Drink! - Kaz Brekker

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— Onde está Kaz? Eu fui buscar um café e nunca mais vi ele — Jesper perguntou para ninguém em específico, ele estava começando a entrar em desespero por não encontrar o amigo bêbado. Genya Safin, a ruiva amiga de Alina foi quem lhe deu uma resposta.

— Kaz Brekker é o idiota no banheiro? — A garota questionou, jogando o cabelo impecável por cima do ombro e arrastando um antigo colega de classe de Jesper pela mão. David parecia bêbado suficiente para não conseguir fingir que não estava babando por ela.

— Que idiota? – O Fahey quis saber, congelando momentaneamente, segurando a caneca de café contra o peito.

— Aquele que está com a porta trancada, chorando sobre o vaso sanitário — David deixou escapar um segundo antes de Genya arrastá-lo com ela para o jardim.

Jesper levou um segundo para se mover, mas então em instantes estava socando a porta do banheiro de visitas e chamando Kaz a plenos pulmões. O café preparado por Wylan foi de encontro ao chão, por culpa da falta de percepção do Fahey (que precisava confessar, já havia bebido um pouco naquela noite). A primeira resposta advinda de dentro do banheiro foi um resmungar que em nada parecia saudável e sim como alguém vomitando. Jesper decidiu que mataria Kaz se o banheiro ficasse inutilizável.

— Kaz! Abra a maldita porta! — Jesper ralhou feroz, ele esmurrou a porta como se estivesse batendo no próprio Brekker. Sua paciência se foi pelo ralo, ele queria quebrar um vaso na cabeça de Kaz por estragar sua festa com a bebedeira.

— Não, você não pode me obrigar — Kaz disse com a voz abafada.

— Sim, eu posso — O moreno garantiu e pegou a chave reserva que estava pendurada junto a uma porção de chaveiros em seu bolso — não antes de ver um copo vazio abandonado ao lado da porta do banheiro, com o gelo ainda inteiro, algo que gritava que Kaz estava pedindo para ter um coma alcoólico — E ESTOU ENTRANDO.

— Vai se foder — O Brekker falou do chão no instante em que a porta se abriu, seus olhos estavam vermelhos e ele tinha o rosto inchado. David estava certo, Kaz Brekker, a pessoa mais insensível que Jesper já conheceu, esteve chorando no banheiro durante sua festa e isso amoleceu o coração do Fahey apenas o bastante para que ele inspirasse fundo e controlasse sua raiva.

— Que porra está acontecendo?

— Eu me senti triste, apenas isso — Kaz murmurou, esfregando os olhos. Jesper inspirou mais uma vez e apertou a ponte do nariz.

— Por quê? — perguntou, tentando não condenar o amigo mentalmente pelo estado em que se encontrava.

— Ela está me traindo — Kaz fez a admissão com o pesar de um homem que teve seus sentimentos feridos.

— Alguém está te traindo? — Jesper repetiu cético — Quem?

— Minha namorada — A palavra fez o Fahey engasgar em uma risada – que ele teve que conter para não deixar Kaz furioso ou fazê-lo parar de falar. Aquilo estava sendo engraçado ao menos — Perdão, acho que não entendi.

— Minha namorada. Está me traindo — fungou e, por um instante, Jesper imaginou se o Brekker estava alucinado — Eu a vi com outro, Jes.

— Espera, o que? O que exatamente... Você viu? — Indagou curioso. Uma série de perguntas se passavam por sua mente: Quem Kaz achava ser sua namorada? Inej estava com alguém e ele não sabia? O que Kaz bebeu?

— Com um homem. Um loiro enorme — O Brekker disse entre dentes, surpreendendo ainda mais Jesper com sua imaginação — Um brutamontes que não a entende como eu

— Kaz... Quem você acha que é a sua namorada? — Jesper questionou com um sorriso malicioso no rosto. Por todos os Santos, ele pagaria para ter gravado aquela cena.

— Nina — O moreno respondeu com afinco, bufando o nome da suposta namorada como se realmente estivesse chateado por vê-la com Matthias (o verdadeiro namorado da garota).

— Nina Zenik é sua namorada? — O Fahey não pode deixar de indagar mais uma vez, adicionando uma dose de humor em sua voz. Kaz nunca mais teria paz enquanto Jes se lembrasse dessa noite.

— Sim — O Brekker disse franzindo a testa. Por um instante, ele ficou confuso pela expressão de Jesper.

— Kaz... Você está solteiro — O mais velho explicou com paciência. A testa de Kaz se franziu ainda mais.

— É mesmo?

— Sim, desde que nos conhecemos — garantiu, assentindo com a cabeça para enfatizar — E somos amigos a muito tempo, se lembra?

— Sim — O Brekker concordou, como se tivesse acabado de ter um insight — É verdade.

— Ótimo, então libera o banheiro pra galera da festa poder se agarrar em paz — O Fahey pediu e viu o melhor amigo se agarrar na pia para se erguer do chão.