Depois de uns 15 minutos cheguei ao meu destino, a casa dos meus pais. Estacionei em frente a casa e desliguei o carro.
— Vai se foder mundo. - eu grito antes de sair do carro seguindo o conselho do Jão.
Peguei meu celular, o envelope com a minha carta de demissão e fui em direção a casa. Entrei com a chave que ainda tinha e não encontrei ninguém, mas conseguia ouvir algumas vozes vindo do escritório deles.
— Cadê esse garoto? - o meu pai diz.
— Tô aqui, pai. - eu digo entrando no escritório.
— Onde é que você esteve o dia todo? Estamos te ligando desde cedo. - a minha mãe fala logo em seguida.
— Meu celular tava desligado, imagino que a Alice já contou pra vocês.
— É claro que ela contou, não sei de onde você tirou essa ideia de se divorciar, mas está fora de questão. - meu pai diz levantando a voz.
— Não é decisão de vocês, é minha!
— Não tem decisão nenhuma aqui, você não vai arruinar o sobrenome da família e nem da Alice, e fim de conversa. - a minha mãe diz.
— Mãe, eu nunca fui feliz nesse casamento e não vou continuar fingindo o contrário.
— E o que vai fazer quando se divorciar? Sair com qualquer mulher que você encontra por aí em uma esquina? Você já tem quase 30 anos, Pedro. - minha mãe grita.
— Eu só tenho 26 anos, mãe, e é com isso que você se preocupa? Com quem eu vou namorar.
— Estou falando sério, Pedro, ten muitas pessoas que só estão atrás do dinheiro de pessoas como nós, por isso a Alice é perfeita, ela está no nosso nível...
— Mas eu não amo a Alice, eu nunca amei e quero que vocês entendam isso.
— Vai jogar tudo fora por um momento de loucura, por que isso agora, Pedro? - meu pai fala.
— Você quer mesmo saber o que está acontecendo comigo? Quer saber o verdadeiro motivo de eu querer o divórcio? - eu pergunto e eles afirmam com a cabeça.
Eu sentia meu coração acelerar e respirei fundo antes de dizer a verdade.
— Eu sou gay, tá aí o motivo do divórcio. - falei vendo a expressão de choque aparecer no rosto dos meus pais, mas foi um alívio dizer em voz alta.
— Gay? Você não é gay, nossa família não é assim. - minha mãe fala e eu sorrio.
— Eu sei que pelo menos eu sou.
— Você está louco, você não pode ser gay, você tem um filho. - meu pai diz.
— Minha nossa, eu sou o primeiro gay a se casar com uma mulher e ter um filho. - eu digo sendo sarcástico.
— Não é hora pra brincadeira, isso é um assunto sério. - minha mãe me repreende e meu sorriso some.
— É, eu sei.
— Você contou isso pra mais alguém? Se isso sair da imprensa nossa empresa vai ir por água a baixo. Acha engraçado acabar com tudo isso sem motivo? - meu pai diz nervoso.
— Sem motivo? Eu acabei de dizer que eu sou gay e eu não amo a Alice, é tão difícil de entender?
— Vocês tem um filho, devem ter tido intimidade.
— Sim, porque eu tentei não ser, eu tentei por muito tempo, mas isso não é algo que dá pra mudar. - eu me explico.
— E o Arthur, como vai explicar pra ele o motivo dos pais não estarem mais juntos? - minha mãe pergunta.
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Sempre foi você - Pejão
FanfictionPedro Tófani, filho de pais com muito dinheiro e obcecados com o que os outros vão dizer, conhece aos 11 anos João Vitor, filho da empregada, que vai ser seu melhor amigo e primeiro, e único, amor. Agora, 6 anos depois de ir embora, João volta para...