ROSÉ
Levantei pela manhã e coloquei a primeira roupa que vi pela frente. Eu escutei alguns gritos eufóricos do andar de baixo, creio que pelas vozes, eram minha tia e minha avó.
Minhas suspeitas foram concretizadas, me escondia atrás do corrimão da escada para poder visualizar melhor sobre o que elas falavam.
— Entenda: Eu quero ele por perto para me ajudar à proteger ela também. O que aconteceu entre você e à família dele não tem interferência alguma. – minha tia gritou parecendo tentar convencer minha avó de algo.
— Não quero ela perto daquelas pessoas. Tenho preocupação em relação à isso. – disse minha vó alterada.
— Eles adoram-a! E não duvido que aquele rapaz sente o mesmo por ela. – disse minha tia, e eu sabia que elas falavam sobre mim.
— Quero preservar muito seu futuro, e um perto daquelas pessoas não indica boa coisa, por que não vê, minha filha.
— Eles são iguais à nós, nunca parou para pensar? Se quer ter tanta autoridade para afastar ela dele, então vá pela opinião dela.
Escutei os passos de minha tia em direção à escada, então rapidamente corri para a porta de meu quarto, encenando que estava acordando quase agora.
Pus minha mão na boca fingindo bocejar.
— Bom dia, querida. – minha tia disse ao subir as escadas com uma cara nada boa, sem esperar por respostas, sumiu pelo corredor.
Desci os degraus encontrando minha vó pela cozinha.
— Bom dia, Rosé. Como se sente?
Fiquei conversando com ela enquanto tomava o café da manhã que ela havia preparado.
Em todo momento não me tirava da cabeça sua discussão com sua própria filha. O que aquela família tinha que elas não queriam que eu soubesse?
Eu iria me levantar para sair da mesa, quando minha avó tocou meu pulso e olhou em meus olhos.
— Rosé, o que acha sobre os Parks? – se referi à família de Jimin
— Bem, eles são agradáveis e atenciosos, nunca me trataram mal, agradeço à eles. Inclusive, tive uma boa recepção em sua casa. – disse enquanto recebia o olhar de minha vó.
Ela largou meu pulso e acenou com a mão enquanto me afastava. Não me tirava da cabeça, ela talvez queria me afastar deles? Será por serem vampiros?
Não teria lógica, eles também são, então, daria na mesma. Certo?
Subo para cima e decido entrar escondida no escritório de meu avô. Caminho até sua mesa de madeira que nos cantos tinham gavetas. Baguncei algums papéis que estavam ali mas não era tão importante para mim.
Fui até à estante atrás de sua mesa e vasculhei cada gaveta a mais e olhei em baixo de cada objeto.
Nada.
Vou até a outra cômoda da parede direita e eram tantas gavetas. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove.
Dez, abri a gaveta e me deparo com uma caixa no tom marrom. Ela parecia mais velha que à mim, típica de um filme velho.
Fecho as gavetas e pego a caixa, deixando o escritório junto com ela.
Volto para meu quarto e coloco a caixa em cima de meu colchão e do edredom. Abro ela e me deparo com diversos bilhetes e envelopes.
Decido começar à ler um deles.
"Olá meu amor, tenho tantas saudades e não imagina quanta. Talvez demore para voltar, não sei ao certo, mas a demora é apenas um período, nada que o nosso amor não supere."
Maio, 1798
"Querida, voltarei em breve, me aguarde. Poderemos nos abraçar novamente e sentir nossos cheiros, não vejo à hora de poder me agarrar em você e não lhe soltar mais. Espero imensamente que esteja bem, que esteja se cuidando e cuidando de nosso amor, nossos próximos momentos serão agarrados."
Julho, 1798
"Houve um problema, espero que me perdoe. Minha família está passando por um momento difícil, e eu deveria estar com eles, farei o possível para estar ao seu lado em pouco tempo, quero que saiba que não precisa se preocupar comigo, para isso não há motivos. Não se desaponta também, 'nosso amor é invencível' Se lembra, não é?"
Setembro, 1798
Me deparei com fotos espalhadas, e mais cartas.
"Olá Matt, queria dizer uma notícia importante para você, que agora carrego um fruto nosso, eu não sei como aconteceu, mas estou grávida. Depois que viajou com meu pai, foi quando eu descobri. Continue vivo para poder visualizar de perto esse momento, o nosso momento."
Janeiro, 1823.
Está era de minha mãe, consigo reconhecer sua letra! Sem contar sobre ter mencionado meu pai.
Se ela engravidou de mim em mil e oitocentos, como ainda estou viva?
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Bem-vinda à Vizinhança || PJM + RNP
FanficMe mudo para um bairro dos EUA em busca de um novo recomeço, às pessoas são gentis mas algo sempre incomoda elas. Eu não sei se é por conta da minha chegada ou se elas realmente escondem algo, algo que sou à única que não sei.