeito que poderia, sendo mordidos por ela mesma, e seu olhar brilhava ao meu, disparando o meu coração absurdamente. Engoli a saliva com mais força, pois era difícil lidar com tantos desejos que tinha, e estava prestes a jogá-los todos contra ela.

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⏰ Última atualização: Sep 22 ⏰

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