Capítulo 56: "Cafeína"

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Lumine toma um gole de sua xícara e anuncia sua decisão

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Lumine toma um gole de sua xícara e anuncia sua decisão.

— Acho que vou contar sobre meu passado agora.

Com isso, a história de sua infância começa a se desenrolar diante dos olhos de seus companheiros. A cena se passava em um pequeno planeta empobrecido e sujo, onde as pessoas lutavam para sobreviver com a coleta de sucata e objetos que encontravam.

Um soldado em uma nave gritava para a multidão.

— Atenção, pessoal!! Não aceitaremos materiais sem valor!!! Isso inclui lisgirium, polilatro, e ocariite!

Esses materiais eram comuns naquela região, mas quase inúteis no mercado intergaláctico. Lisgirium era uma liga metálica frágil, facilmente corroída e de pouco valor. Polilatro, um mineral quebradiço encontrado nas rochas locais, praticamente não tinha utilidade. Já a ocariite, apesar de ser abundante, era tóxica e quase impossível de processar para uso seguro.

O soldado continua, impassível, ignorando a expressão de desânimo dos que ali estavam. As pessoas se apressavam, trazendo carrinhos carregados de metais e lixo que haviam coletado. O soldado avaliava o que traziam.

— Esse parece ótimo. 5 Eeries por ele. — disse, pegando uma placa de ferro de uma pessoa.

— Muito obrigado, senhor. Vou poder comprar comida com isso! — a pessoa responde, aliviada. Quase todos ali vestem trapos e são alienígenas das mais diversas espécies.

As pessoas traziam carrinhos improvisados cheios de sucata, restos de metal e peças quebradas, tudo o que conseguiam juntar para trocar por algumas moedas. Para eles, era a única forma de sobrevivência naquele planeta isolado e esquecido. O soldado, indiferente ao sofrimento à sua volta, inspecionava cada item com frieza.

— Isso aqui não vale nem dois Eeries. — disse, empurrando um pedaço de metal enferrujado de volta para um jovem alienígena, que segurava o carrinho com as mãos trêmulas.

Mais adiante, a situação era semelhante: mercadorias básicas eram vendidas a preços exorbitantes nas naves dos soldados, que controlavam cada troca. Eles, bem-armados e protegidos, mantinham a multidão sob constante vigilância, prontos para reagir ao menor sinal de desordem. Uma figura magra e de olhos fundos, vestida com trapos sujos e desbotados, se ajoelha diante do soldado, segurando com força um punhado de sucata enferrujada.

— Por favor, senhor… essa é toda a sucata que consegui encontrar. Minha família… eles estão passando fome… só preciso de um pouco, só um pouco de comida…

O soldado revira os olhos e empurra as sucatas com o pé, sem qualquer compaixão.

— Isso não serve para nada. Não vamos pagar por lixo. Próximo!

O som seco de suas palavras ressoou como um golpe. A pessoa desmorona, sentindo seus ombros tremerem enquanto lágrimas silenciosas escorrem pelo rosto marcado pelo tempo e pela fome. Ela cai de joelhos no chão, impotente e desamparada.

Corruptible - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora