𝑀𝑦 𝐷𝑜𝑚𝑚𝑒 {𝑴𝒂𝒍𝒊𝒍𝒂} G!P

|Capítulo 33|

O olhar de Marília me transmitia muito mais do que simples surpresa, ela estava tentando decifrar o que eu queria com aquela informação, o que se passava em minha mente para decidir aquilo e agora, eu gostaria de ser uma telepata só para saber o que se passa na mente dela. Como Marília pensa e tenta discernir as coisas. Mas minha dúvida sobre esse fato ficaria pra depois, agora eu tinha três pessoas a minha frente com sorrisos forçados, pois a cara de Marília não passou despercebida por eles.

— Pra mas que original. Na véspera de natal é um tanto diferente. - A Sr. Lee me olhava com curiosidade, talvez se passava em sua mente como Marília poderia ter se ligado a alguém como eu... Ah se ela soubesse. — Tem algum motivo em especial para essa data?

Ela perguntou diretamente para mim, mas antes que eu pudesse pensar em responder aquela pergunta, minha noiva tomou a frente, em um tom de voz um tanto frio.

— Nada de especial porque não escolhemos a data ainda, é apenas um palpite... Estamos pensando, não é Maraisa?

Suas palavras significam uma coisa "concorda e cala a boca" mas aquilo era demais pra mim. Marília deixou em minhas mãos a decisão de tudo que for relacionado ao casamento, desde as vestimentas a data e eu não deixaria que mais uma vez um natal passasse daquela forma. Marília se isolava de tudo e de todos a 6 anos, ela não tinha contato com a própria irmã e isso me causava uma raiva estranha da mesma, mesmo não tendo convicção do que ela passou, eu jamais afastaria Isa, era cruel demais se você parar pra pensar nas circunstâncias. Era no mínimo egoísmo da parte dela.

— Não Marília, eu já me decidi. Podem anotar. - Não olhei em seus olhos, mas sabia da raiva que eles transmitiam naquele momento, não sei se quem estava ali era minha senhora ou Marília, mas eu não abaixaria a cabeça pra nenhuma das duas quando se tratava daquilo. — Vai ser dia 24 de dezembro, e pretendemos dar uma festa logo depois, boa o suficiente para durar a noite de natal inteira.

Eles sorriram entre si, comentando o quanto a idéia inusitada era boa e única, mas a minha senhora estava ainda sem pronunciar palavra alguma, era evidente que ela não estava de acordo, mas se segurava para não demostrar isso.

— Bom, acho que já chega de falar sobre meu casamento, já sabem a data, então nosso assunto pode ser outro.

Eu havia acabado de começar a me soltar, e não iria me encolher só porque ela decidiu me fechar daquela conversa, se eu deixasse que ela começasse a falar de trabalho, seria como perder uma batalha.

— Ora mas porque amor? É ótimo que possamos falar disso fora do nosso ciclo família. - Eu disse falando de forma doce, fazendo minha noiva me olhar surpresa, já que nunca me dirigi com esse tom pra ela. — Marília está envergonhada provavelmente, ela fica sensível com a palavra "Casamento".

Brincando com o demônio, essa era a frase certa para o que eu estava fazendo e querendo ou não, eu estava adorando isso.

— Eu vejo que sim, está até vermelha. - A voz do homem causou um suspiro pesado em Marília que podia ser escutado até do outro lado do restaurante. — Mas então, pensam em ter filhos logo cedo, ou não é uma coisa pra agora.

Bom momento para falar sobre aquela possibilidade.

— Na verdade eu não quero...

Eu fui interrompida na mesma hora por uma Marília completamente mudada e cínica, ela usava o mesmo tom de voz que eu e havia entrado no jogo que eu comecei, algo me diz que isso sairia caro em algum momento.

— Não é algo para agora, mas pretendemos sim ter, eu diria que uns 4 está ótimo. Não é amor?

Quatro... Quatro crianças... Saindo de mim? Ela só pode ter enlouquecido, com toda certeza era isso. Eu pensava sim em ter um, apenas um só para saber como é a experiência, mas mais que um filho não era um pensamento prático, fora que eu não queria isso no momento... Eu queria aproveitar bem meu casamento com ela, que também foi forçado para ínicio de conversar.