Capítulo 1

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Narrador Pov

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Narrador Pov

Jennie caminhou calmamente pela a entrada de sua clínica, ligou as luzes apertando no botão digital da parede notando que sua recepcionista ainda não havia chegado, ela tinha dois pacientes aquela manhã.

Entrou em sua sala tirando o casaco que vestia, depois de pendurá-lo se sentou a frente de sua mesa pegando o prontuário da primeira criança em mãos, estava quase chegando a conclusão daquele caso, uma menina de 7 anos com problemas na fala e grande dificuldade em interação, infelizmente as conclusões de Jennie não eram boas, tinham fortes indícios de abuso assexual naquele caso, ela já havia visto diversos casos como aquele, e sempre que via tinha a mesma reação de repugnância.

A psicologia explicava todo o comportamento humano e Jennie sabia que por trás de uma pessoa que fosse capaz de abusar de uma criança havia um ser humano completamente doente, o que não tirava o fato de Jennie sentir nojo e repulsa, afinal de contas antes de ser uma profissional ela era humana.

O abuso sexual mudava completamente a vida de uma criança, infelizmente na maioria dos casos mudava pra sempre, as chances de uma criança que foi abusada levar isso a adolescência e a fase adulta eram de 70%.

Jennie deixou os papéis de lado caminhando até a máquina de café que havia em sua sala, colocou um cápsula no compartimento se sentando novamente em frente a mesa.

Abriu o segundo caso, um menino autista de 5 anos, os pais demoraram pra perceber que seu filho tinha algum problema, mesmo a criança ficando doente após se recusar a comer o que eles davam, ou gritando desesperadamente sempre que estava com um maior número de pessoas ao redor, com ajuda de sua esposa neurologista não demorou para chegar ao diagnóstico.

Agora ela iria iniciar o tratamento adequado com ele, sabia que ele melhoraria muito quando começasse o mesmo.

Jennie sentiu o cheiro de café invadir sua sala, o que fez seu estômago roncar, lembrou que não havia comido nada até aquela hora. Tinha alguns minutos livres antes da primeira consulta, ela tomou rápido a xícara de café pegando novamente seu casaco o colocando no corpo.

Ela pegou seu carro e dirigiu até sua cafeteria preferida, se sentou em uma das mesas perto da janela observando as pessoas irem e virem apressadas.

Pediu um croissant amanteigado que amava comer em dias frios como aquele, para acompanhar mais um café bem quente.

Jennie não tinha do que reclamar da vida que levava, ela era uma piscologa infantil renomada com apenas 30 anos, Jennie sempre teve absoluta certeza do que queria cursar desde os 16 anos, sua família nunca se opôs a sua escolha, pelo contrário, deu todo o apoio que ela precisava para começar, as boas condições financeiras de seus pais a ajudaram se formar com 23 anos e com 24 já estava com sua pós em psicologia infantil feita.

Conheceu seu grande amor na faculdade, Jisoo cursava medicina na mesma faculdade que Jennie, alguns amigos em comum a fizeram se conhecer em uma noite no bar, o bom humor de Jennie ganhou rapidamente a atenção de Jisoo.

Claro que elas cursarem a mesma faculdade ajudou enquanto se conheciam, tinham muito em comum em relação a profissão, Jisoo também amava crianças e atender elas a deixava mais relaxada do que atender adultos.

O amor por crianças a faziam se ajudar agora que tinham suas profissões e clínicas próprias, as duas eram muito boas no que faziam.

E agora aquele amor iria aumentar, elas estavam em um processo de adoção de uma linda menina de 4 anos.

Ser mãe era um grande sonho do casal, elas se planejaram e esperaram o melhor momento para começar o processo, no começo não se importavam com o sexo mas depois que conheceram as crianças do abrigo perceberam que seu amor pelas meninas de lá as deixavam completamente bobas.

Jennie lembrava perfeitamente do primeiro encontro com Lilly, a menina que elas iriam adotar, Lilly estava pintando sozinha em um canto, o que chamou a atenção das duas, elas se aproximaram com cuidado para não assusta-lá e iniciaram uma conversa, Lilly não tinha problemas com comunicação, pelo contrário, ela era muito boa naquilo mesmo ainda não estando com a fala completamente desenvolvida, Jisoo e Jennie achavam a coisa mais fofa do mundo a garota tentando falar palavras difíceis.

Lilly se apegou muito as duas, e sempre contava os dias para vê-las, não restavam dúvidas de que ela era a filha que as duas sempre sonharam em ter.

— Com licença Senhorita. — uma garçonete chamou a atenção de Jennie que percebeu que estava completamente aérea, ela a serviu e o cheiro do croissant fez sua barriga roncar novamente.

Jennie começou a comer observando as pessoas do lado de fora, automaticamente analisava as mesmas sem perceber.

Uma garota acompanhada de um menino chamou sua atenção, ela era magra e mesmo coberta por um casaco grosso dava pra perceber sua fisionomia, seus cabelos eram de um tom bem forte de vermelho, seus traços finos e delicados.

Ela tentava convencer o menino a caminhar junto dela sem sucesso, estranhei o fato das roupas que ele vestia ser pelo menos duas vezes maior que ele, os dois não eram fisicamente parecidos, a garota tentou novamente puxa-lo pela mão mas claramente ele não queria continuar andando.

Ela pareceu preocupada e julgando pela sua impaciência era claro que estava atrasada.

O menino encarou a cafeteria que eu estava apontando para a mesma, a garota se deu por vencida pegando sua mão e caminhando com ele para dentro.

Ela se sentou em uma mesa próxima a de Jennie, que conseguia ouvir os dois com clareza.

— Eu tenho que ir trabalhar. — a moça falou com tom de voz preocupado, não recebeu resposta do menino. — Onde eu vou te deixar?, não posso te levar pro trabalho.

Aquela conversa ficou muito estranha para Jennie, como ela não podia levar o próprio filho para o trabalho?.

— O que vão comer?. — a garçonete perguntou se aproximando da garota.

— Por favor um suco de morango e um croissant de frango.

— Apenas uma unidade de cada?.

— Sim por favor. — ela respondeu observando a garçonete se distanciar.

Jennie encarou a moça discretamente e ela estava muito nervosa e preocupada, sua perna balançando incansavelmente debaixo da mesa e suas mãos impacientes encima denunciaram isso.

O celular dela tocou e enquanto o menino recebia seu café ela o atendeu.

— Olá bom dia quem está falando?. — parecia que todo ar que ela prendia foi solto quando ouviu a voz do outro lado. — Meu deus Lisa. — falou aliviada. — Que bom que você me ligou eu esqueci de pegar seu telefone aquele dia.

Jennie não conseguia tirar a atenção daqueles dois, algo dizia a ela que alguma coisa estava muito errada.

— Eu o encontrei. — respondeu com um sorriso de canto. — Ele me esperou na frente do trabalho deve ter me seguido sem eu perceber, mas tenho um problema agora, preciso ir trabalhar e ele não quer ir não sei o porque ele só se recusa, preciso de ajuda nisso sei que ainda não sabemos exatamente o que fazer, você consegue vir até aqui?. — ela sorriu aliviada. — Muito obrigada, estou na cafeteria perto do museu te espero aqui.

Jennie ficou ainda mais curiosa porém não podia mais esperar, estava em cima da hora para sua primeira consulta, pagou seu pedido deixando uma boa gorjeta para a garçonete.

Saiu do lugar ainda com a cabeça tomada pela moça e o menino.

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