Liv:
Carter já superou o susto de ter uma arma apontada para o crânio dele, pelo menos é o que eu acho, tendo em vista que ele já puxou assunto sobre o tempo e mudou a estação de rádio sete vezes. Estou ficando incomodada. Bem no fundo nós dois sabemos que eu não sou capaz de lhes fazer mal, ele só estava seguindo o protocolo que lhes foi dado, cuidando de mim. E eu fiz o mesmo, segui meu próprio protocolo.
Vira e mexe meus pensamentos se voltam para Nete, me parte o coração que meu companheiro seja um traidor. Agora isso não importa, meu coração só está autorizado a se lamentar quando toda a minha gente estiver livre.
Estamos na estrada faz umas horas, o sol já dá vestígios de aparecer, noto que meu motorista está cansado, pudera, o coitado nem dormiu.
— Precisamos parar no próximo posto — Carter fala ao olhar o painel do carro. Antes de sair da cidade nem passou pela minha cabeça que o carro precisava de gasolina. não é todo dia que somos traídos né, me deem um crédito.
— Sim, vamos parar para abastecer. Pode deixar que eu dirijo daqui — com um bocejo ele nega, balanço a arma o fazendo saber quem manda e seus olhos reviram.
— Você vai nos matar se dirigir — sua face está séria, mas algo me diz que seu interior está rindo de mim.
— Eu aprendo rápido, e você que vai nos matar caso durma no volante — Ao parar o carro trocamos de lugar, ela abaixa a cadeira do carona e não se passa quatro segundos antes de se jogar no sono.
Estaciono no posto, minha barriga protestou com fome.
— Carter? — o cutuco, ele está em posição fetal e da sua boca desce uma babinha, riu internamente. Será que devo dizer que sua boca está cheirando a caça podre? melhor não, os humanos são sensíveis demais.
— O-i? — Ele levanta assustado. O cabelo desgrenhado torna sua aparência ainda mais sonolenta.
— Coloca gasolina — dito para Carter. Observo ele o fazer para não ter que pedir da próxima vez. Ele termina e estendo a mão.
— O que? — Ele pergunta.
— Eu estou com fome, me dá o cartão mágico — Ele tem a audácia de rir de mim.
Me explica que o nome é cartão de crédito e débito, explana sobre como papel tem a mesma função do cartão: comprar coisas. Escuto paciente para no final fazê-lo se sentir mal por ter rido de mim.
— Perdão Carter, eu não tive liberdade para aprender coisas corriqueiras como saber o nome das coisas.
Ele empalidece e pede desculpas, sorrio, demonstrando que só estava fazendo uma graça.
Entro no pequeno estabelecimento que fica bem próximo do posto. Aqui tem um cheiro delicioso, escolho várias coisas.
Uma fêmea humana está no balcão. Aproximo-me.
— Com licença? Quando eu estava vindo acabei atropelando algum animal, não quis chegar perto. Você sabe que horas a patrulha passa? Sabe, para verificar. Acho que estava mal.
Que desculpa mais brega, foco, concentração.
— Quem faz patrulha é um velho nojento, então esquece. Pelo menos era para ele fazer, mas fica nos bordéis por aí. Ele costuma vim só de manhã e já deve ter passado — a moça fala entediada.
— Pode me dizer o nome do Xerife? Vou ir na delegacia, é melhor do que esperar até amanhã— sorrio sem graça, sorte que a humana é bem interativa.
— Kelly— Ela responde. Na hora de passar o cartão de crédito preciso chamar Carter, pois achei complicado mexer naquela máquina.
Dirijo devagar, uma placa avisa que faltam poucos quilômetros para chegar.
O caminho está mais difícil do que eu achei que estaria, galhos e mais galhos arranhão o carro, passei por aqui correndo mas não pelo caminhãozinho. Chego no meu destino.
Certo crianças ? a ação vai começar
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Novas Espécies - Liv (Completo)
Fanfiction(completo) A cobaia 00 de 17 anos planeja, há anos, fugir do laboratório terrível da Mercile, ela enfim arranja coragem depois da morte do único amigo que tinha, será que 00 conseguirá fugir? se sim, como ela viverá depois? se não, estará preparada...