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ROSÉ

Peguei minhas peças de roupa que estavam no closet e joguei metade delas na mala enorme de pouco em pouco.

Sobre toda segurança. Não preciso, sempre vivi muito bem, a razão por estar indo embora é nítida, eu não precisaria que uma vizinhança inteira me vigiasse. Eles mal sabiam se controlar perto de mim, essa seria à explicação para sempre se contorcerem por estar com uma vizinha humana.

Eu mal cheguei em outra cidade e sou surpreendida por um universo paralelo do qual eu não quero fazer parte. Enquanto recolhia minhas coisas do guarda-roupa, observo Jimin escorado no batente da porta, estudando cada passo que fazia.

— Sair daqui não adiantaria. – diz. Parecia ter sua expressão severa, eu sabia que estava tentando me manter aqui, isso tem possibilidades de ter sido a pedido de meus pais. Fecho o guarda roupa e pego algumas maletas para guardar acessórios e coisas sem importâncias.

— E ficar também não. Minha segurança seria melhor longe de sanguessugas como vocês! – exclamo. Logo percebo seus lábios alinharam e sua expressão ficar pesada. Por alguns segundos eu havia ficado temida com sua figura, aliás, ele era alto e forte, caminhou em passos rápidos até mim e agarrou meu braço fino. Ele apertava com tanta força que eu não escondia à expressão de dor que sentia.

— Deveria parar de se referir assim sobre nós. Poderia estar te matando neste exato momento, mas agora estou cumprindo o que me pediram. – disse. De forma nenhuma largou meus braços, mesmo suplicando não adiantaria. Eu via o ódio em seus olhos, não poderia adivinhar que algo assim poderia atingir ele de tal forma, foram apenas palavras.

— Se acha que deve, então me mate. – disse ríspida. Ele largou sua mão de minha pele e mesmo assim não foi embora, fechou seus olhos permitindo que sua concentração chegasse até se sentar na cama pacificamente.

— Se continuar guardando suas coisas, talvez eu pense nessa suposição. – Disse.

— E quem é você para me impedir de algo? – grito. Ele se levantou novamente e apontou para meu braço, estava vermelho e um pouco roxo, havia alguns indícios de sangue preso pela forma como me segurou anteriormente.  — Não quero fazer pior. – disse

Logo saiu pela porta do quarto, me sento no chão e suspiro, ainda havia coisas jogadas pelo chão do quarto, pela cama, tudo estava um caos.

Me venço pelo cansaço e me deito no chão, fechando os olhos vagarosamente.

[...]

Acordei indisposta, meus cabelos bagunçados e minha roupa totalmente amassada. O quarto não estava como antes, parecia arrumado, muito diferente de quando cai no sono. E eu já não estava no chão, alguém havia me posto na cama e trocado os edredons dela.

— Você dormiu o dia todo, parecia mesmo cansada. – disse Eliza. Ela estava sentada em frente ao meu notebook que estava em minha escrivaninha. Olhei para à janela e estava de manhã, o sol estava radiante com as nuvens brancas pelo céu.

— Porquê está aqui? – indago.

— Jimin me mandou para arrumar sua bagunça. – disse. Notei às malas no canto do quarto, estavam vazias, também deveria ser ao seu mandato. Bufo em imaginar que teria que sair desse lugar escondida.

Bem-vinda à Vizinhança || PJM + RNPOnde histórias criam vida. Descubra agora