Maratona Part — I
Alana Monterbegue.
Só queria entender onde eu estava com a cabeça quando eu tive essa brilhante ideia de trazer Ágatha para a minha casa, é sério. Eu não irei suportar conviver com essa mulher ao meu lado. Eu não vou.
Ainda mais por dois meses.
Não, eu me recuso. Me recuso.
Por que ela tem que ficar toda hora dizendo que não gosta de mulher?
Qual a sua intenção? Qual o seu intuito?
Isso me estressa de um jeito extremo. E me irrita mais ainda saber que ela não liga para mim em nenhum sentido.
E por que você quer que ela ligue, Alana?
Vocês não são casadas de verdade...
Essa voz na minha cabeça vai me matar algum dia desses.
Será que Ágatha não se importaria em me ver beijar outra em sua frente?
Rs.
Posso tentar saber se ela realmente não se importa. E não será difícil conseguir. Na faculdade sempre tem uma garota dando mole para mim, mas sei que no fundo é por puro interesse. Por querer ter status pelo meu sobrenome. Sei que todas querem apenas isso, serem populares e levarem a fama de saírem com uma Monterbegue.
Valorizo o meu sobrenome, mas saber que as pessoas me rodeiam só por interesse me deixa sufocada.
Me levanto da cama e me sinto estressada. Desde que Ágatha apareceu na minha vida eu só consigo sentir dores de cabeças. Ontem, depois da raiva que ela me fez passar, eu acabei deixando-a sozinha na sala. Não deveria ter me estressado, nem me importado, mas algo em mim falou mais alto, falou mais forte e eu não fui capaz de lidar muito bem com a sua rejeição.
Até a sua gata me aceita mais que a própria dona.
Isso é um absurdo...
Entrei no banheiro do meu quarto e deixei a água gelada escorrer pelo meu corpo, deixo cada gota deslizar em mim, para aliviar essa dor de cabeça, para aliviar esse estresse logo de manhã. Saber que eu estou casada com alguém, sem estar casada de fato, e ter que conviver com ela por dois meses para as minhas mães não descobrirem da maior loucura que eu fiz da minha vida, me deixa irritada. Essa situação não é nada agradável e eu preciso falar com o meu tio Alan o quanto antes.
Merda, merda, merda.
Ultimamente eu só ando na merda.
Desliguei o chuveiro e voltei para o meu quarto para me trocar para a faculdade. Termino de me arrumar e sai da minha habitação, indo em direção ao corredor.
Apesar de termos dormido estranhas ontem a noite, Ágatha precisa entender que agora teremos que agir como "casadas". Ninguém pode desconfiar do contrário. Só de imaginar minhas mães vindo aqui em casa e pior, só de imaginar que eu preciso falar com a minha mãe Luna, fico desesperada. Preciso acertar alguns detalhes com Ágatha. Detalhes que pensei durante toda a noite. Toda maldita noite.
Ela precisa cumprir com o acordo. Ela necessita.
Entrei no corredor e quando vou caminhando em direção à cozinha, sinto um cheiro de panq...
— Bom dia – a voz de Ágatha brotou no ambiente e os meus olhos não demoraram a caírem sobre ela.
Elevei minhas sobrancelhas ao vê-la cozinhando na minha cozinha, mexendo nas minhas panelas e fazendo panquecas americanas. Ela segurou a concha e despejou o líquido da panqueca na frigideira, fazendo ela ficar no formato redondo.
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Irresistível perdição [+18]
Storie d'amoreAlana Monterbegue é uma jovem exemplar e sempre se destaca por suas boas notas. Seu mundo é completamente alinhado. Seus gostos são peculiares e suas manias mais ainda. Ela carrega consigo um sobrenome importantíssimo. Sua família tem uma fortuna pl...