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"I can't remember to forget you"— cant't remember to forget you — Shakira & Rihanna

                      Tara's Point of View

Ja fazia uma semana que eu não ia a escola, depois da briga que eu tive com a minha mãe eu senti como se eu fosse algo tão fútil na vida de todos que preferi apenas não olhar na cara de ninguém, tinha medo de começar a chorar.
Esses 7 dias foram dias longos de luta, com toda certeza uma recaída na depressão, fiquei alguns dias sem comer e apenas chorava, eu sei que foi algo pequeno, mas as palavras de minha mãe não saiam da minha cabeça e me feriam como facas, não tive mais notícias dela depois disso e sinceramente nem quero ter. Eu não posso negar que eu sinto falta da minha mãe, mas eu sei que se ela ficar e começar a me dar o mínimo de atenção eu vou me sentir culpada e querer morrer, eu tenho só 17 anos, não mereço morrer ainda.
Eu não via meus amigos a um bom tempo considerando que eu vejo eles todos os dias. Eu conversei todos os dias com eles por WhatsApp mas não é a mesma coisa, levando em compensação, eu e Amber se aproximamos muito mais e conversamos a todo momento, nossa relação estava muito boa.

Hoje era segunda feira, amanhã eu voltaria pra escola por livre e espontânea vontade, resolvi em última hora chamar Amber para minha casa para assistirmos alguns filmes e jogar conversa fora, confesso, eu estava morrendo de saudades da Freeman, sei que nosso último encontro não foi dos melhores, mas foi legal se divertir com a Amber, por mais que meus sentimentos fossem confusos sobre a garota eu sei que pode ser apenas um crush ou até uma atração.

As 15:50 Amber chegou em casa, 10 minutos antes do esperado, fiquei tão feliz em ver a garota que eu senti que poderia vomitar ali mesmo, eu sei, sentimentos conflitantes.
Nós resolvemos continuar nossa maratona e assim iniciamos facada 2.
Uma hora ou outra eu me assustava, mas nada fora do normal, até eu sem querer colocar minha mão na de Amber em automático, ficou um clima estranho, eu sentia que sempre que eu a olhava ficava algo estranho, ela ficava estranha e eu não entendia o por que.
Eu estava aflita assistindo o filme, quase berrando com os personagens por eles serem burros, Amber estava encostada no meu ombro e resmungava algumas coisas que eu não entendi, em um momento aleatório, ouvi Amber chamar meu nome de uma maneira estranha.

—Amber?Amber!!—Chamei a garota e ela pulou, não percebi que a mesma estava dormindo soltei um sorriso como forma de desculpa.—Foi mal, não sabia que você tava dormindo é que você falou meu nome então eu achei que...

—Que?!— A Freeman praticamente gritou isso, a olhei assustada e ri, ela pareceu aflita, como se eu tivesse falado a pior coisa do mundo, seus olhos estavam arregalados e seu rosto vermelho como pimentão.

—O que foi, Freeman? Parece que viu um fantasma.— Dei uma risada curta da cara da garota e voltei minha atenção ao filme.

—Acho que ver um fantasma seria melhor.— Amber se encolheu no Sofá e estava claramente com vergonha, eu não fazia a mínima ideia do que havia acontecido com ela e em menos de segundos minha paranoia começou a atacar, fiquei com um medo sincero de ter feito algo para ela.
Amber não falou muito depois do que aconteceu, o filme tinha acabado e eu a olhava com um sorriso já que eu gostei do filme.

—Cara esse foi muito bom, mas o 1 é melhor.— Falei indo selecionar o próximo.

—Poise, te falei que essa franquia é incrível.— A Freeman disse sem me olhar, aquilo era estranho já que ela sempre fazia questão de fazer isso, ignorei e segui com meu gesto de colocar o próximo filme, porém Amber me impediu.—Vamos deixar pra assistir esse amanhã na minha casa, que tal? Eu preciso ir meu...minha flor! Minha flor tá precisando ser regada, minha mãe me lembrou isso hoje!— ela gaguejou quase tudo e isso me fez rir, eu aceitei a proposta, mas não deixei de suspeitar sobre o papo da flor, até porque era claramente mentira, só queria entender o motivo de Amber estar mentindo para mim.
Amber se levantou e pegou seu casaco, abri a porta para mesma que estava com seu rosto ainda vermelho.

—Te vejo amanhã então, gatinha.— dei uma piscada para ela na brincadeira e Amber pareceu um tanto nervosa com isso.— Relaxa, isso foi brincadeira, eu não tô dando em cima de você.— dei um tapinha no ombro da Freeman que riu envergonhada.

—Eu sei...—Amber me olhava com seus olhos brilhando, percebi a garota olhar para meus lábios por uma fração de segundos mas logo voltou seu olhar para baixo—...eu vou indo, tchau gatinha te vejo amanha.— Ela acenou para mim e foi andando para sua casa, acompanhei sua imagem até ela desaparecer, aquilo tinha sido estranho vindo da Freeman, ela não costumava fazer isso.
Me joguei no sofá e deixei escapar um sorriso que eu nem sabia que eu estava segurando, Amber não saía da minha cabeça, coloquei minha mão no rosto enquanto eu sorria descontroladamente, Amber Freeman me fazia sentir como se tivesse um zoológico inteiro em minha barriga.

Amber's point of view

Sai da casa da Tara em uma velocidade imensa, me senti mal por fazer isso com ela, mas eu não estava conseguindo muito bem olhar para ela sem lembrar desse sonho e eu precisava falar isso pra alguém, geralmente eu contaria para Tara, mas eu não podia por motivos óbvios.
Mandei mensagem para Mindy e a avisei que iria ir em sua casa, ela apenas mandou um joia e assim que eu cheguei em casa, peguei o carro e fui direto para casa da cacheada.
Chegando lá desci rápido, toquei a campainha e depois de alguns minutos a porta foi aberta.

—Oi piranha.— Mindy abriu a porta e foi para o lado para eu entrar, a cacheada me levou escada a cima e me levou para o seu quarto que era bem bonito, sentamos na cama em sintonia e ela me olhava com curiosidade.— Fala, da pra ver que aconteceu algo aí com você.

—Nao sei se devo te contar, você tem cara de ser fofoqueira!— Mindy colocou a mão no peito se sentindo ofendida, eu realmente não sabia se deveria contar ou não, mas se eu não contasse isso ia acabar escapando para alguém que não deveria saber ou até pior, para Tara.

—Eu não vou contar para ninguém, pode falar.— Deitei na cama suspirando, eu esfregava meu rosto relutante para contar.

—Voce já teve um sonho...—Pausei a frase pensando em outra palavra para descrever e falhei miseravelmente—...um sonho erótico com alguém que você não poderia ter?—Falei e na hora Mindy abriu a boca e arregalou os olhos.

—Você teve um sonho erótico com alguém? Quem??— Mindy me olhou animada, eu sei que isso eu não podia falar.

—So me fala se você já teve Mindy!

—Ja oxi, olha pra mim, sou a mulher mais transante dessa cidade!— Eu a olhei de cima a baixo e ela entendeu o recado.— Foi mal, foi mal! Já tive sim.

—Com quem?

—Sua mãe.— A cacheada começou a rir da própria piada e eu segurava minha risada.— Desculpa, foi com uma amiga minha, ex amiga na verdade, ela era hétero e isso acabou chegando nela de alguma forma, acho que alguma amiga minha contou, aí ela se afastou de mim essa vagabunda.— Mindy disse e sorriu, aquilo não me acalmou de maneira alguma, se Tara descobrisse de alguma forma ou se Mindy a contasse eu nem sei o que poderia acontecer.— Com quem foi??— Mindy perguntou e eu apenas suspirei.

—Ninguém mindy, ninguém...— Eu sei que era só eu ignorar, mas como ignorar um sonho erótico com a Tara? Ela é minha melhor amiga e eu falo e a vejo praticamente todo o dia, provavelmente Mindy não a contaria, mas se contar e Tara se afastar de mim por isso eu nem sei como eu ficaria, se a história de Mindy se repetir comigo eu vou entrar em colapso, isso se eu não entrar em colapso agora por sentir coisas diferentes em relação à Tara. É difícil pensar nisso, mas como ignorar? Como ignorar um coração disparado? Como ignorar essa vontade imensa de beijar Tara? Como ignorar tudo isso que eu estou sentindo em relação a Tara Carpenter? Eu sei que não gosto dela e isso é provavelmente só um surto, mas fica difícil quando você convive todo o dia com o seu surto.

Moonlight - Tamber Onde histórias criam vida. Descubra agora