|Capítulo 22|

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Ao ouvir o tiro meu coração acelerou rapidamente, olhei para meu pai e ele estava em pura tranquilidade, assim como todos os outros naquele imenso jardim. Eu por outro lado segurei a minha espingarda e apontei para o alto, esperando que mais uma vez soltassem aquela merda de disco, mas rapidamente minha atenção foi pro caralho quando senti braço ao redor de mim. Mãos geladas e delicadas seguravam as minhas com firmeza e apontou diretamente para cima.

— Firme Isa.

Sua voz veio ao meu ouvido, acabando com qualquer chance que eu deveria ter de acertar aquela droga, dito e feito. O disco foi solto e eu acertei por pouco, na verdade tenho certeza que acertei apenas por conta de Marília.

— Como se quer que eu tenha firmeza? Se acabou com todas as minhas estruturas chegando assim. - Marília negou enquanto se aproximava do aglomerado de armas sobre a mesa e pegou uma.

— Fico feliz pela empolgação do seu corpo ao me ter por perto, fico me perguntando como vai ser quando eu der motivos pro seu corpo ficar assim. - Ela disse engatilhando sua arma e apontou diretamente para o alto. — Pronto!

Ela ordenou e mais um disco foi solto, Marília não piscou o cerrado em cheio com a maior facilidade. Ela deixou a espingarda sobre a mesa, aonde meu pai pegou mais uma e continuou o que estava fazendo.

Meu pai havia aproveitado sua estadia aqui que nos trouxe para uma de suas casas de verão, e como Marília teria que voltar para Nova York hoje mesmo, minha mãe insistiu que ela pelo menos passasse um dia com a gente, então ela não negou. Eu já havia vindo para cá algumas vezes, mas nunca precisei praticar esse tipo de coisa, não ao longo dos anos, justamente porque perdi o interesse, mas quando Marília me propôs que eu tentasse, eu não consegui dizer não.

Caminhei com ela em direção a uma mesa mais afastada do meu pai e de seus convidados com armas. Marília mantinha a mão em minha cintura, mas não demorou até se afastar de mim, me trocando pela minha irmãzinha. Isa praticamente arrastou Marília para um balanço próximo ao lago e começou a "forçar" a mesma a balança ela.

Eu por outro lado fui direto para a mesa e levei uns enroladinhos aos lábios, mal estava faminta graças a noite enjoativa de ontem. Beber demais e entrar na água não havia me feito bem e a minha garganta já dava sinais de que talvez eu pudesse ficar doente, mas no momento não estava ligando muito pra isso.

— Nunca pensei que fosse ver a protagonista das histórias macabras do meu pai brincando com a Isa.

Escutei a voz de Maiara e dirigi meu olhar para o balanço. Marília estava conversando com Isa, enquanto a menina era empurrada pela mesma, aquela cena era adorável.

— Digamos que eu soube amansar essa fera. - Disse fazendo minha amiga rir. — Mas e você? Sumiu ontem.

Minha amiga me puxou para um canto um pouco mais afastado dos convidados, em baixo de uma árvore ela se sentou comigo.

— Estava com um cara. - Olhei confusa para ela, esperando que me dissesse mais coisa. — O nome dele é Fernando ele é incrível Mara.

Maiara não se interessava por pessoas com facilidade, normalmente eram apenas ficantes de baladas e pequenos beijos atrás da escola. Desde que me lembro, ela nunca falou de uma pessoa com tanto entusiasmo.

— Não acredito... Maiara Pereira falando assim de um cara? Ele deve ser o paraíso na terra então.

Minha amiga revirou os olhos rindo, não uma das pessoas mais românticas e de longe sempre disse que o amor era algo mais fictício do que real.

— Não seja exagerada, acabei passando a noite inteira com um cara maduro que não é um babaca.

— Tendi. - Ri sem jeito e me encostei na árvore. — Mas assim, foi você que convidou ele?

𝑀𝑦 𝐷𝑜𝑚𝑚𝑒  {𝑴𝒂𝒍𝒊𝒍𝒂}  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora