|Capítulo 40|

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— Venha Maraisa, vou lhe mostrar o quarto em que você é Marília vão ficar. - Ela disse enquanto via Marília se afastar com o homem, provavelmente tratando de outros assuntos. Segui a mulher, finalmente entrando na enorme e aconchegante casa. — Você é dos EUA mesmo?

Perguntou enquanto andávamos pelos cômodos. Eu parei de bisbilhotar por um instante para dar atenção a mulher gentil ao meu lado.

— Na verdade não, eu nasci em Cuba, mas moro em Nova York com meus pais. - Falei sem rodeios, eu teria que ser sincera com a família de Marília. Pelo menos sobre algumas coisas. — E a senhora?

— Também nasci em Cuba. - Olhei pra ela na mesma hora e me perguntei se ela fazia parte dos negócios da família. — Meu marido e eu nos mudamos a muito tempo com a minha cunhada... - Ela parou de falar na hora, parecendo meio receosa. — E me diga... Como conheceu Marília?

Aquela pergunta me dava um certo calafrio de responder. Eu não me lembrava exatamente de como foi, mas faria o possível pra ser o mais natural.

— Conheci ela em uma festa. - Falei simples, mas pelo o olhar dela, ela esperava algo mais. — Bom... Foi meio vago, nos falamos brevemente e depois o acaso da vida fez o resto.

Falei assim que ela abriu duas portas, me dando a visão de um quarto lindo e espaçoso de casal.

— Bom, eu devo dizer que fiquei surpresa quando Dias ligou pro meu marido. - Olhei pra ela surpresa. — Marília... Dias.

Logo entendi e sorri, achando engraçado. Talvez eu fosse provocar Marília com isso mais tarde.

— É porque não queríamos alarma-los antes. Decidimos a data do casamento recentemente. - Falei sorrindo. — Será na véspera de natal.

A mulher me olhou na mesma hora como se tivesse visto um fantasma. Aquela família conhecia bem essa data, e de algum jeito eu faria com que ela significasse outra coisa para Marília.

— Ela esteve de acordo com isso? - Caminhei até a janela vendo de relance a irmã de Marília atirar com arco e flecha, aquilo realmente era incomum de alguma forma. Será que Marília também gostava disso? — Sabe, com a data.

Olhei para a mulher e afirmei vendo uns empregados trazerem minhas malas e as de Marília.

— No início não. - Falei enquanto me aproximava da minha bolsa. — Eu sei o quanto essa data é traumática pra ela, então... Foi meio que um plano de contenção.

Eu disse enquanto respirava fundo e me sentei no sofá que havia ali, sendo observada por ela.

— Então ela contou pra você? - A voz da mulher era estranhamente aliviada. — Posso supor que você sabe de tudo não é?

— Bom, sua sobrinha escolheu passar o resto da vida comigo. Ou seja, ela pode pagar de durona com todo mundo, mas ainda sim eu escolhi entrar na vida dela e saber de tudo. - Falei enquanto tirava algumas roupas da mala, planejando tomar banho. — Então sim. Sei tudo sobre aquela noite e sobre o que veio depois, não com detalhes.

Ela assentiu.

— Eu nunca pensei que veria aqueles olhos brilharem outra vez. - Eu não sabia exatamente como funcionava a família dela. Mas pelo visto Marília realmente mudou. — Seja o que for que tenha feito, obrigada.

Afirmei sorrindo.

— Eu quem agradeço. Por cuidarem dela. - Digo vendo ela deixar uma lágrima solitária cair. — Anh... Preciso tomar um banho e descansar... Teria problema eu ficar só?

Ela logo entendeu o recado e sorriu amorosa.

— Claro que não, vou estar lá embaixo se precisar de mim.

𝑀𝑦 𝐷𝑜𝑚𝑚𝑒  {𝑴𝒂𝒍𝒊𝒍𝒂}  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora