A Presa

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ATENÇÃO! Essa é uma das poucas histórias que eu não perdi ano passado o arquivo e, além disso, tenho um apreço imenso por ela. Eu amo o shipp ellabs e amo escrever sobre coisas que a maioria das pessoas não pensam (sombrias, pesadadas, traumatizantes). Então, vamos esclarecer para quem está chegando agora: isso não é um romance da disney. Não é uma história de amor saudável ou convencional. Não há heróis ou vilões, apenas pessoas doentes da cabeça tentando sobreviver num mundo impossível. Coisas de caráter duvidoso irão acontecer, e caberá a vocês decidirem se valerá a pena prosseguir com a leitura ou não. Eu já tenho o final planejado na minha mente, e ele não deve demorar a sair visto que tenho todos os capítulos de antes prontos. Talvez eu faça uma alteração ali ou aqui, adicione mais coisa, mas... no geral. É isto. Boa leitura para quem quiser se arriscar.

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Sinto a cabeça latejar como se tivesse tomado uma porrada, ou como se bebesse igual um gambá na noite anterior. A última opção é a mais provável, inclusive é recorrente. Acontece que a tontura que estou sentindo não condiz com a quantidade que me lembro de ter bebido, além de ser uma tontura um tanto quanto diferente do habitual. Como se... como se tivessem batizado minha bebida.

Oh puta que pariu!

Pulo da cama imediatamente e fico aterrorizada ao me dar conta do óbvio: não estou na minha casa. Não estou em um lugar que eu reconheça.

Onde diabos eu estou?

Olho ao redor procurando algo para reconhecer: uma cama de casal confortável de lençóis brancos e um cobertor cinza com dois travesseiros. Sofá de couro preto com almofadas da mesma cor, tapete felpudo cobrindo toda a parte debaixo da cama e quase de todo o quarto; televisão grande presa no alto onde não consigo alcançar, mesa de madeira quadriculada no canto esquerdo do quarto encostada a parede com duas cadeiras, guarda-roupa preto e uma pequena divisória que leva a uma espécie de banheiro minúsculo com pia, vaso e chuveiro e nada de janelas.

Meu coração dispara. Começo a me desesperar. Sinto um nó se formando na minha garganta quando as possibilidades começam a rondar minha mente atordoada. Nunca fui do tipo otimista, e em uma situação como essa... Não tem como ser.

Isso aqui não é um quarto de hotel ou coisa que o valha. Essa porra provavelmente está debaixo da terra, tipo um porão. Como eu chego nessa conclusão? Bom, fora a falta de janelas, também noto o sistema de tubulação para circular o ar e para esquentar o lugar. Aliás, tem até a porra de um ar condicionado aqui.

A pergunta que não quer calar é: como vim parar aqui? Quem me trouxe? Quem foi o filho da puta que ousou me sequestrar? Seja lá quem tenha sido, vai se arrepender de ter me escolhido!

Sento depressa na beira da cama porque me sinto fraca para tentar caminhar, do contrário já teria corrido até a porta para tentar decifrar seu código ou teria vasculhado cada canto do lugar em busca de qualquer coisa útil. Estou com medo de cair igual a um saco de batatas.

Daí a única porta - de aço, diga-se de passagem - e que não possui chave, apenas um código de segurança, se abre e eu a vejo.

Esperava um homem de qualquer idade, até mesmo um adolescente incel. Provavelmente um homem branco com barba por fazer, com aspecto sujo, fosse um daqueles jovens esquisitos do caralho que não conseguem namorar ou até aqueles velhos horrorosos que a gente já olha e conclui que são pedófilos, mas ao invés disso...

Uma mulher.

A porra de uma mulher!

Mas não é qualquer mulher.

A Caçadora [ellabs]Onde histórias criam vida. Descubra agora