Ágatha Brooke.
Quando meus olhos miram em frente, sinto como se meu mundo estivesse parado, como se eu não pudesse me mexer, ou falar. Não sabia como ficar ou como atuar diante da pessoa em minha frente. Minhas mãos trêmulas, começaram a suar, minha garganta secou, sentia como se o ar, não pudesse sair e isso me sufocasse. Era insuportável.
— Ágatha? Oi, eu — deu um passo à minha frente e senti fraqueza em minhas pernas.
— Amor, calma — Alana deu três passos adiante, segurando meu corpo que estava paralisado.
— C-como? — murmurei, olhando para Alana e para ele, fraca e sem entender nada do que estava acontecendo.
— Vamos entrar, assim conversamos melhor! — Alana segurou minha cintura, dando-me forças para me mover.
— Mas... — suspirei pesado, meio avoada — C-como? — a minha mente voltava para aquela noite, a pior de toda a minha vida.
— Podemos te explicar, calma — tentou me tocar, mas retrai minha mão, sem entender do porquê estava agindo assim.
— Ágatha, amor — a voz sutil da minha esposa me deixou sossegada por um segundo, andou comigo colada em seu corpo, e pediu para que a pessoa em minha frente entrasse também.
Fomos caminhando em silêncio até o sofá, Alana me deixou próxima ao braço do mesmo, sentou em minha frente na mesa ao centro da sala, e deixei que ele se sentasse próximo a mim. Meu corpo estava em choque, era como se eu estivesse vivendo uma vida que não fosse essa, pelo simples fato de que não havia possibilidades disso acontecer, como isso era possível?
— Quer uma água, bonita? — sua mão gelada, tocou a minha, a carícia leve me deixando calma, mas, minha mente era rebelde, me traicionando, alterando-me.
Subi meus olhos, aos de Alana. Que me miravam com muitas dúvidas, ela mesma não sabia como agir diante de tudo. Me sentia confusa e realmente perdida. Não era possível isso. Não era.
— Como isso é possível, Bryan? — virei meu corpo em sua direção, seus olhos me olhando com medo e cheio de curiosidades.
Sentia meu coração acelerado, descontrolado dentro de mim. Não podia diminuir sua frequência, era mais forte do que eu. Tudo estava saindo do controle e eu estava sem saber como sair ou como resolver todas as confusões da minha vida.
— Não sei por onde começar, Ágatha.
Via um pouco de frustração e cansaço em seu semblante. Mas também via inquietação.
— Comece pelo começo, não sei, mas preciso saber o que está rolando...
Minhas mãos tremiam, meu coração não parava de bater forte dentro de mim. Minha respiração, meio descontrolada, chegava a me irritar. Senti os dedos de Alana entrelaçarem nos meus, fazendo-me suspirar aos seus cuidados tão bonitos comigo.
— Naquela noite, bom... — suspirou, passando suas mãos no rosto, cansado e assustado — Eu não morri, como pode ver, Ágatha, eu só me feri, o Jorge me machucou, mas, não conseguiu me matar — suas palavras eram facas em meus ouvidos.
Doía muito saber disso. Doía saber que eu havia abandonado meu irmão naquela situação. Mas eu não podia mais. Eu havia sofrido tanto, que não tinha espaço para mais dor.
— Pensei... — a garganta ardia e eu não conseguia falar.
— Que eu tivesse morrido? — meu coração se apertou tanto, que logo após uma lágrima pesada deslizava em meu rosto.
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Irresistível perdição [+18]
RomanceAlana Monterbegue é uma jovem exemplar e sempre se destaca por suas boas notas. Seu mundo é completamente alinhado. Seus gostos são peculiares e suas manias mais ainda. Ela carrega consigo um sobrenome importantíssimo. Sua família tem uma fortuna pl...