|Capítulo 34|

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Minha maior preocupação deveria a chegada de um ano novo e novas recordações. Março era o mês exato em que ocorria as tão famosas primeiras provas e era bom isso que eu deveria estar me preocupando, mas como a minha vida tem dado um giro inteiro desde que eu recebi uma proposta casamento do qual eu pude recusar, e agora eu me encontrava numa situação em que eu não sabia se sentia medo ou ansiedade, talvez os dois misturados em um conjunto único de sentimentos. Eu estava assustada, mas também num equilíbrio terrível sobre querer e não querer, sobre desejar ou recusar. Mas na verdade, recusar não significava que eu não desejava. Eu não gosto de reprimir o que tô sentindo, e detesto mais ainda ter que me esconder em caras e bocas, é justamente por isso que não vou deixar o medo me dominar. Eu sabia o que me esperava no próximo sábado e sabia que fugir não era uma opção. Eu escolhi aquilo, eu escolhi a aquela... Eu escolhi ser a submissa dela e se eu a irritei, merecia um castigo do qual eu não repita mais meus atos. Não foi sem opção, poderia ter aceito ou não, e eu escolho ser a submissa, dessa forma eu devo cumprir com meu dever e aceitar a minha punição.

Eu não sabia o que esperar, nem o que Marília tinha em mente, mas sua ausência nos últimos dias tem sido péssima para meu psicológico lidar, mesmo que suas mensagens diárias ainda me confortem, não são o suficiente para aplacar sua ausência no meu dia. A mesma não me busca mais para almoçar, ou manda mais do que um mero "bom dia", como se ela estivesse me dando gelo de alguma forma. Seja o que for aquilo, estava me machucando, de uma forma que nem imaginava. A questão era que meu corpo ansiava por ela, mas não sexualmente falando. A carência em meu ser existia apenas para clamar por ela, principalmente depois que eu descobri o paraíso que é dormir ao lado dela e sentir o calor dela.

Eu queria tanto me casar logo para que eu não precisasse esperar uma certa hora do dia para vê-la, mas depois de sábado, nem isso eu tinha da parte dela.

- Isa? - A voz de Maiara me tirou dos meus devaneios, me fazendo voltar a realidade e perceber que eu ainda estava no meio da aula. - Amiga o que tá acontecendo? Você está voando a aula inteira.

Olhei para frente vendo a professora de literatura sentada com cara de poucos amigos, e graças aos céus não era por minha causa e sim por conta de um joguinho do qual ela se concentrava no celular. Me virei para Maiara, que por um momento havia me dado um susto por conta da palidez do seu rosto.

- Eu só estava pensando... Esquece. - Eu apenas desisti mais uma vez de lhe contar, mas não seria algo que eu guardaria por mais tempo, ainda precisava desabafar de alguma forma. - O que houve com seu rosto? Você comeu hoje? Está branca Mai.

A mesma rapidamente ficou desconfortável, causando uma estranha sensação de incômodo em meu estômago, era notável que Maiara não estava bem, mas mesmo assim eu estava ignorando isso desde que aquela semana havia começado. Estava com a cabeça em outras coisas e não dei a devida atenção a minha amiga, esquecendo completamente do que Marília me disse em minha festa.

- Eu comi sim garota, deve ser apenas impressão sua. - Ela deu de ombros meio sem jeito. - E eu não vou esquecer não, pois bem... Hoje você vai dormir na minha casa e vai me contar com detalhes o porque de estar tão avoada... Aposto que tem haver com a branquela.

Mai me conhecia tão bem. Ela já sabia sobre meus sentimentos por Marília e fez questão de por pra cima sempre, mesmo sabendo que eu posso simplesmente estar me iludindo em extremo querendo algo romântico ou até amoroso da parte dela. Ainda sim sou sua submissa, e serei sua esposa, mas isso sinceramente não queria dizer muita coisa no mundo em que vivíamos. Um mundo onde o amor havia se esfriado e era quase extinto. Algo tão puro e profundo era difícil de achar e mesmo que eu tivesse encontrado, ainda tinha minhas dúvidas sobre o que Marília sente por mim.

𝑀𝑦 𝐷𝑜𝑚𝑚𝑒  {𝑴𝒂𝒍𝒊𝒍𝒂}  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora