|Capítulo 62|

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(maratona 4/6)

— Certeza que não vai me envenenar?

Marília perguntou sentada em meu sofá. Ela estava com os olhos em mim, enquanto me observava, tentando preparar um prato que eu sabia muito bem. Crescendo numa família típica cubana, eu aprendi variedades culinárias, e como Marília também descendente de cuba, não vejo porque não alimentar minha ferinha.

— Eu sei o que estou fazendo, então fique quietinha e espere eu terminar aqui.

Falei, vendo ela sorrir e bater os olhos em seu celular. Continuo cortando as batatas, me concentrando em fazer aquilo de forma como mamá me ensinou. Pelo menos Marília iria conhecer minha receita de família.

— O que acha de um jantar para quatro? - Levantei meu olhar, enquanto jogava a casca da batata no liquidificador. — Eu sei que você não vai muito com a cara da Luísa, mas ela pediu minha ajuda com Maiara.

Revirei os olhos ligando o aparelho, que estava mais para um ralador silencioso.

— Por que ela simplesmente não chama a Maiara para sair?

Falei, abrindo a lata de milho, e despejando o condimento no prato, a fim de usar depois.

— Porque é muita pressão, Isa. - Caminhei até a geladeira e tirei o saco com pequenos pedaços de frango ainda cru. — Maiara acabou de sair de uma baita loucura. Luísa não quer forçar nada e pense que talvez sua amiga se sinta mais à vontade e menos pressionada se nós duas estivermos lá.

Afirmei, colocando o frango na tábua de carne.

— Me deixa ver se eu entendi. - Falei, enquanto cortava pedaços de frango em pequenos quadradinhos. — Você quer que eu ajude alguém que eu nem gosto a ficar com a minha amiga que acabou de sair de um trauma? - Marília afirmou. — Está bem, mas primeiro vou perguntar a Maiara, ela vai decidir se isso irá acontecer ou não.

Marília se levantou e caminhou até mim, se apoiando no balcão.

— Você anda bem mandona, viu?

Levantei uma sombrancelha.

— Para você ver, não é só você que tem síndrome de chefe, oh toda poderosa Mendonça.

Marília tirou a mão do balcão e levou até o bolso.

— Eu sou chefe, o que esperava?

Comecei a ligar o fogão, dando de ombros.

— Não sei, talvez mais humildade. - Me aproximei dos temperos e esperei que a pimenta estivesse refogada para começar a preparar a sopa. — Afinal, se veio me perguntar, é porque sabia que eu não toparia com facilidade... Ou seja, eu quero alguma coisa.

Marília riu, compreendendo, ainda sim eu não tinha ideia do que quer que fosse pedir.

— Eu realmente acertei com você, ein, tão esperta... - Ela deu a volta no balcão e se aproximou de mim, me puxando pela cintura. — Me diz o que quer, que eu lhe darei.

— Ainda não tenho ideia, mas vou pensar em algo, até lá, vou pensar na possibilidade de falar com Maiara.

Marília fez um biquinho fofo, eu sentia que aos poucos ela ia se abrindo pra mim cada vez mais, me mostrando seus lados e faces. Eu lhe dei um selinho, desfazendo o bico do seu rosto.

— Combinado, então. - Ela disse, e caminhou de volta para o sofá. — Tem como acelerar aí? Eu tô faminta!

Acabei rindo com o comentário humorado dela. Uma hora depois eu estava enchendo meu prato e o dela, me certificando de que esteja tudo em ordem. Não provei a receita, mas a cara está ótima, então Imagino que também esteja bom. Caminhei até minha noiva e coloquei o prato em sua frente, esperando qualquer tipo de reação dela. Ela sorriu e se sentiu em frente ao balcão para comer, enquanto eu também fazia o mesmo.

𝑀𝑦 𝐷𝑜𝑚𝑚𝑒  {𝑴𝒂𝒍𝒊𝒍𝒂}  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora