Sempre foi você - Pejão

Imaturos

— Nossa ficou calor aqui né? - a Malu ri se abanando.

— Você que pediu pra eu contar. - eu levanto os ombros.

— É uma das melhores histórias de amor que eu já vi. - o Renan diz animado.

— E que obviamente não acabou bem. - eu lembro ele.

— Uma história de amor impossível.

— Eu acho romântico. - a Malu diz.

— Romântico? Dois adolescentes imaturos se arriscando daquele jeito. - eu vou buscar outra garrafa de vinho pois a nossa já tinha acabado.

— Você acha que ele te manipulava? - o Renan pergunta.

— Não, óbvio que não, eu tava disposto a tudo. - eu respondo rapidamente. - Nós dois estávamos apegados emocionalmente, a diferença é que eu consegui aceitar o que eu era, já ele teve que continuar com a Alice.

— E como você lidava com essa história da Alice? - ela pergunta.

— Não tinha o que fazer. Estavamos apaixonados, mas sabíamos que não tínhamos futuro, ele já tinha a vida toda planejada. Então eu tentava só aproveitar, e não pensar nas saídas deles, no que eles faziam sozinhos.

— Mas então com quem ele perdeu a virgindade? Com você ou ela?

— Foi comigo, a gente tinha 17. - eu sorrio lembrando esse dia. - O último ano da escola tava sendo bem corrido pra gente, ele tinha curso de inglês e de equitação no clube, então a gente não estava passando tanto tempo juntos, mas em um sábado os pais dele estavam viajando.

Flashback on

Os pais dele tinham viajado pelo trabalho e só estávamos nós 2, a minha mãe e os outros empregados na casa. Eu sentia falta de passar o tempo com ele, então peguei meu violão e fui até o quarto dele já que ele aproveitou a ausência dos pais para ficar em casa.

— Pedro? - eu chamo através da porta.

— Entra. - ele responde.

Ele estava sentando na frente do computador e eu sentei no sofá, ele desligou o computador e veio se sentar do meu lado.

— Eu tava com saudades de passar tempo com você, esses tempos eu estive tão ocupado que a gente quase não tem se falado, me desculpa. - ele diz segurando a minha mão e fazendo carinho nela.

— Ei, tá tudo bem. - eu dou um sorriso pra tranquilizar ele. - Eu quero te mostrar uma nova música que eu tô escrevendo, tô completamente aberto a críticas construtivas. - eu aviso e começo a cantar a música para ele.

— Tá incrível. - ele diz sorrindo quando eu termino. - Eu só acho que você podia trocar o "manias" por maneiras, e ao invés do "louco" pode ser fraco. - ele pega um caderno e me dá para eu anotar a letra.

— Tá legal, vê se agora melhorou. - eu começo a cantar com as mudanças na letra.

🎼 Gosto de ser imaturo com você
Gosto de me entregar e me perder
Quero poder implicar com todas suas maneiras
Uh, oh, oh, oh
Fumando qualquer coisa pra me entreter
Me arrisco nessa vida, só pra ver você
Toda nossa juventude corre pelas veias
É que eu sou fraco, frágil, estúpido
Pra falar de amor
Mas se for com você eu vou, eu vou
Uh, oh, oh, oh
É que eu sou fraco, frágil, estúpido
Pra falar de amor
Mas se for com você eu vou, eu vou
Uh, oh, oh, oh
Eu gosto de você, tchau
Eu gosto de ser imaturo com você
Se eu minto é com cuidado pra não perceber
Quero poder implicar com todas suas maneiras
Uh, oh, oh, oh
Fumando qualquer coisa pra me entreter
Me arrisco nessa vida, só pra ver você
Toda nossa juventude corre pelas veias
É que eu sou fraco, frágil, estúpido
Pra falar de amor
Mas se for com você eu vou, eu vou
Uh, oh, oh, oh
É que eu sou fraco, frágil, estúpido
Pra falar de amor
Mas se for com você eu vou, eu vou
Uh, oh, oh, oh
Eu gosto de você, tchau
É que eu sou fraco, frágil, estúpido
Pra falar de amor
Mas se for com você eu vou 🎼