10 Shot

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10° Shot


Jesper automaticamente cobriu a boca com a mão e murmurou um "Puta que pariu", quase ao mesmo tempo em que Inej deu o primeiro passo para tentar ficar entre Matthias e Kaz. Ela tinha feito uma série de aulas de lutas, de todos os tipos, teoricamente poderia imobilizar o Helvar para dar ao melhor amigo uma chance de fuga – não que ela tenha tido essa oportunidade, pois graças a Aleksander Morozova, que colocou o pé na frente de Nikolai Lantsov para o loiro tropeçar, ele e Inej foram de encontro ao chão em um emaranhado de pernas e braços e nada para amparar a queda.

Já Wylan aceitou que não havia muito o que fazer, embora ele estivesse em pânico ao ver Matthias indo em direção a Kaz com a fúria de um lobo.


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Kaz não entendeu muito do que estava acontecendo, tudo parecia mais vibrante, pouco nítido, colorido e alegre. E por alguns instantes, ele teve a certeza de que nada o deixaria mais feliz que beijar Nina. Ele podia estar solteiro e podia nunca ter feito isso antes (ou mesmo cogitado), mas o impulso o moveu e lhe deu coragem o bastante para isso. E todas as vozes e pessoas ao redor pareceram nada, mesmo que por algum motivo ele estivesse ouvindo a palavra "Briga" ser dita repetidas vezes como um incentivo.

Então, Kaz Brekker realmente não entendeu muito bem quando levou um soco no rosto de um loiro com o dobro de seu tamanho.


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— WAFFLES! Matthias, chega! — Nina gritou, tentando tirar o namorado de cima de Kaz, ela precisou da ajuda de Jesper e de Zoya para afastar o Helvar do Brekker. Nesse ponto, Kaz já havia levado outros dois socos e estava com o nariz sangrando, apesar de tanto, ele conseguiu se levantar sozinho e murmurou uma série de maldições e blasfêmias para Matthias.

— Seu demônio ganancioso — O Helvar berrou por cima das vozes ao redor, o leve sotaque alemão confundiu Kaz por uma fração de segundos antes que ele pudesse xingar a mãe de Matthias. Quando o loiro partiu para cima dele, Jesper correu até Kaz e o puxou pelas roupas para longe da sala. Inej os seguiu rapidamente, ao passo em que uma multidão tentava acompanhá-los.

Se Kaz estivesse sóbrio, ele provavelmente estaria em crise; tanto pelo que acabou de fazer (beijar Nina), como pela quantidade de pessoas ao seu redor, tão comprimidas nos ambientes da casa que certamente o tocaram de alguma forma em algum momento. O Brekker tinha fobia de toques desde que teve um acidente com Jordie e seus pais, do qual somente ele e o irmão sobreviveram. Kaz não permitiria nada do que aconteceu, em qualquer outra situação. E por isso, o que estavam vivendo era absurdo. Quase um milagre hediondo.

E mesmo que fosse realmente um milagre, Inej e Jesper estavam fervendo de raiva. Seus maiores desejos consistiam em sacudir Kaz e estapeá-lo aos gritos.

— O que infernos...?! — O Fahey disse erguendo o tom de voz; Kaz o olhou torto de imediato — NÃO FAÇA ESSA CARA!

— Jes! — Inej implorou, tentando fazer com que Jesper não perdesse a razão com o Brekker. Kaz cambaleou um pouco para trás, ao passo em que o mais velho se voltou para a Ghafa.

— Não, Inej, ele passou dos limites! — vociferou, indo para cima do amigo e o vendo se afastar de forma nada sutil — QUE MERDA, KAZ! O que estava pensando?

— Quem aquele idiota pensa que é? — Kaz disse, tentando se justificar. Suas bochechas coraram e ele tentou arrumar o cabelo bagunçado pela briga.

— O namorado dela! — Jesper gritou, forçando o Brekker a encarar a realidade; ele travou por dois segundos ao ouvir a informação'

— O que? — Kaz esbravejou, seu rosto ficando vermelho como uma pimenta — Você disse que...

— Eu disse que VOCÊ estava solteiro — o mais velho enfatizou, balançando a cabeça em uma negativa. Bastou um momento para Kaz contornar o balcão e achar algo escondido em um armário baixo. Quando ele ergueu a garrafa de vodka, Jesper sentiu sua alma deixar o corpo (e Inej sentiu algo parecido) — O que pensa que está fazendo?

— Minha boca está com gosto de sangue — justificou, ignorando veementemente os olhares que estava recebendo. Ele realmente não queria falar sobre Nina ou ser coerente sobre suas ideias serem boas ou ruins, principalmente aquelas que envolviam tomar mais um drink.

— Está pensando em esterilizar o corte com vodka? — a pergunta foi feita às pressas, mas foi o suficiente para Kaz terminar de tirar a tampa e segurar a garrafa na altura de sua boca, tentando se preparar.

— É a última, eu prometo — anunciou, antes de dar um gole generoso.

— É claro que é a última! PORQUE VOCÊ TEM DEZ MINUTOS. DEZ. Para subir essa escada e se fechar no meu quarto e, por todos os santos, você só sai de lá sóbrio ou morto — Jesper bradou, precisando que Inej o segurasse pelos braços por alguns momentos. Ele detestava soar como uma mãe brava, mas deuses, Kaz não o deu escolhas sobre isso.

— Certo... — O Brekker falou, mal sentindo sua língua. Inej largou o Fahey e correu até o outro amigo, oferecendo um pequeno apoio para que ele começasse a andar para as escadas.

— Kaz, é melhor irmos... — sussurrou, se esforçando ao máximo para ser compreensiva e rezando para ser sábia sobre o que fazer em relação ao estado de Kaz. 

Drink! - Kaz BrekkerOnde histórias criam vida. Descubra agora