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ROSÉ

Assim que acordei, corri alguns quarteirões para poder desfazer o maldito humor que eu estava.

Recebi algumas ligações de Sam, perguntando se poderíamos sair para algum lugar calmo, e imediatamente recusei. Eu estava mal, e não queria evitar de deixar isso evidente.

Eu sentia falta de poder dormir e acordar na minha própria casa, sem escutar barulhos e ter que presenciar aquelas pessoas à todo momento pedindo por sangue.

Eu já estava voltado à ir para à faculdade, mas justo hoje decidi não ir, por qual motivo seria, não é mesmo?

Eu queria ouvir de Jimin o que tinha acontecido, mas eu me perguntava se eu deveria. Eu iria me remoer a cada palavra, passaria dias tentando cutucar a ferida, não seria um problema para minha mente me lembrar disso a todo momento.

Eu estava tentando fugir da verdade, e estava evitando desde que acordei trombar com Jimin, era impossível, claro, Estamos na mesma casa.

"O que fiz para merecer isto?"

Notei que já estava perto do almoço e tinham algumas mensagens no meu celular, eram dele.

"Quando vai chegar?"

"Venha logo, é perigoso ficar muito tempo longe."

"Se me ignorar mais uma vez eu irei atrás de você."

"Chegue antes do almoço."

Tenho à absoluta certeza de que ele sabia que eu estava o ignorando e se eu não sumisse de sua vista ele viria atrás de mim.

Procurei o restaurante mais perto e decidi que almoçaria nele, enquanto isso eu pensava em uma maneira de não ter que voltar para lá agora.

De qualquer forma eu precisava de um banho e trocar minhas vestimentas, droga.

[...]

Quando passei pela porta, não vi ninguém, que puta de sorte. Não escutei nenhum barulho ou muito menos vi a silhueta de um deles.

Passei pela sala e subi às escadas lentamente, quando eu iria abrir a porta, encontrei Jimin que se virou para mim.

— Se ousar tentar fugir de mim mais uma vez, você terá sérios problemas. – disse com sua voz rouca. Engoli em seco, tenho certeza que eu estou suando frio neste momento, ele veio caminhou até mim e fechou à porta atrás de mim, puxou meu pulso e me jogou na cama, ficando por cima de mim. Meu coração acelerou, ele iria me matar?

— Vá tomar banho, você está fedendo. – disse em poucas palavras. Eu queria socar seu rosto neste momento, empurrei ele para longe e segui para o banheiro.

Após meu banho que demorou algum tempo, troquei minha roupa por um vestido branco e confortável. Sai do banheiro e me sentei na cama, esperando por algo vindo do homen que estava sentado ao meu lado.

Fiz sinal para que ele começasse à explicar e assim ele fez.

— Seus pais estavam sendo ameaçados constantemente, e isso por você. É uma humana, que sabe à verdade sobre nós, e isso causou uma confusão tremenda entre alguns Vampiros. Eles foram para o lugar onde nenhum vampiro deve atacar o outro, por leis, que no caso seria o nosso "mundo". Os homens estavam indo contra às leis e mesmo assim ainda vão atrás de ti. Eles sabiam que se fossem até seus pais, iriam conseguir alguma coisa, e esperaram para eu sair e manteram seu plano em ação. Seus pais não queriam dizer nada, e isso resultou no pior ato. – disse

— E porque não me disse que iria para lá? Não havia motivo para esconder de mim. Todos iam lhe visitar e me deixavam em dúvidas, e ao menos para me dizer o que estava acontecendo! Você me viu naquele dia, olhou para mim, e não disse absolutamente nada. – gritei. Talvez se ele tivesse me dito, eu estaria ciente do que estaria acontecendo, e não teria ficado igual uma burra atrás de informações.

— Me escondeu um fato importante da minha vida, uma coisa que eu precisava saber. – disse novamente.

Foram os minutos mais confusos da minha vida. Discutimos tanto que já quase me via rouca, eu sabia que me exaltaria.

A cada coisa que ele falava eu conseguia sentir um peso dessa culpa, eu apenas queria que ele tivesse me dito o motivo de sua ida, era tão simples.

Nunca me senti com tanta vontade de atacar a primeira pessoa que eu via na minha frente, raiva, tristeza, rancor, estava tudo misturado.

Fomos interrompidos por Eliza entrando no quarto, ela disse que uma pessoa estava esperando por mim, e que eu devia descer.

Olho uma última vez nos olhos de Jimin e desço para o andar abaixo. Meus olhos rapidamente se prendem em uma mulher conversando com a sra.Park, os cabelos loiros de olhos azuis, à pele branca como as nuvens e à tatuagem na mão.

Impossível não reconhecer minha tia. À mulher que presenciou toda minha infância e de repente, sumiu.

Aquele amor de pessoa, que sempre me tratou como uma filha. Que enchia meu rosto de beijos dizendo que atrairia beleza. Me doeu no coração quando senti sua ausência, me perguntava todas às noites, "onde está ela"?

E ela está bem aqui, talvez tivesse lembrado dela pela penúltima vez quando à vi na pintura.

A mulher caminhou até mim e me puxou para um abraço, eu não retribui, estive parada des de o momento que vi ela. Seu aroma de flores invadiu minhas narinas, como eu poderia acreditar que isso estava acontecendo?

— Espero que me perdoe por nunca ter voltado, se eu soubesse o que estava acontecendo, teria movido céus e terras apenas por você. – ela disse. E fraquejei ao cair em prantos em seu abraço, isso me trazia lembranças boas e ruins.

Bem-vinda à Vizinhança || PJM + RNPOnde histórias criam vida. Descubra agora