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ROSÉ

Estava caminhando pelas ruas, era minha primeira vez sozinha.

Refletindo sobre minha vida, como ela poderia ter mudado em tão pouco tempo? Em pensar que nesse momento eu poderia estar voltando da faculdade, agindo normalmente, fora desse universo.

Estive fazendo escolhas ultimamente que meu eu de antes nunca acreditaria quando soubesse, a morte de meus pais só influenciou no andar de minha vida. A sensação de ainda não se sentir viva e completa acabava comigo todos os dias. Seria isso um desabafo sobre o fim de minha felicidade?

O universo escolheu o meu destino infeliz? Porque por algum motivo todos vampiros não ter amor no coração, ou apenas mínimos apresentam ter. Os deuses enviariam uma alma para me tirar da escuridão? Ou além de única humana na família, a única derrotada sobre experiências.

Como explicaria se alguém me perguntasse como me sinto? Me sinto acabada. Sinto falta daqueles que mais me abraçaram e que agora não estão mais aqui, essa era minha vida.

Afinal das contas, quem me amaria? Sou problemática, e não tenho dez porcento da felicidade que outras garotas tem ao descobrir alguém tem interesse em mim.

J

á mandei muitos embora, pois era nítido em seus olhos o interresse em meu dinheiro, hipocrisia.

Como meus pais eram perfeitos juntos? Não faço à mínima ideia, talvez a química de meus avós devem ter passado para eles. Mas e eu? Não já tinha passado tempo demais para encontrar alguém que me ame?

Andando encontrolavelmente pela rua, acabo esbarrando em alguém, meus olhos estavam fixados no chão e eu não tinha tempo para ver quem era.

— Perdão. – disse, eu voltaria a andar se não tivesse reconhecido a voz.

— É um perigo donzelas andando pela rua, ainda mais estando sob perigo. – levantei meus olhos e vi Jimin, revirei os olhos, quando eu falava de um amor, não me referia a um idiota. Porém, notei o vermelhão em seus olhos, estava chorando?

— Aconteceu algo? – isso foi o bastante para cair em meus braços, deveria estar muito acabado para tal ato. Ele me envolveu em um abraço, para não ser uma estraga prazeres, retribui. Senti suas lágrimas molhadas em meu ombro, passei minha mão em suas costas, ele deveria estar acabado. Eu não escutava o barulho de choro, porém sentia minha blusa molhada encostando em minha pele.

— Venha.

Em um pulo estávamos em casa, por sorte, todos pareciam ter saído. Sentei ele no sofá da sala, seu choro estava incontrolável.

— Está me preocupando, me conte o que aconteceu. – exigi, porém desisto quando ele volta à chorar. Quer dizer, ele nem havia parado, apenas não conseguia deixar de soluçar. O confortei em meus braços novamente, sentia sua respiração ofegante e isso me deixava mais curiosa.

— Pensei que não me acolheria, mas estou errado. – sua voz fraca e embargada saiu como um sussurro. Foi quando senti seu hálito de quem bebeu horrores. O afastei automaticamente.

— Você não é de se embebedar, o que aconteceu, me diga agora. – exijo novamente.

— Minha irmã. Eles deixaram ela mal. – Jimin disse. Aquilo foi o suficiente para eu saber de que ele se referia sobre aqueles malditos que estavam atrás de mim. Estavam usando de todas às formas para me atingir, e agora querem atingir ele, por me proteger sempre. O sentimento de culpa cai sobre minhas costas, isso é por minha causa. Achava que ele exagerava, mas por um mero descuido, sua irmã está mal. — Jennie está muito mal.

O abracei mais uma vez, permitindo que ele voltasse a se derramar. E assim ficamos por bastante tempo.

[...]

Acordei e percebi estar sozinha no sofá, ele havia ido embora? Meu coração logo se apertou.

Escutei barulhos vindo da cozinha e caminhei para lá, e graças à Deus ele estava lá.

Ainda não havia parado de chorar, seu rosto inchado lhe denunciava.

— Rosa. – veio até mim em passos largos, colocou suas mãos em meu rosto, o levantando mais. — Prometo não deixar eles te machucarem. – suspirou segurando as lágrimas. — porque, Eu te amo.

Seus lábios colaram aos meus, me envolvendo em um beijo, por impulso, não o afastei, apenas deixei que me beijasse, sentia que ele precisava disso.

Meu coração estava à mil.

"Eu te amo".

Ele me amava.

Puxei sua nuca com a minha, desejando mais que tudo aquele beijo. Havia, desejo e carinho ali, e eu adorava.

— Você me faz feliz, não me deixe. – ele se separou de mim, aquilo estava virando uma declaração e eu estava ainda calculando aquilo.

Permaneci parada, ele me ama? Ele disse que me ama. Então, o universo ouviu minhas preces.

— Não me importo se esse sentimento de mim é retribuído ou não, apenas quero que saiba que te amo, e não me permito saber que te perderia para eles.

Aquilo foi a maior prova de amor em toda minha vida, e eu estava feliz por isso. Não conseguia saber o que é sentindo, mas nada era em volta de raiva ou qualquer sentimento que me deixasse furiosa.

Por algum motivo meu coração palpitou em suas palavras, mas, ainda era cedo demais para dizer que também o amo, ou minha própria mente estava sendo traiçoeira comigo.

Jimin colocou nossas testas, e essa sensação era única.

— Me prometa, nunca me deixar. – ele disse.

— Prometo.

Além de tudo, foi ele quem me protegeu quando eu estava em apuros, talvez seja cedo para dizer que o amo, mas esse sentimento não é raiva ou indiferença, algo no fundo pode começar à crescer e se isso for verdade, eu não vou impedir.

Bem-vinda à Vizinhança || PJM + RNPOnde histórias criam vida. Descubra agora