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ROSÉ

Acordei com a luz do sol passando pelas brechas da cortina. Vencida pelo cansaço, voltei à me enrolar com o edredom em meu rosto, mas algumas vozes me impediram de cair no sono mais uma vez.

Me sentei na cama e percebi à porta do quarto aberta, com uma enorme curiosidade, sai do quarto sem fazer barulho.

Olhando por cima da escada, pude ver Jimin com algumas malas, ele iria viajar? Além dele, havia sua família e um casal do qual para mim era desconhecido.

Criei coragem e desci às escadas atraindo à atenção de todos para mim.

— Bom dia. – disse quebrando o clima que teria ficado. Eles se entreolharam e seu assunto parecia ter acabado, me perguntaria o motivo, já que parecem ter se espantado com minha presença.

— Bom dia querida, o café já está posto especialmente para você. – Sua mãe fala. Levo meus olhos para à mesa que estava com guloseimas deliciosas.

— Alguém irá viajar? – digo me voltando para eles.

— Ficarei um tempo fora, e você ficará aqui até eu voltar. – diz. Ele passou por mim e subiu às escadas, sem ao menos olhar em meu rosto. Eu odiava quando ele me dava ordens, principalmente sem dar um prazo de acabo.

[...]

Estávamos observando Jimin entrar dentro do carro depois de colocar sua coisas no porta-malas. Sua família acenou para ele uma última vez, e ele me observou por uma última vez antes de entrar no carro e partir.

Por algum motivo me senti mal, ele não estaria por perto se algo acontecesse.

Voltei para dentro e me aconcheguei no sofá, Jennie veio até mim se sentou ao meu lado.

— Qual assunto entre vocês que eu não posso ficar sabendo? – indago vendo sua expressão mudar. Ela se calou e por nenhum motivo respondeu minha pergunta.

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Três meses depois

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Se passou bastante dias depois da última vez em que vimos Jimin, bem, pelo menos eu. Existe algumas vezes em que sua família sai um por um e só voltam pelas tardes da noite, e acreditasse eu que eles saiem para visitá-lo.

Fico emburrada pelo motivo de cochichos pela casa, e sempre se despertam quando estou por perto. Já tentei por diversas vezes fugir ou sair escondido, porém eles sempre me acham. Quis sair daqui, mas sempre inventam algum pretexto para isso e eu acabo acreditando.

Não tenho notícias de meus pais neste tempo, e isso apenas me preocupa. Eles tentam me consolar quando me encontram chorando, mas dá boca deles só sai à mentira, e de alguma forma eu sinto isso.

Nada aconteceu comigo desde então, ninguém pulou para me atacar e na minha cabeça, eu tenho a certeza de que não corro mais perigo. Pelo menos é o que eu acho, já não saio desta casa à três meses.

A campainha tocou e antes que eu levantasse para abri-la, Jennie passou em minha frente correndo, então não dei importância e deixei passar em minha frente. Me voltei à se sentar no sofá até escutar um grito de Jennie.

Olhei para a porta e lá estava ele. Jimin estava com um semblante caído, Jennie o agarrou fortemente enquanto comemorava pela sua chegada, porém, ele a desgrudou e foi até seus pais.

Ele não ligou para à minha presença, e eu não parava de olhá-lo. Para mim, não imaginava que chegaria a qualquer momento. Ele conversou algo com seus pais, o semblante deles também mudou, minha cabeça rodou por muitas perguntas, o que aconteceu?

Ele se virou para mim.

— Precisamos conversar. – foram suas últimas palavras antes de todos que estavam na sala, se retirarem. Ele em nenhum momento disse nada, mesmo eu ali esperando por alguma notícia. Eu estava com um sorriso largo no rosto, feliz por sua volta.

— Antes, quero que me desculpe, isso foi difícil.

Meu sorriso se transformou em uma expressão de dúvida, Jimin caminhou até mim e me puxou para se levantar, esperando que eu olhasse no fundo de seus olhos.

— Eles mataram seus pais. – disse de forma rápida. Ele parecia estar correndo de uma verdade, à verdade de qual estávamos juntos. Olhei para o chão tentando processar o que acaba-se de me dizer. Voltei à fitar seus olhos rindo dele, brincadeiras.

— Pare com isso, eu odeio brincadeiras assim. – digo. Ele me agarrou pelos ombros.

— Acha que estaria brincando com isso? 

Meu sorriso se desmanchou, desta vez a minha expressão caiu. Meus olhos se encheram de água, mas em nenhum momento alguma lágrima caiu. O empurrei para longe, como poderia me dizer isso agora?

— Eu tentei impedir, mas não deu tempo. – ele disse. Levei às mãos para minha cabeça querendo gritar naquele momento, apenas não cai no chão, pelos seus braços que me seguraram forte. Vi seus pais virem até mim e me colocarem no sofá, às lágrimas já haviam começado à cair e eles as limpavam com um lenço.

Todos nossos momentos rodaram pela minha cabeça, meus pais eram ameaçados e eles esconderam isso. E como eu não pude dizer uma última palavra à eles? Me desculpar pelas minhas infantilidades e por não ter perdoado eles.

Minha garganta se formou em um nó, ela doía já de tanto chorar. Eu via tudo rodar, mas em nenhum momento eu apaguei. Eles estavam tirando tudo de mim, era uma realidade paranormal que eu me recuso a acreditar que estava acontecendo.

Eles falavam muitas coisas, perguntavam como eu me sentia mas eu não conseguia respondê-los. Então, Jimin me tirou daquele alvoroço e me levou até o quarto, me deitou na cama e me embrulhou no edredom dela.

— Durma e depois explicarei suas perguntas.

Está foi à última coisa que escutei antes de fechar meus olhos.

Bem-vinda à Vizinhança || PJM + RNPOnde histórias criam vida. Descubra agora