Capítulo XV - Que azar.

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Alana Monterbegue

Senti minha cabeça pulsar quando olhei o bocado de papelada que eu precisava resolver mais um dia na faculdade, mais um trabalho em grupo e mais uma apresentação que precisava concluir com a minha turma. Em meus pensamentos as coisas estavam turbulentas, e infelizmente não estava conseguindo prestar muita atenção em quase nada. Só podia e conseguia me recordar de todos os momentos vividos com Ágatha Brooke, esses episódios que me deixaram com o sabor de quero mais, porque só os seus beijos macios não estavam preenchendo o meu desejo gritante por ela.

Precisava acalmar os meus nervos antes de explodir e perder a cabeça, sabia que não podia ficar em cima e nem falando muito sobre isso, Ágatha viveu coisas ruins no passado e eu só queria mostrá-la o quão bom nosso sexo irá ser, porque o primeiro foi incrível, mas agora, dessa vez, irei fazê-la lembrar cada maldita parte, vou fazê-la viciar e não querer nunca mais parar.

Debati o lápis na mesa, ansiosa para a professora liberar a gente para irmos embora. Já havia deixado combinado e agendado para o pessoal ir até a minha casa semana que vem, para terminarmos o trabalho e treinássemos a nossa apresentação.

Minha cabeça pensava em tudo, menos em arquitetura. E isso estava mal para o meu lado, porque precisava focar nos meus estudos e concluir todo o semestre perfeitamente. Não podia ter distrações, mas era complicado quando se tratava de alguém como Ágatha.

Estava ansiosa pelas minhas mães, por mim e por todo esse vínculo que estava criando com Ágatha. Apesar de tentar convencê-la de que isso poderia ser bom, ela não mostrou confiança e sim, mostrou que estava insegura com tudo isso que está rolando entre nós. Essas coisas são perigosas, se você não toma cuidado, tudo pode virar o seu mundo de cabeça para baixo. E eu não estava a fim de me machucar por amor, sabia que isso era furada. Mas a minha querida e insuportável esposa era diferente, estar ao seu lado era interessante e me impulsionava a ser melhor todos os dias. Sabia que não era apenas físico o meu lance com ela, em meu coração estava rolando algo novo e diferente, porém, eu não estava segura se queria arriscar tanto por dois meses, apesar de querer que isso prolongue, sabia que tudo poderia acontecer de formas diferentes e acabar comigo por dentro. Massacrando cada pedaço do meu ser.

Inalei fundo, para logo deixar que o ar saísse com toda força de dentro do meu corpo. Estava ficando ansiosa dentro dessa sala cheia de gente que não presta a porra da atenção na aula. Não todos, mas a maioria são um bando de mimado que só estão aqui para dizer que fazem algo, porque não precisam, mas sei que os pais jamais aceitariam deixá-los vivendo em suas costas sem um mínimo esforço.

Em questão de segundos a professora nos liberou, recolhi todo o meu material, coloquei em minha mochila, levando-a até o meu ombro, pegando caminho ao corredor que daria ao refeitório.

Porém, não estava a fim de comer na faculdade, por isso, mandei uma mensagem para Noah, avisando que esperaria o ser iluminado, na Starbucks, que tinha próxima a nossa instituição de ensino.

Entrei em meu Tesla e conectei meu iPhone, para poder tocar a minha playlist na rádio. Deixei que a música rolava-se em um som alto, tentando acalmar e distrair a minha mente, que estava uma confusão, o meu coração acelerado e confuso com tantas coisas que estavam dentro de mim. Andei em uma velocidade neutra, porque o trânsito estava meio-termo, mas sabia que o horário não ajudava e tinha que aguentar até chegar na cafeteria.

Após meia hora enfrentando o engarrafamento, cheguei ao lugar esperado, coisa que sem trânsito levaria apenas 10 a 15 minutos.

Desci do carro, disparei o alarme e caminhei sem muita paciência até a Starbucks. Entrei, procurei uma mesa afastada de todas as outras, e sentei-me em uma próxima ao vitro, tranquila e com um sossego que era o que precisava nesse exato momento da minha vida.

Irresistível perdição [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora