ROSÉ
Desta vez que acordei, ele não estava mais, porém eu já estava em meu quarto.
Foi um sonho? Essa pergunta sumiu de minha mente quando vi um bilhete em minha cabeceira junto à um colar.
"Para lembrar."
Observei os detalhes dele, era prata e uma bolinha redonda, havia o desenho de uma flor.
"Para minha rosa, a mais bonita do jardim."
Abri o colar, e lá estava uma foto nossa, da qual ei nem lembrava de ter tirado.
E se esse sentimento não fosse retribuído? Eu me mataria todos os dias se isso acontecesse. Ele estava sendo uma obra de arte que estava conseguindo confundir meu sentimentos e os revirar.
Porque eu pensava diferente antes, e agora ficou pior.
A porta do quarto foi aberta por minha tia.
— Me ajude à colocá-lo.
Estendi o colar em sua direção e ela logo me ajudou, seu sorriso perverso apareceu em seus lábios rosados.
— Então ele sente algo por você?
— Como sabe de algo? – indago.
— Eu vi, e eu percebi antes de ele sair de casa, estava aqui, acariciando seus cabelos e seu rosto, e ele não se surpreendeu quando eu apareci. Invista nele, pode ser uma história longa, mas nada que continue escrevendo após sua mão ainda estar cansada. – eu sei o que ela dizia com essa frase, mamãe sempre me dizia ela.
— É cedo demais para dizer que eu o amo, preciso me acostumar com o sentimento. – disse.
— Só não é cedo para amar. – ela disse antes de deixar o quarto.
Pois bem, não era isso o que eu queria, amar alguém? Só não contava que seria logo com Jimin. Mais não deixaria passar à oportunidade.
Onde está você?
Pergunto pela força de meu pensamento. Quero vê-lo.
Agarro aquele colar em meu pescoço, aonde está você?!
Não duvido de seu amor, duvido do meu, tenho medo de não o amar. Meu sentimento antes era desconhecido, eu expressava sentir raiva, quando na verdade para mim era normal. E agora está confuso.
Deus, onde quero chegar?
Vou até à janela para poder observar quem passava pelas ruas. Meu olhar ficou preso nela por muito tempo. Saio do quarto em um pulo até achar minha tia pela casa.
— Vamos embora hoje mesmo, agora mesmo. – disse. Ela não entendeu a mudança repentina de ideia, ainda faltava mais um dia para ficar, porque pretendia ficar três dias, mas meus pensamentos me convenceram por outro lado.
— Claro. – ela finalmente entendeu meu desejo e saiu do cômodo que estava.
Ponho minhas mãos em minha cabeça.
[...]
Já estávamos pegando estrada, meus avós se despediram com uma dor no coração, que eu também senti, mas eu precisava ir.
Acomodada no banco do veículo eu não tirava meus pensamentos de Jimin, para mim ele nunca sofria, mas percebi que se tratava da família dele.
Observava à gota de chuva cair pelo vidro do carro, quando me tornei tão impossível?
Sempre foi. Meu pensamento me avisou.
Se passou bastante tempo até finalmente reconhecer às casas, minha tia parou em frente à casa da família Park. E meus olhos vibraram no Park abraçando outra mulher de cabelos negros, não reconheci ela, estava de costas.
Abri a porta do carro e à fechei em um baque, a chuva intensa já me molhava me deixando enxarcada.
Ao chegar perto, percebi à mesma menina com quem ele estava no shopping.
Isso não me deixou estressada, mas ele não falou o que era dele, apenas negou ser sua namorada.
Com suspiros altos, ele percebeu minha presença e logo se surpreendeu ao me ver à sua frente, alguns centímetros longe.
— Saiu de meus braços e correu para os dela? – disse, fazendo à menina logo o deixar asustada.
Minha cabeça estava explodindo pela dor que causou pela viagem. Para evitar algum problema, sai dali e atravessei à rua, direto para minha casa.
Escutei seus gritos chamando pelo meu nome, vi minha tia sair do carro apressada e me entregar às chaves de longe, para poder entrar em casa antes que ele me alcance. E por conta da chuva caindo nela, e meus dedos já molhados, não facilitou.
Ele puxou meus braços, me virando para ele.
— Eu nunca à trocaria. De onde tirou isso?
Ele puxou às chaves de minha mão e abriu a porta em três segundos, após perceber minha dificuldade.
Entrei em casa sem olhar para trás.
Não era ciúmes, eu nem tinha como ter isso. Mas, como me deixou e três horas depois já estava com outra?
— Covarde! – gritei, pois sei que ouviria, ele ainda estava na porta. Limpei meus olhos pela água caída da chuva, bem, eu achava que era, até ver o gosto de salgado cair em meus lábios, e ver lágrimas saindo de meus olhos, e não de meu cabelo.
Ele entrou dentro de casa e veio em minha direção.
— O que preciso fazer para provar que te amo?! – levantou meu rosto como hoje cedo. — Ela só veio me visitar e percebeu meu estado e se ofereceu para um abraço, pode acreditar em mim? – ele suspirou — Pensei que estava confusa sobre mim, e vejo que deve retribuir seu sentimento, para estar nesse estado não tem outra explicação.
Suas palavras me tocaram e percebi o quão burra eu sou. Ele sabia mesmo como e quando usar seus argumentos.
Sem se importar, seus lábios mais uma vez neste dia tocaram o meu, me envolveu em um novo beijo, e nele eu sentia esperança, da qual ele se desfrutava.
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Bem-vinda à Vizinhança || PJM + RNP
FanficMe mudo para um bairro dos EUA em busca de um novo recomeço, às pessoas são gentis mas algo sempre incomoda elas. Eu não sei se é por conta da minha chegada ou se elas realmente escondem algo, algo que sou à única que não sei.