|Capítulo 10|

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— Marília não está pensando em...

Parei de falar ao notar que era óbvio o que ela tinha em mente, a mesma se manteve sua arma na cintura e caminhou até mim, rápido o suficiente para que eu caísse na cama com tanta aproximação. Ela esticou sua mão até o criado mudo ao lado da cama e pegou minha bolsa, abriu a mesma e tirou de lá um pacote de camisinhas.

— Explica!

Eu fui uma completa burra ao chamar Marília, principalmente quando estava bêbada e não analisando bem todas minha características físicas...

— Maiara... Ela colocou.

Falei sentindo sua expressão suavizar, a mesma apenas afirmou e saiu do quarto, acredito eu que para me dar privacidade. Caminhei em direção ao banheiro e tranquei a porta atrás de mim, observei aquele "quarto" de cor cinza, com alguns tons em branco e me aproximei da banheira. Respirei fundo ao notar que ficava no centro do banheiro. Retirei aquela camisa cheirosa de Marília e em seguida desci minha calcinha, ficando completamente nua.

Liguei a banheira e me aproximei de uma prateleira cheia de cremes, sabonetes líquidos e sais de banho. Olhei que ao lado da prateleira tinha outro menor, e um bilhete na mesma. "Outra opção caso não goste de cheirar como eu" Olhei para aquele móvel percebendo que ali haviam mais cremes e sabonetes. Sorri ao notar que a mesma havia se dado ao trabalho de comprar algo para mim.

Já na banheira sentindo aquela água maravilhosa no meu corpo, pude relaxar finalmente e sentir o peso da bebida sair do meu corpo naquela maravilha de banho. Eu não tinha noção do que Marília iria fazer com aquele garoto, talvez fosse mandar um aviso, sendo isso eu poderia ficar tranquila junto a minha consciência.

— Agora é só relaxar e pensar em alguma forma de Marília esquecer o que viu.

Digo me referindo ao meu pescoço, eu posso simplesmente inventar que não lembro o rosto do cara, talvez isso o salve de algo, nem que seja um susto qualquer. A ideia de Marília com aquela arma na mão indo atrás de qualquer pessoa me aterrorizava.

Quando terminei de me vestir com o short e a regata que a mesma havia deixado pra mim, alí naquele quarto. Saí num corredor espaçoso e clareador, mas me enganei ao pensar que era luz da casa, era na verdade a claridade vinda da luz do dia, afinal as janelas enormes estavam com as cortinas abertas.

Andei aquele corredor presenciando alguns quadros da era renascentista e pude perceber que Marília talvez seja uma amante da história, afinal os quadros que ela tem são de longe originais. Aquela casa era um verdadeiro labirinto e eu com certeza sabia que ainda não tinha saído do andar de cima.

Vi uma porta enorme depois de andar alguns metros, me aproximei da mesma tentando abrir, mas estava fechado para minha surpresa. Olhei em volta procurando qualquer alma viva com o olhar, e como entrar naquela sala seria impossível. Virei para continuar meu caminho em passos rápidos, queria sair logo daquele cubículo enorme de quartos e salas fechadas. Finalmente sai do acúmulo de corredores dando de cara com uma escada verdadeiramente enorme, observei em volta agora tendo a visão da porta e um espaço enorme para ir a outros cômodos da casa.

Desci as escadas pegando a direita, afinal ela se encerra em dois caminhos. Passei pelo segurança que ignorou completamente minha presença e logo senti um cheiro maravilhoso de bacon e café. Continuei seguindo meu nariz e enfim cheguei ao que parecia ser uma sala de jantar, procurei Marília com o olhar, mas infelizmente minha barriga não me deixou prestar atenção em nada além da porta aberta que dava na cozinha.

Me surpreendi ao colocar os pés na cozinha e ser recebida por uma mulher sorridente, a mesma usava um vestido de cor vinho e usava um batom vermelho nos lábios.

𝑀𝑦 𝐷𝑜𝑚𝑚𝑒  {𝑴𝒂𝒍𝒊𝒍𝒂}  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora