[07]

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ROSÉ

Minha visão ficou turva, eu queria ficar tonta. Aquela sensação de angústia me tomou, em todas às mesas haviam sangue nos copos e o pior era reconhecer aqueles rostos mesmo por baixo das máscaras.

Todos eram meus vizinhos. O cheiro de sangue tomou minhas narinas e pensar que todos ali devoravam humanos, me fez agarrar forte no braço de Jimin fortemente.

— Você está bem? – perguntou, queria tanto xinga-lo por não ter me contado sobre isso e sobre o cheiro enjoativo que esse lugar tem. Todas essas pessoas presentes aqui eram monstros, dos quais viviam sempre por perto. Senti meu corpo pesado cair sobre seus braços e minha mente desligar.

(...)

Abro meus olhos vagamente e pelos móveis, eu estava dentro de um quarto.

— Você está bem? – Eliza me perguntou, poderia lhe responder da melhor forma possível, mas apenas neguei com à cabeça, evitando possíveis problemas. Jimin observava de longe, e quando me viu de olhos abertos saiu da porta do quarto pegando tal rumo.

— Eu preciso ir embora. – digo me levantando, mas sou impedida, Eliza me segurou.

— Não podemos deixar ir, de qualquer forma não sabe o caminho e pode se perder, pelo menos espere até voltarmos. – pediu Adeline. Compreendi, não sei onde estou e sei que se continuar posso ter uma de minhas crises de pânico, tenho certeza de que eles não gostariam disto.

Me levanto da cama pois assim, eu poderia me distrair. Enquanto andava pelo corredor, observava às pinturas nas paredes, imagino que todas devam ser de pessoas importantes.
Uma delas me impregnou, os cabelos loiros de olhos azuis, à pele branca como as nuvens e à tatuagem na mão. Ela era exatamente igual à minha tia.

Observo à data que estava nos arredores dourados da pintura, mil oitocentos e quinze. Isso era impossível.

Balanço à cabeça repentinamente, uma pura conhecidencia.

Rolo meus olhos pelos outros quadros, tento conter minha emoção quando vejo aqueles mesmos rostos.

— Isso é... Surreal. – digo ao ver a pintura. Aqueles eram meus pais, dos quais eu confiava. Mil oitocentos e vinte, casamento de Dracos. Minha vontade correr me invade e eu iria fazer isso, até à figura alta me impedir puxando meu pulso. Era Jimin, tenho certeza de que ele sabe sobre tantas e poucas coisas mas nada deve ser de meu interesse.

— Eu já saberia que isso aconteceria, então deixei para que descobrisse por si mesma. – disse o mesmo, sua feição estava calma e serena, não parecia frustrado ou muito menos outras emoções. Mas mesmo assim eu não me continha, eu tinha tanta vontade de sumir, fugir, correr, e tudo mais que eu pudesse fazer para sair de sua vista.

— Me deixe ir, eu imploro! – digo enquanto tento me soltar de sua mão, todas às tentativas eram falhas. Ele tinha forças maiores que as minhas, velocidade mais rápida que à minha, presas maiores que as que eu nem tinha. Isso o fazia um horror.

— Para permitir que conte para às pessoas quem nós somos?! – ele gritou enquanto apertava-me mais ainda. Às lágrimas tomaram conta de meu rosto e eu não pude aguentar quando me deu vontade de cair no chão, foi apenas nesse momento quando ele me soltou me deixando agarrar minhas pernas enquanto desabava.

Eu não podia acreditar que meus pais eram criaturas como essas, e isso só justificava pelo tempo de vivência. E se tudo fosse conhecidencia? Eles são de um mundo, você e sua família são de outro, você apenas deve voltar de onde veio e deixar que tudo volte ao normal.

— Venha comigo e posso lhe explicar boa parte da história. – ele me estendeu sua mão em forma de ajuda para levantar-me. Logo o segui pelo castelo, ele parou assim que chegamos no topo da propriedade. À noite caída já deixava estrelas visíveis e o céu exposto para uma linda vista. Ele se virou para mim e acredito que começaria por ali.

— Seus pais já tinham descentes Vampiros, eles eram os mais importantes. Acontece que sua vó não era, então seu vô à transformou, antes disso, teve sua mãe, ninguém entendeu quando ela nasceu pois era metade humana e vampira, depois disso adotaram sua tia, Adelaine. Ela foi transformada também. Quando sua mãe conheceu seu pai foi o mesmo processo, uma vampira é infértil por isso ser humana ainda quando se envolve com um vampiro tem chances de gerar um feto. Sua mãe quase morreu quando te teve, e foi esse o motivo de virar uma de nós, já que ela nunca quis. – Quando ele terminou de falar, senti meu coração desacelerar.

— Eu... Preciso ir embora. – digo. Precisava ir o quanto antes para casa, esclarecer metade de todos os fatos, tentar entender o por que de tantas mentiras.

— Acredito que essa não seja à melhor hora. – diz. Mas mesmo assim isso não era o que me convenceria no momento.

Bem-vinda à Vizinhança || PJM + RNPOnde histórias criam vida. Descubra agora