~dia 25 de abril de 2016~
— Marília já chega, mata logo ele! - A voz de Luísa saiu de forma mais leve e abafada possível, eu não posso ouvi-la com nitidez e nem quero. — Para com isso!
Senti a barra de ferro fugir da minha mão e olho diretamente pra Luísa, que direcionou o objeto para o chão e me olhou séria.
— Estraga prazeres!
Falei revirando os olhos, vendo o homem a minha frente completamente ensanguentado, mas ainda consciente e vivo. O ruivo não era um inimigo agressivo ou alguém que havia me roubado, era apenas um imbecil que me devia bastante dinheiro e acabou cometendo o erro de tentar fugir do país. Era um imbecil mesmo.
— Uma coisa é você dar uns tapinhas ou uns socos, mas você já tá horas aqui e pra nada.
Realmente, não estava ali para nada. O homem não era ninguém importante, era apenas um novo passatempo e quem sabe um novo saco de pancadas.
— Você já não devia estar no seu encontro?
Falei me aproximando do vidro de álcool e joguei em cima do homem a minha frente, vendo o choque que o líquido causa em seu corpo. Eu me sentia cada vez mais vazia e sem expectativas de melhora e graças a isso tinha encontrado um estranho e macabro hobbie... Torturar homens que ficavam me devendo.
— Devia, mas não queria sair e te deixar sozinha aqui no galpão... Porque não vem comigo?
Acabei rindo.
— Pra que exatamente? Pra ambas acabarmos comendo a garota que você vai encontrar? - Sorri de lado. — Ou melhor, vou pra uma boate normalzinha pra acabar na cama de uma garota gata pra caralho, mas no fim, eu não vou gozar... Como sempre.
Falei já saindo de dentro do balcão com Luísa, não tinha porque ficar ali mesmo. Eu pretendia finalizar o cara, mas graças a minha amiga, não vou poder fazer isso.
— Você sabe que por mim você já tinha ido ver esse "probleminha". - Olhei pra ela séria, Luísa deu de ombros se encolhendo. — Faz uma terapia, sei lá.
Revirei os olhos continuando meu caminho até meu carro.
— Eu não preciso de terapia nenhuma. - Entrei no carro e abaixei o vidro. — Aliás, já que me interrompeu hoje, você cuida da empresa amanhã.
Pisquei pra mesma e arranquei dali, não estando disposta a ouvir questionamentos, não agora. Eu estava cansada e ainda não me sentia satisfeita. Eu tinha uma transa boa a quase um ano, e sinceramente para falar a verdade eu nunca fui muito chegada em sexo. Primeiro porque não tem essas coisas, você só mete e goza, sem precedentes ou escolha... Você sempre vai saber que no fim da noite vai acabar na cama e tomada pelo hormônio do sono.
Sempre a mesma coisa... Não acredito que passei a minha adolescência inteira esperando pra perder a minha virgindade e acabou sendo sempre a mesma coisa. O pior fardo é sempre quem carrega uma vagina, porque elas tem o privilégio de gozar por diferentes lugares, mas ao mesmo tempo não há alguém que possa proporcionar esse tipo de sensação para elas. E não, eu não sou uma deusa do sexo ou algo do tipo, eu cometo meus erros... Tenho minhas inseguranças e vivo me segurando para não surtar no meio de tudo e fazer... Vish.
Parei o carro antes de bater em outro, observei vendo o sinal vermelho e soltei uma lufada de ar nervosa. Eu só queria chegar em casa e me deitar na minha cama. Era apenas isso que tinha... Uma cama num guardo, em uma casa enorme. Aprender a não me apegar a coisas foi a primeira coisa que eu aprendi, e mesmo que quisesse me sentir em casa, não conseguiria.
Nem mesmo na casa dos meus tios eu me sentia assim e pensando bem eu acho que nunca vou me sentir assim novamente, não como antes...
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𝑀𝑦 𝐷𝑜𝑚𝑚𝑒 {𝑴𝒂𝒍𝒊𝒍𝒂} G!P
Hayran KurguManhattan, Nova York. Maraisa Henrique faz parte de uma família bem rigorosa, tendo ela fortuna e tudo que quer, ela só precisa fazer algo em troca... Obedecer, Nossa jovem Henrique percebe que obedecer seus pais pode ser seu maior desafio, pois lhe...