Homeland

242 30 1
                                    


Mais um, eu sou ou não sou tão legal por estender essa história depois de ser ameaçada? 

...

Mamãe tentou me distrair puxando uma conversa sobre fazer compras, ela não queria que eu escutasse o que os manifestantes gritavam na frente no portão principal de Homeland. Muitos humanos berrando obscenidades, segurando cartazes com símbolos religiosos, outros arremessando objetos para acertar quem quer que estivesse nas guaritas, os vidros deveriam ser reforçados, pois não quebravam.

Mary tapou os olhos de Alex depois que os jips  se aproximaram de um  grupo de mulheres vestindo minúsculas roupas, pulavam com seus seios à mostra, chamando a atenção dos guardas. Seus olhos fuzilavam Steve, averiguando se ele estava olhando também.

As coisas estavam interessantes por aqui, fiz uma nota mental, depois que minha pantera acordou, em alerta máximo, para perguntar a Nete se ele fazia parte da guarda das guaritas, eu não queria que ele visse essas mulheres nuas, só o pensamento deixou minha pantera bufando, com puro ódio assassino. 

passamos por uma revista, e finalmente entramos.

O lugar era bonito, fora planejado para parecer um lar, os prédios e casas estavam espalhados pelas pequenas ruas fofas, pintadas em tons coloridos. Alguns Novas Espécies nos olhavam curiosos, dois, dos quatro que nos revistaram, ficaram para nos acompanhar, eles estavam vestidos com coletes a prova de batas e roupas de combate pretas. Podia dizer que o mais baixo tinha mesclarem com chimpanzé, seus olhos eram mais arredondados que o dos humanos e seus traços finos e delicados, eles eram lindos. Não sei bem o que o outro é, felino ou canino, seu porte era mais alto e mais largo.

— Agradeço que o exército esteja colaborando com o resgate dos nossos companheiros, mas não é necessário que o coronel prossiga. A NE irá lhe acompanhar até a saída — Falou o mais robusto. Os dois Novas Espécies ficaram entre meu pai e seus homens, usando seus corpos como escudo entre nós. Mamãe observava a interação tensa, tenho certeza que ela poderia arrancar minha mão fora se apertasse mais forte.

— Vai ficar tudo bem, aqui vocês estão seguros — olhos bonitos manteve certa distância de mim, falando pensadamente, talvez ele pensasse que eu tinha medo dele? Ele acenou para que Alex se afastasse um pouco de mim, ele deu alguns passos para trás, não entendo bulhufas do que estava acontecendo.

— Ela não vai dar um passo longe de mim, jovem, é melhor sair do nosso caminho — Meu pai era algumas polegadas mais baixo que o Nova Espécie grandão, mas ele não teve medo de enfrentá-lo, seu rosto estava sério, ele deu um passo a frente para provar seu ponto. Meu coração se aqueceu, ele estava tentando me proteger. Até Mary colocou eu e Alex para trás dela. Nós a deixamos fazer isso, é claro. 

Foi aí que as coisas ficaram feias, os dois apontaram armas, tirando rapidamente as pistolas de seus coldres, para meu pai, alternando entre seus homens, que por sua vez apontaram fuzis para eles. Alex nos puxou para trás dele, alerta com o perigo iminente. Todos nós mostramos nosso dentes, minhas garras cresceram e Alex rosnou em aviso. 

— Não toque na presente — Grandão alertou o meu  meu irmão com um grito impotente. Presente? que presente? 

AH, agora faz sentido, eu sou baixa, alguns traços delicados, e não disse uma palavra desde que descemos do jip, eles acham que eu sou uma presente, experimento em bebes fêmeas projetadas para serem frágeis, dadas de presente para os patrocinadores e colaboradores nojentos. Nossa audição aguçada me permitiu ouvir todas a conversas que Stive pensava que eram particulares no escritório. 

— Reforço no portão principal. Tragam uma fêmea para escoltar uma presente ao prédio feminino — Olhos brilhantes falou ao rádio.

— Ela é minha... — Stive parou no meio, não terminando a frese, se quisemos viver juntos, fora dessas paredes, a identidade dos meus pais não deveria ser divulgada. Ele não queria que ninguém, além de Justice Nort soubesse dessas informações confidenciais. Eu não esperava que NE fossem tão profissionais, não sabia se ficava feliz por eles ou triste por nossa situação. Mau pai só piorou a situação não terminando sua frase, agora eles pensam que eu sou uma presente e que meu pai era meu dono, mais um dia comum na minha vida.

— Balance a cabeça se esse homem te faz sentir mal, ok? não tenha medo, somos novas espécies como você e vamos te proteger, fêmea — olhos bonitos pergunta. nesse meio tempo outros chegam com reforço, meus dedos estão dormentes pelo aperto de Mary. Minha pantera se acalma e eu me aproximo mais dele para poder falar em particular. 

— Não, ele jamais me faria mal, ele é nosso pai — Confidencio apontando para mim e para Alex, Stive franze o sobrolho e passa as mãos por seus cabelos grisalhos, alguns fios brancos  brilham ao sol. Ele não gostou que entreguei sua identidade.

— Precisamos de Trisha, a fêmea está com problemas, provavelmente bateu a cabeça — o mais robusto diz ao rádio, esse é o pior momento para Carter rir, mas sua gargalhada é tão alta e tão contagiante que até eu não resisto, inclinado meus lábios em sorriso largo também.

— Nós somos irmãos, ele é nosso pai e ela não é uma presente. Longa história — Alex finalmente resolve intervir, penso que não fará efeito até todos eles baixarem suas armas contra os homens do meu pai.

— Por que não disse antes? Meu nome é Smiley, escolhi esse nome porque meu sorriso é irresistível. e o seu? Meu amigo alí atrás é o Numbers — Olhos bonitos dá duas batidinhas nos ombros de Alex, como velhos amigos e o arrasta na frente, caminhando juntos.

— As presentes não devem ser lavadas a sério aqui, tudo que eu disse foi invalidado — murmuro para mim mesma. E eu não sabia o quanto eu estava certa, mas de uma maneira fofa e super protetora. 

O grandalhão ainda está com um pé atrás, me observando atentamente. Papai se aproxima e laça meus ombros, olhando nos olhos do Brutamontes, bem afrontoso se me perguntar. Pela primeira vez nós nos abraçamos de lado  bem forte, deixando claro que ele não é uma ameaça para mim. Mary está com seu celular, trocando de posições, agachada, inclinada, sentada... para tirar fotos de nós nos abraçando?

— Realmente estou bem, não se preocupe — tranquilizo Numbers com um sorriso largo.

—Saiam da frente, não tenho tempo para isso — Stive avança, esbarrando em Numbers, creio eu que de propósito, arranca-lhe um rosnado. Seus lábios descobrem sus pressas imensas, elas são gigantes comparadas ás minhas, automaticamente minha língua passa por meu canino.

Eles nos escoltaram até uma fileira de carrinhos de golfe, que estão no meio-fio, cada um deles dirige um, nos dando um tour pelo lugar, sua atenção me deixa desconfortável, Numbers constantemente me verifica no retrovisor. 

Essa será uma longa viagem. 

Novas Espécies - Liv (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora