Capítulo XIV - Contraditório.

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Ágatha Brooke

Era engraçado como Alana Monterbegue conseguia brincar com a minha cabeça, e também com a minha imaginação. Era muito difícil controlar as sensações que ela deixava em mim, sempre que se aproximava e cravava a sua marca em minha pele.

Deixei que meu corpo se esticasse sobre o sofá, mais uma noite, deixando que o almofadado gelado fizesse morada em mim, deixando que os dois travesseiros aconchegantes e todo o ambiente a minha volta me fizesse pensar pela vigésima vez, no momento em que tivemos na minha casa a três noites atrás.

Dormir estava sendo uma missão difícil, quase impossível. Não conseguia fechar os olhos com tranquilidade depois de tudo o que eu e Alana fizemos na sala da minha casa. E ela foi tão cruel, indo embora e deixando-me sozinha naquela noite tão vazia sem a sua presença.

Mas sabia que ela estava jogando comigo, para que eu me sentisse a fim de continuar. E era óbvio que eu queria, mas entendia que não naquele dia, depois de tudo que falamos, que eu disse, não era o momento certo, e eu entendia o seu lado. Respeitava isso. Pelo simples fato dela ter me respeitado, e me mostrado que eu precisava analisar tudo e realmente ter certeza de que eu queria aquilo.

O grande problema era que sim, eu realmente queria. Tudo em meu corpo estava diferente, não deixava e não parava de palpitar. Era desesperador imaginar os seus dedos em contato com a minha pele, sua boca em contato com os meus seios.

Como é possível sentir tanto tesão e pulsação apenas com um chupar nos seios?

Como é possível sentir sua pele queimar apenas com o toque dos seus dedos sobre a mim?

Tudo estava sendo novo para mim, tudo era novidade, e eu me sinto um pouco estranha quanto a isso. Sei que Alana foi uma linda cuidando-me como ela cuidou e mostrando-me o pouco, que para mim foi muito, o quão bom essa aproximação poderia ser.

Mas não tiro o fato de me sentir diferente e com uma força que vinha de dentro. Sua presença me deixava com ganas de mais, com vontade de consumir tudo o que exista no mundo. Alana me dá o ar, dá força, da energia, me mostra que sou capaz e que mereço as coisas incríveis que pode existir.

Ao contrário do que a Laura diz, eu sei que sou uma mulher interessante e que posso conquistar alguém com o meu jeito de ser. E Alana é a prova disso, ela está interessada em mim de verdade, ela realmente me deseja e mostra que me quer.

Mas toda essa situação estava tirando o meu sono, por que como é possível dormir sabendo que a mulher que você deseja está no quarto ao lado? E que por eu ser muito insegura e não saber se devo realmente bater em sua porta e pedir que me deixe ficar lá?

Apesar de querer muito, não sei se devemos de fato dar esse passo, não sabendo que tudo isso é apenas uma mentira para enganar as suas mães, que daqui a um mês tudo acabará e que isso pode literalmente acabar comigo também. Não sei se quero me sentir destruída por alguém como Alana.

Mas está sendo muito impossível controlar as vontades que sinto dela, do seu corpo e a saudade que estou dos seus beijos calorosos. Os beijos de Alana tem sabor do calor, eles são quentes, capazes de te deixar em fervor em questão de segundos. É muito louco o poder que Alana tem sobre o meu corpo.

Tentei fechar os olhos, tentando dormir, mas algo dentro de mim, diz que eu vá até o seu quarto e que a gente tente avançar um pouco mais. Só que o medo de ser rejeitada ou negada também está vivo em meu peito. Tanto como a vontade de sentir suas mãos em meu corpo.

Depois daquela noite, nós duas mal nos falamos. Voltei a morar em seu apartamento, mas o pouco que nós nos vemos, nem trocamos palavras, é apenas "oi, tudo bem?" Ou "como foi o seu dia hoje?". Algo seco e sem muita emoção. Alana parece me evitar e isso está deixando-me inquieta.

Irresistível perdição [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora