Capítulo 8

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Rosé

Fui ao banheiro e quando voltei além do nosso grupo, somente Lisa continuava conosco, Mon apareceu depois de um tempo toda encharcada, e logo decidiu ir embora do clube, mas não quis que eu a acompanhasse, fico preocupada pois ela adoece facilmente. O que me deu mais estranhamento foi o fato de que além de estar chovendo bastante, está trovejando e relampejando muito, o que me deixa apreensiva, pois estrondos e clarões combinados são gatilhos para Mon, depois de alguns anos de terapia ela consegue controlar melhor, mas ainda assim é algo a se ter cautela. O fato dela querer ir sozinha para casa... quer dizer, está tudo bem, respeito o espaço dela e ela o meu, mesmo me intrigando um pouco sua decisão. Então, opto por ficar e me divertir, os amigos dela são muito engraçados, Lisa também, quero aproveitar sua companhia. Amanhã quando voltar a realidade irei atrás da minha namorada para saber realmente o que aconteceu.

(...)

Acordo com uma dor de cabeça terrível, levanto com certa dificuldade indo direto tomar banho, visto apenas uma calcinha e uma camisa branca, me direciono a cozinha, tomo uma aspirina e quando estava prestes a preparar um café, ouço alguém tocar a campainha.

— Bom dia loirinha, trouxe café da manhã.

— Lisa?! Bom dia! É... Ah... Ok, entra. – falo em um tom surpreso e confuso.

— Tá tentando me seduzir? – responde olhando em direção às minhas pernas, o que me leva a perceber que estava mais a vontade do que gostaria, sinto uma leve vergonha e abaixo mais o blusão que estava vestindo.

— Entra, eu já volto. – dou passagem para ela entrar e vou correndo colocar um short.

— Tudo bem, posso preparar o café e usar sua cozinha? – ela pergunta e grito enquanto estou em outro cômodo.

— Claro, sinta-se em casa!

— Você está bem? Ficou muito bêbada ontem, eu te trouxe e te coloquei na cama, depois fui embora, mas voltei hoje porque fiquei preocupada. – a morena diz, o que me deixa mais envergonhada pois acordei apenas com uma camisola.

— Me trouxe do tipo me deixou na portaria ou do tipo veio até aqui e me colocou pra dormir? – pergunto querendo sumir nesse momento, por que ela me deixa tão envergonhada, meu Deus?

— Ei, não fica vermelha não, vou te contar. – ela diz após eu apontar onde estavam as xícaras, me serve o café, e continua. — Você estava bêbada, não queria que viesse sozinha, então te acompanhei, pegamos um táxi, você dormiu durante todo o caminho, te trouxe para o seu apartamento, e te ajudei no banho.

— Ajudou no banho? – digo surpresa.

— Sim ajudei, mas você tomou banho sozinha, fiquei de costas no banheiro só tendo certeza que não iria se machucar, peguei a camisola e você se vestiu, depois fomos para cama, se aninhou em mim e dormiu, quando finalmente tive certeza que estava bem, fui embora, porém, fiquei preocupada e voltei hoje com café da manhã.

— Que vergonha. – digo abaixando a cabeça em rendição, o que faz a morena soltar uma leve  risada.

— Rosé...  – ela chama meu nome em um tom baixo e se aproximando. — acredite, tudo o que queria era te beijar até você perder o fôlego, tirar toda a sua roupa com a maior lentidão possível para poder apreciar cada pedacinho do seu prazer, e registrar cada movimento com minha mente, beijar cada centímetro do seu corpo e te fazer ter orgasmos até que sua voz falhe em chamar meu nome. – diz chegando vagarosa e perigosamente perto de mim fazendo com que sinta borboletas em meu estômago e um arrepio por todo o meu corpo, me sinto ferver, queira cair em seus braços e beijos nesse momento, esquecer de tudo, até que ela encosta sua mão em meu rosto. — mas jamais te desrespeitaria, jamais faria nada sem seu consentimento pleno, e sem que esteja 100% consciente de seus atos. – fico sem palavras, seus olhos agora focados nos meus, seu rosto tão perto que sinto sua respiração. Não sei o que estou sentindo, nunca me senti assim nem mesmo em relação a Mon. Por que uma pessoa que conheci ontem me tira do meu eixo com tanta facilidade? Por que ela atiça a minha curiosidade com apenas palavras? Estou perdida nela como nunca estive em ninguém. — Tudo bem, vamos tomar o café. – diz se afastando de mim, cortando o clima sedutor que havia entre nós, eu continuo estática e engulo em seco. Terminamos nosso café e ela se despede.

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