|Capítulo 61|

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(Maratona 3/6)

Maraisa's point of view

Desci do carro em passos rápidos, sentindo que provavelmente Maiara iria me matar por chegar atrasada, mesmo que não fosse culpa minha.

É o seguinte, Marília decidiu que seria uma ótima ideia me buscar em casa na sexta, infelizmente eu não estava contando com isso, já que tinha marcado de passar a noite com Maiara.

Infelizmente eu pensei com a buceta, como sempre e acabei desmarcando com a minha amiga, que entendeu completamente meu lado e ainda mandou "boa sorte". E agora estou aqui, dolorida, por uma noite intensa do qual me foi apresentado um novo tipo de brincadeira que Marília parece adorar pelo visto.

Fantasias sexuais à parte.

Eu a não sabia que iria me atrasar, já que tinha marcado para experimentar os vestidos de noiva às 15:00 da tarde. E, sinceramente, ninguém consegue se atrasar nessa hora. Mais uma vez eu estava enganada. Não só tinha me atrasado, como também tive que acordar sozinha, já que minha noiva me achou uma fofura dormindo, e não pensou em me acordar nem quando passou no loft para almoçar. Eu não sei de onde Marília tira aquela disposição, a mulher fez esforço a noite inteira e quem acaba derrubada sou sempre eu.

Marília e eu estávamos em sintonia de novo faziam 3 meses. E também 3 meses do que seria o dia mais importante da minha vida. Um aglomerado de horas em que eu aprendi muito mais sobre o mundo compartilhado do BDSM. Onde fui guiada, não só por uma Dominatrix, mas por várias. O almoço na casa de Martins por si só me mostrou que todas as Dominatrix tem poder sobre você, até mesmo se você for solteira. Não como uma relação, mas como um respeito. Tratá-las com o máximo de respeito pode te manter livre de qualquer castigo hora ou outra.

Entrei no estúdio onde estariam os vestidos, e passei direto pela recepção. Já tinha vindo aqui na semana passada e como por algum motivo as mulheres aqui parecem ter medo de mim ou coisa parecida, eu passei a me sentir mais bem vinda do que nunca. A verdade é que depois que as fotos do evento de moda saíram, eu passei a ser conhecida pela cidade inteira como a futura Sr. Mendonça, então todo mundo conhecia a minha cara.

Eram inúmeras publicações em sites por toda cidade, chegava a levantar meu ego sempre. Fora que a imagem de Marília e eu estampadas num jornal, revista ou site era motivo de risos bobos. Éramos o casal perfeito, basicamente as rainhas de Nova York.

Sim, eu casaria com a futura rainha de Nova York... Ou seja, eu também me tornaria uma.

Claro que ainda tinha a parte ruim. Como me tornei conhecida como noiva de Marília, não só em Nova York, mas como no país todo, eu posso ter acabado com uma mira nas costas. Não é como se eu estivesse correndo risco de vida, mas segundo Marília ela tomaria ainda mais precaução comigo. Pois bem, agora tenho segurança dobrada, principalmente fora do meu apartamento. Algumas pessoas se sentiriam incomodadas, mas eu não, se esse é o preço que eu tenho que pagar por estar com ela, que assim seja.

Assim que cheguei a sala dos modelos, senti uma bolsa ir de encontro a minha cara.

— Meu Deus! O que tem aqui? Tijolo?

Perguntei, em tom dramático. Jogando a bolsa de volta em Maiara que tinha um semblante sério.

— Deveria ter. Quem se atrasa às 3 da tarde num sábado?

Ela perguntou com a mão na cintura. Me aproximei lhe arrancando um abraço. Eu poderia olhar para o rosto de Maiara mil vezes e sempre iria reparar na mínima cicatriz que ela tinha na sombrancelha, era o símbolo claro de que o pesadelo que enfrentamos foi real.

𝑀𝑦 𝐷𝑜𝑚𝑚𝑒  {𝑴𝒂𝒍𝒊𝒍𝒂}  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora