12 - O número não é um shot e sim a hora de acordar

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Notas da autora: Último capítulo! Se você está aqui, então não esqueça de votar ou deixar um comentário! Um beijo e boa leitura. Obrigada por acompanharem a história <3


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Um som alto fez Kaz acordar em um pulo; seu corpo se moveu antes que ele próprio entendesse que estava acordando e, em um segundo, ele estava sentado na cama.

Santos, seu mundo pareceu estar desmoronando por cinco segundos antes que sua visão entrasse em foco e ele conseguisse identificar o quarto de Jesper e um frango de borracha na mão do melhor amigo (que com certeza havia sido usado para provocar aquele barulho infernal em seu ouvido).

— Queridíssimo senhor Brekker, é hora de dar o fora da minha cama! — Jesper disse risonho, engrossando a voz como se estivesse apresentando um show.

— Vá se ferrar, Jes — Kaz resmungou, se jogando de costas de volta para os travesseiros e puxando as cobertas para cobrirem seu rosto.

— Já dormiu demais, passa do meio-dia! É melhor acordar de uma vez — O Fahey disse, um tanto acostumado a passar pela mesma situação do melhor amigo. Acordar depois de uma noitada sempre era intenso.

— Não interessa — bufou.

— Ah, interessa — Jesper denotou com afinco e puxou uma das cobertas que cobriam o Brekker — Está na hora de você encarar o que fez a noite passada.

— Eu não faço ideia do que aconteceu noite passada, mas eu vou morrer se você não fechar essa cortina — Kaz ralhou nada negociável sobre isso. Para sua sorte, Jesper acatou o "pedido" e fechou a cortina.

— Se chama ressaca. Spoiler: é uma droga — Jesper disse e viu o amigo se mexer até que empurrasse todas as cobertas para longe.

— O que eu bebi?

— O que você não bebeu? Você vai ficar louco quando ver os vídeos — O Fahey deixou escapar, sorrindo levemente ao ver mais uma notificação no celular.

— Que vídeos? — Não era exagero dizer que Kaz sentiu seu coração parar com a informação. Vídeos? Jesper precisava estar brincando.

— Aqueles que estão rodando o colégio inteiro. Você fazendo truques com cartas... Limpando o rosto depois de chorar no banheiro... Cantando karaoke e apanhando do Matthias! Uou, tem realmente de tudo. Fizeram até memes com as fotos.

— Do que você está falando... — A pergunta do Brekker foi interrompida quando Jesper simplesmente mostrou a ele uma foto onde ele estava sorrindo com um baralho de cartas em sua mão e logo em seguida o início de um vídeo com sua performance musical — Não! Esse não sou eu...

— Sim, é — O mais velho riu.

— Jes, me diga que isso não é verdade... — Kaz rosnou de forma estarrecida, ele podia sentir suas bochechas pegando fogo.

— Eu sinto muito cara, mas a boa notícia é que você é famoso agora... — Aquele foi o estopim para pegar um controle remoto que estava na cômoda ao lado e atirar na direção de Jesper.

— Eu vou te matar... — ameaçou, tentando se levantar da cama, mas encontrando sua perna mais dolorosa que nunca desde o acidente de carro que o deixou manco.

— Se Matthias não te matar primeiro deixo você tentar a sorte — Jesper argumentou e fugiu para perto da porta — Ah, e parabéns maninho, você conseguiu dar seu primeiro beijo!

— Não! Jesper! Volta aqui...


~


— Como está se sentindo? — Inej perguntou, mordendo o lábio ao ver Kaz pela primeira vez em dias.

— Nina está falando comigo, o que acho que significa que Matthias vai ter que superar isso em algum momento — comentou, controlando-se para não soar constrangido (o que é óbvio que ele estava).

— E você? Superou?

— Eu juro, Inej, não vou mais beber — garantiu, trocando um olhar com a Ghafa. Todos ainda comentavam na cidade, mas... Ao menos ele não havia... Por um segundo ele hesitou, então simplesmente deixou aquilo sair de sua mente — Eu disse algo estranho? Quando estava com você?

— Você estava um pouco bêbado, então não fez... Muito sentido, sabe? — Ela assegurou, pensativa sobre se deveria ou não o lembrar do elogio. Inej preferiu manter isso como algo que somente ela teria acesso, pelo menos por hora. Pelo menos enquanto ela não tinha certeza do que aquilo significava para ele.

— O que eu disse? — O medo de Kaz transbordou em sua voz, se ele tivesse confessado ao menos uma parte do que sentia por Inej então... Talvez ele quisesse abrir um buraco no chão e pular dentro.

— Você só disse que... Você disse "Me diga que já posso me atirar da janela" — Inej confessou com um sorriso tímido. Kaz suspirou aliviado e ousou demonstrar um sorriso mínimo enquanto assentia.

— Tem razão... Não faz sentido — disse feliz com a notícia e trocou mais um olhar com a morena. Algo na frase o fez desejar ter conhecido o Kaz Brekker que era quando estava bêbado. Se ao menos ele se lembrasse de algo... — Obrigado, Inej. Eu não sei o que significa, mas fico feliz por não ser desastroso como com Nina... Obrigado.

— De nada, Kaz — ela sussurrou e, apenas por um instante, desejou que Kaz estivesse bêbado o suficiente para permitir toques mais uma vez.

Por todos os santos, aquele teria sido o momento perfeito para um abraço.

Por todos os santos, Kaz gostaria de saber o que a frase significava e porque trazia uma pequena sensação de esperança quando a repassava em sua mente. 

Drink! - Kaz BrekkerOnde histórias criam vida. Descubra agora