|Capítulo 52|

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Marília's point of view

— Eu pensei em uma viagem direto ao Brasil para vermos de perto a escavação e os resultados dela. - Luísa continuava falando, mas minha visão estava na pequena caixa de veludo em minha gaveta. — Marília? Tá me ouvindo?

Olhei diretamente pra ela, voltando a realidade, a dura realidade... Ah que eu não tinha ela. Maraisa estava começando a se dar conta do quão perigoso a minha vida era e isso me fazia sentir que eu a perderia, a qualquer instante. Depois de escutar o que ela disse para a amiga ontem, eu pensei e repensei sobre tudo que me deixasse aflita e por fim lhe mandei uma mensagem que me doeu muito, mas era necessário. Fora isso eu não me arrependo nenhum pouco de ter matado aquele desgraçado. Faria tudo de novo e trataria de torturar ele primeiro.

— Estou, viagem ao Brasil não é?

Falei vendo minha amiga revirar os olhos e se sentar na poltrona que tinha na minha sala. O escritório estava vazio, era por volta das 7 da manhã e a parte em que eu ocupava na minha empresa ficava quase sempre vazia essa hora, a única pessoa que tinha ali era minha secretária.

— Você fica péssima desse jeito, certeza que foi melhor pedir esse tempo pra vocês duas?

Assenti, era sim o melhor. Maraisa estava confusa e ela precisava disso, até porque eu nem se quer sabia o que ela de verdade sentia por mim.

— Absoluta, a Maraisa me viu matando alguém e isso não se esquece facilmente. O cara pode ter sido o imbecil que quase matou a amiga dela, mas ainda sim ela tinha conseguido sua rendição... Matar ele foi obra minha.

Dei de ombros, não me importando nenhum pouco com esse fato, até porque o mundo é um lugar melhor sem esse filho da puta.

— E eu não tiro sua razão, eu mesma teria matado aquele escroto. - Luísa disse com fogo nos olhos, ela sim eu não duvidaria nada que teria despedaçado o desgraçado em mil pedaços. — Ainda não te perdoei por não deixar nenhum pouco de vida pra eu terminar.

Acabei rindo, me lembrando do quanto ela odiou minha vida no início, mas no fim, acabou ficando tão presa nela quanto eu. Realmente, envolver minha melhor amiga em tudo foi minha melhor decisão, mesmo que tenha deixado alguns homens furiosos por conta disso.

— Eu fui no instinto, nunca tinha matado daquela forma entende? - Tirei um cigarro do meu terno que estava encostado sobre a cadeira onde eu estava. — No momento em que eu vi o rosto da Maraisa e Maiara no chão, eu não pensei duas vezes antes de matar ele. Ele tocou nela e você sabe bem que isso, eu não perdoo facilmente.

Ascendo o cigarro e começo a fumar, recebendo um olhar de compreensão de Luísa.

— Mesmo assim, acabou se dando mal em relação a morena. Espero que ela abra os olhos e perceba que você fez tudo isso para protegê-la.

Ela disse como se fosse óbvio e acabei rindo de forma amarga.

— O problema não é esse. - Falei chamando atenção da minha amiga. — A Maraisa sabe que tudo que eu fiz foi para protegê-la. O lance é que foi coisa demais de uma vez. Primeiro a forma com que eu a  abordei, ela parece nunca ter esquecido, mesmo depois de eu já ter liberado ela desse "acordo". - Falo certa de que Maraisa sabia disso. — E ela me culpa pelas coisas que aconteceram... Acha que não estaríamos naquela situação se não fosse por mim... O que é compreensível, já que foi eu quem apresentei Fernando ao pai de Maiara.

Soltei um suspiro pesado enquanto sentia a nicotina passar por todo meu corpo e minha pressão aos poucos ir baixando.

— Nossa. - Ela se ajeitou. — No que está pensando em fazer? Quanto tempo vai dar pra ela colocar as cartas na mesa?

𝑀𝑦 𝐷𝑜𝑚𝑚𝑒  {𝑴𝒂𝒍𝒊𝒍𝒂}  G!POnde histórias criam vida. Descubra agora