Capitulo XXVI - Alanita.

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Alana Monterbegue.

Estaba jodida. Dios, estaba muchísimo.

Como iria fingir desinteresse por Ágatha? Carajo, isso era impossível, era uma merda estar desse lado do jogo, era um problema que não queria enfrentar e, na minha cabeça, não fazia sentido algum.

Inalei fundo, tentando manter uma calma que já não existia dentro de mim, estava longe de existir quando ouvi Celeste pela primeira vez.

Minha mãe estava louca.

— Alana, sua mãe está falando com você, será que pode ao menos prestar atenção em nós? — a voz de Luna surgiu no pequeno espaço que havia entre nós, já que estávamos no escritório da sua mansão, ambas sentadas de frente comigo.

Suspirei, olhando o papel que estava na minha frente, analisando-o seriamente, não sabia o que contestar, pois minha garganta parecia ter se fechado, era como se as palavras não existissem, era como se eu não soubesse mais falar.

— Eu não vou assinar o divórcio, eu não irei me divorciar de Ágatha, por que vocês duas não podem compreender isso de uma vez por todas? — subi meus olhos em suas direções, analisando-as com firmeza e segurança.

Já havia repetido essa frase cinco vezes, e mesmo assim, elas ainda insistiam em me "obrigar" a assinar esse maldito divórcio.

Luna rolou os olhos, cruzando os braços, enquanto Celeste me analisava friamente, com os cotovelos postos sobre a mesa, e com suas mãos cruzadas. Sua sobrancelha esquerda elevou-se um pouco, e um pequeno riso de sarcasmo brotou em seus lábios.

— Além de fazer uma das piores merdas, ainda quer retrucar? — perguntou com braveza, e sabia que sim, sim, sim, eu estava errada em me casar bêbada em Las Vegas.

Mas quem nunca errou assim?

Por favor, todos errávamos. Eu só havia errado um pouco a mais.

Soprei, recostando-me sobre a cadeira confortável do escritório de Luna, e deixei que meu corpo deslizasse um pouco para baixo, podendo deixar minha cabeça ali, e a luz refletindo nos meus olhos.

O que eu faria? Como poderia negar isso a elas? Sabendo que errei com elas? Não deveria ter mentindo e sim, resolvido isso lá atrás, quando ainda dava tempo.

— Alana! — Luna falou mais alto, e voltei meus olhos para elas, endireitando meu corpo na cadeira, sentindo o estômago embrulhar, estava pesado, e o sabor amargo, pois como lidaria com isso? Como?

— Eu já ouvi — respondi ríspida, pois não queria o divórcio, mas ambas pareciam insuportáveis, me fazendo assiná-lo.

— Você sabe que não precisava mentir para nós, sempre fomos suas amigas, sempre ficamos do seu lado, e o que você faz? — deu dois passos para frente, e ficou em uma pequena distância, ainda de braços cruzados, seu olhar impossível de segurar, pois havia demasiada decepção.

Abaixei meus olhos para a mesa, observando profundamente a ampulheta que vovô Rodolfo havia dado de presente a Celeste, um dos objetos mais marcantes para ela, já que ele havia trazido da Rússia, onde ela adorava viajar quando saia de férias com a minha mãe Luna. Ver a areia descendo devagar, estava sendo torturante, deixando toda a minha garganta pior, quase sem ar.

— Eu só... — tentei dizer, mas estava sendo difícil quando os olhos de Luna e Celeste me miravam com precisão e decepção.

— Você só foi irresponsável em não pensar que isso poderia transformar a nossa vida em uma bagunça! — Luna estava uma fera e isso era diferente.

Irresistível perdição [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora