|Capítulo 23|

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— Mai eu já disse que não quero festa, Marília pretende fazer uma coisa especial pra nós duas a noite.

Disse mais uma vez enquanto vestia meu uniforme no vestiário. Eu felizmente não havia ficado apenas com a opção da torcida e o que me sobrou foi vôlei, era melhor do que nada, e Maiara não queria ficar sem nota como ano passado, entrou comigo nessa. Estávamos no vestiário, nos preparando para o treino.

Eu tentava convencer minha amiga de que não queria festa, já que no início do ano passado eu havia planejado tudo de forma platônica. Na minha cabeça seria uma festa enorme, mas agora tudo que eu quero é participar da minha primeira sessão com Marília, nem que eu perca todo meu aniversário. Fazer minha amiga entender que eu havia mudado de ideia estava sendo uma missão difícil, principalmente porque a mesma preparou uma enorme festa em sua mente, segundo ela.

— Eu não quero saber Mara, sua festa vem em primeiro lugar. Só se faz 18 uma vez na vida, não posso deixar isso passar em branco poxa.

Arrumei meus cabelos em um rabo de cavalo e ajeitei a camisa do time, tentando achar um jeito de deixar ela apresentável, mas era impossível. Um uniforme verde meio surradinho e usado de outras participantes, era repulsivo.

— Não vai passar em branco, mas eu não quero mais a festa Maiara. Podemos fazer um almoço, sei lá.

Ela negou saindo do vestiário comigo, minha amiga estava inconsolável.

— Se fosse pelo menos um dia depois Isa, Marília não pode adiar a surpresa que tem pra você pro sábado?

Andei com ela em direção a quadra, vendo que outras meninas também se reuniam ali, provavelmente hoje iríamos treinar saques ou coisa do tipo.

— Mai presta atenção. - Minha amiga parou no meio do caminho e se virou para mim. — Marília e eu vamos transar no meu aniversário... Entendeu?

Minha amiga me olhou surpresa e ficou calada alguns segundos, ela cruzou os braços e continuou sua análise em mim. Mai era desconfiada, mas não acho que ela vá querer detalhes por agora e obviamente vou inventar mil coisas antes quendo for no domingo.

— Não transaram ainda? - Ela perguntou com humor e logo se corrigiu. — Estou brincando, sei o quanto você é cismada com isso. - Disse ela se referindo a sexo. — Sério que pretende dar pra Mendonça? E logo no seu aniversário?

Não uma decisão minha, era da minha senhora e eu deveria acatar. Não era oficialmente submissa dela, mas apartir de um mês começaria a ser. Fevereiro havia acabado de começar e eu estava cada vez mais ansiosa, esperar por isso marcaria minha vida para sempre, principalmente levando em consideração que seria direto no meu aniversário. Marília havia escolhido tão bem para fazer algo daquela importância...
Eu seria dela assim que atingissem a maior idade.

— Maiara eu estou completando apaixonada pela Marília, você não é boba e sabe disso melhor que ninguém. - Minha amiga afirmou entendendo. — Eu vou casar com ela assim que sair do colégio, então não vejo porque não me entregar pra ela e justamente ao fazer 18. Olha podemos fazer um almoço ou uma confraternização na minha casa, mas depois das 00:00, eu sou dela.

Disse sincera, minha amiga não entendeu o significado daquela frase, e eu não a culpo. Marília me ordenou para não falar sobre isso com ninguém além das meninas que praticam, justamente porque para quem é de fora, entender é complicado. Depois da conversa daquele dia, Marília me levou para casa tendo todos os cuidados possíveis comigo, me questionou o caminho inteiro sobre a conversa que tivemos e o quão importante ela era. Dias depois eu fiz questão de ir a consulta com a tal ginecologista e marquei uma hora na depiladora, na ginecologista foi tranquilo, a doutora Carpenter me deu instruções e aplicou a primeira dose do anticoncepcional. Optei pela seringa, não dependia de mim para marca as datas e teriam um lembrete claro de que eu tinha perdido 98% de chance de engravidar.

𝑀𝑦 𝐷𝑜𝑚𝑚𝑒  {𝑴𝒂𝒍𝒊𝒍𝒂}  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora