⚠️T.W. - Assuntos sensíveis serão abordados nesse capítulo ⚠️
Nueng
Sempre que posso faço visitas a Phon, mãe de Mon, fazem alguns dias desde a última vez que nos vimos, porém conversamos sempre, em uma dessas conversas ela me contou que nossas filhas haviam reatado e Kornkamon voltaria a morar na Tailândia, fiquei muito feliz com a notícia pois finalmente estaria mais próxima da pequena. Sabia que minha Sam por fim teria o que seu coração tanto desejava, seu único e verdadeiro amor, o mesmo que a fez sofrer pela falta de notícias, quando a outra decidiu ir em busca sua própria destruição, mas que nunca deixou de amá-lo.
Sam não sabe sobre isso, mas já estive em um lugar muito parecido, a culpabilidade do sobrevivente, querer proteger tanto alguém que quando não se consegue a culpa nos consome. Eu vivi, estive nesta mesma posição, e por isso nunca consegui criticar a mais nova, nem posso, no fundo sempre soube ou ao menos esperava que quando ela superasse seus traumas voltaria, o amor dela por Samanun sempre foi genuíno, puro, sempre as observei, e apoiei o relacionamento das duas, via o cuidado e carinho que ambas tinham uma pela outra, algo raro de se encontrar. Além do mais, acredito que não fora Kornkamon que tomara a atitude de partir, e sim sua dor, a dor de perder alguém que conhecera e amara desde antes de seu nascimento. Ainda não entendo o porque de Mon ter demorado tanto, nunca achei que ela não tentaria contato, era visível mesmo que de longe o quanto amava minha Sammie, mas jamais a julgarei, sei que o luto faz com que tomemos atitudes impensadas, sei a dor gigantesca de perder um irmão repentinamente, não desejo isso a ninguém, porém até os dias de hoje por mais que tente não consigo compreender, talvez um dia conversemos sobre, se Samanun reatou com ela, suas razões devem ter sido ao menos plausíveis.
Enquanto me preparo para ir até a estufa cuidar das tulipas, ouço minha pequena entrar em casa, e em meu peito habita um sentimento que conhecia bem.
— Minha filha, quantas saudades. – digo para garota que tinha o semblante cansado, mas o brilho em seus olhos entregava o quanto estava feliz, esse brilho que a anos não via em seu olhar.
— Boa tarde mamãe, precisamos conversar! – a pequena diz em um tom áspero, sua voz tem mais dúvidas do que ela parece querer demonstrar.
— Preciamos mesmo, vamos a estufa, cuidamos de algumas flores enquanto conversamos. – digo pegando em sua mão a direcionando ao local, desde que meu filho a construiu tive um refúgio dentro de minha própria casa, um ponto de paz, onde sempre me reconectava e me sentia mais próxima a ele, já imagino sobre o que ela quer falar, e não poderia estar mais feliz.
— Ainda não acredito que você conseguiu manter essa estufa. – ela diz com seu sorriso quebrado.
— Nop a construiu para mim, não poderia não cuidar dela, fiz uns cursos para aprender a cultivar melhor as flores... Aqui toma, molhe essas aqui. – digo lhe entregando um pulverizador em suas mãos. — Sobre o que quer falar minha filha?
— Mamãe, você sabe que fui para Londres, e bom, eu acabei... – Sam parece nervosa, então decido tomar a frente de maneira sucinta.
— Você não ficou tão nervosa assim nem quando me contou pela primeira vez que estava com Kornkamon, por que está agora? – a cara de surpresa de minha filha a faz ficar imóvel e com o rosto vermelho, me arrancando uma boa gargalhada. — Minha pequena, acha mesmo que eu não iria perceber o brilho em seus olhos? Ou estranhar o tempo que passou em Londres? Ou que eu não seguia Kornkamon nas redes sociais? Almoço romântico, é?! Vocês não mudaram nada! – decido deixar de lado o fato de que eu e Phon ainda somos próximas, e que nas quartas em meu "jantar com amigas", nos juntávamos para fofocar e beber uma variedade de vinhos. — Fico feliz que tenham se reencontrado, e finalmente reatado, seus olhos com esse brilho apaixonado são muito mais lindos, meu amor. – digo pegando seu rosto em minha mão, e deixando um beijo no topo de sua cabeça.
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Tales of the Heart
FanfictionSam, uma escritora renomada vê sua vida mudar ao reencontrar a inspiração de suas obras e grande amor de sua vida. Ou Mon Fotógrafa Jornalística, agora noiva, volta da guerra e acaba reencontrando alguém importante de seu passado, que por força ma...