Nueng
Ainda não consigo acreditar que meu marido foi capaz de tal feito, depois de tudo o que passamos ele se portar exatamente como seus pais me surpreende muito. Mon nunca abandonou de fato minha filha, e sim ambas foram manipuladas a acreditarem nisso, e por interferia sua, Saint arrancou o direito de sua própria filha de decidir seu destino, ele não tinha o direito de fazer isso, ainda mais pelas minhas costas.
Sam saiu às pressas, desnorteada, tentei ir atrás da garota para acalmá-la, sem sucesso, ela já havia partido. A decepção que sinto nesse momento me irrita, volto para dentro de casa e agora compro uma briga que deveria ter acontecido muito antes. Saint está em lágrimas, não pelo que fez e sim por Samanun ter descoberto, e eu também.
— Como pôde, Saint? Como você pôde vê-la sofrer como sofreu e ainda fazer isso? – não consigo não exaltar minha voz, tamanho meu desapontamento.
— Fiz o que julguei necessário para não ver nossa filha sofrer.
— E quem você pensa que é para julgar alguma coisa?
— O PAI DELA!
— Disse bem, o pai, não o dono. Agora dê seu jeito de consertar o estrago que fez ou garanto que nunca mais verá Samanun! – decido encerrar por enquanto essa conversa e deixá-lo sozinho, então ligo para mais nova e a mesma não atende, sigo para meu quarto e ligo para Phon, tenho certeza que Sam irá direto para sua casa.
"Phon A.
— Boa noite minha amiga, aconteceu algo?
— Oi Phon, aconteceu sim, mas depois lhe explico melhor, por acaso Sammie apareceu por aí?
— Não, ainda não, por quê?
— Ela deve estar a caminho, pode me avisar quando chegar?
— Claro, assim que ela colocar os pés aqui, te aviso, sinto que está preocupada.
— E realmente estou, ela saiu daqui muito mal, e não atende o celular... por favor, me dê notícias.
— Tudo bem, aviso sim, fique bem minha amiga, caso ela te dê notícias me avise também!"
Desligo o telefone com uma sensação angustiante em meu peito, chove muito lá fora, minha pequena não está bem, e está sozinha. Sinto impotência por não ter descoberto e nem ter desconfiado antes de toda essa farsa que meu marido criou, além dos pensamentos que não me deixam escapar da memória do fatídico acidente que ceifou a vida de meu irmão, a angústia me aflige, mais uma vez ligo para Sam e nada, mesmo inquieta decido esperar as coisas se acalmarem. Desço para a biblioteca, me sento em uma cadeira, pego um livro qualquer e tento me distrair, mas tudo que consigo fazer é encarar a tela de meu celular, tentando entrar em contato com Sam a cada 5 minutos.
Até então, nenhum retorno de Phon, já se passaram quase uma hora desde que menor saiu e sigo sem notícias suas, o desespero que sinto com a preocupação é crescente, até que ouço a porta de entrada, vou correndo, imaginando que talvez minha filha tenha voltado, quando me deparo com as luzes da sirene refletindo a cada segundo nas paredes da sala, de repente a memória era vívida.
— O que está acontecendo? – pergunto nervosa em direção a Saint e aos policiais que estão em minha sala. Meu marido passa a mão nervosamente pelo cabelo e face, seus olhos agora são sombrios, ofuscados pelo desespero, sinto minha respiração falhar. — O QUE ESTA ACONTECENDO, DÁ PARA ME DIZER? – elevo meu tom de voz, porém o sinto abafado, em meu ouvido há um zunido constante, minhas pernas ficam mais fracas a cada passo que dou, porque não quero acreditar que a história está se repetindo, não de novo, meu corpo desmorona, mas é segurado por Saint antes de ir totalmente ao chão, ouço o policial falar ao fundo, e meu coração dói, está totalmente despedaçado prevendo sua resposta.
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Tales of the Heart
FanfictionSam, uma escritora renomada vê sua vida mudar ao reencontrar a inspiração de suas obras e grande amor de sua vida. Ou Mon Fotógrafa Jornalística, agora noiva, volta da guerra e acaba reencontrando alguém importante de seu passado, que por força ma...