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Dei uma risada do Igão que estava escorado no Mítico que falava alguma coisa que eu não estava entendendo nada, mas estava achando engraçado.
— tartaruga quando morde só solta quando re...re...palago... relâmpagueia... repam... como fala?
— repangaleja — o Vitor falou meio pensativo.
— relã... — tentei falar.
— relampeja — o Igão falou.
— relampeja?
— relampeia — corrigiu.
— relampeia — concordei — a tartaruga quando morde só solta quando relampeia
— quem disse isso? — o Mítico perguntou — bem sua avó, né? — riu.
— sim — concordei enquanto ria.
— então se ela morder tem que esperar um dia chuvoso né?
— exato — assenti com a cabeça e passei minha atenção pra porta aonde a Izabella tinha acabado de passar.
Parece que o mundo inteiro parou.
Ela vestia um vestido verde que parecia aquelas paradinhas de crochê, tricô, sei lá... mas que deixou ela mais linda que já é e realçava bem a cor da sua pele.
Hoje ela exagerou de linda.
Encarei ela tirar uma mecha do seu cabelo que insistia em cair em seus olhos e em seguida abrir um sorriso pra algo que sua amiga falou.
— quer um guardanapo, irmão? — o Ghard perguntou me tirando do transe.
— ela tá gata pra caralho — murmurei e em seguida dei um gole no meu copo.
— não aguento mais tu falando dessa mina
— ele fala muito dela? — o Igão perguntou.
— 24 horas pensando nisso — o Vitor respondeu e revirei os olhos.
— eu tô ligado que eu vivo falando dela, mas juro que não quero nada — me defendi.
— e eu juro que acredito — riu.
— ela tá meia pá comigo — comentei.
— claro, mano — O Ghard riu — a mina te beija e tu mete maior migué pra cima dela
— que migué o que, tio?
— nem tu acredita nessa história que vocês são diferentes demais — riu — cê tá aí se coçando pra ir atrás dela
— me erra, Ghard
Me afastei dos moleques e caminhei até a cozinha dando de cara com a Izabella encostada na bancada bebendo alguma coisa que pela cor parecia whisky.
