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"And you should think about the consequence Of you touching my Hand in the darkened room."— Gorgeous — Taylor Swift

Amber's Point of View

Mindy eu estou...enlouquecendo!—Eu disse deitada na cama de Mindy, fui a casa da garota depois da escola, a cacheada agora estava apenas sentada em sua cadeira girando enquanto tentava me entender.

—Me explica de novo desde o começo o que aconteceu na sua casa e o motivo de você tá insana.—Suspirei, eu só queria entender meus sentimentos confusos e como descobrir algo tão inusitado.

—Eu já falei...—Suspirei mais uma vez, tudo é tão difícil.—Como você descobriu que gostava de garotas?—Mindy deu um sorrisinho aparentando se lembrar de alguma boa memória.

—Cassie Jones, a garota mais linda que eu já conheci, eu e ela éramos amigas no sexto ano, Cassie era uma das populares que eu andava junto e eu, em particular, só andava com elas por causa dela.—A cacheada sorria com os olhos enquanto falava da garota.—Eu nunca entendia o que eu sentia por Cassie até um dia em específico...

—Que dia?

—Acalma a perereca filha...voltando, eu estava na casa dela, nós estávamos assistindo facada o primeiro, Cassie estava muito linda nesse dia, mais que o normal, eu não conseguia prestar atenção no filme, somente a olhava. O filme acabou e já estava de noite então fomos pra fora da casa de Cassie pra ver as estrelas, era um costume nosso, nós estávamos falando sobre nossos crushs, obviamente eu estava mentindo sobre alguns garotos mas em um impulso eu falei dela, não de uma forma clara, implicitamente.—Agora o sorriso de Mindy aumentou, era fofo ver a garota daquele jeito, por algum momento me lembrei de tara e eu, quando a Carpenter foi na minha casa pela primeira vez, lembro de perguntar se ela já havia tido alguma paixão, Tara disse que não, eu sentia na voz da garota a mentira, até hoje não entendo o porque.

—O que você disse?

—Eu falei que gostava de uma pessoa mas eu não podia contar, que tudo que eu sentia era confuso demais, mas que quando eu olhava para ela tudo, de alguma maneira, tinha um sentido. Depois que eu falei aquilo, Cassie me olhou e sorriu, nós duas estávamos apenas nos olhando, tenho essa cena pausada até hoje na minha cabeça, Cassie se aproximou e me beijou, tínhamos 11 anos, meu primeiro beijo, eu jurei que nunca mais colocaria os pés no chão, eu amava ela...—O sorriso de Mindy se desfez e seus olhos caíram, alguma coisa assustava a cacheada e era o final, as duas não acabaram juntas, isso é óbvio.—...Mas nada disso importou, Cassie foi embora da cidade uma semana depois, achei ela no Instagram há uns dois anos atrás, ela estava namorando um garoto, eu me pergunto se aquele beijo foi tão importante pra ela quanto foi pra mim...—Mindy engoliu seco, a dor do famoso "e se" batia no coração da garota.—Não teve uma maneira certa que eu descobri, Cassie foi meu primeiro amor e por mais que não tenha dado certo, foi ela quem fez eu me descobrir, talvez você não descubra assim sozinha, talvez você se descubra com alguém...—Mindy ia falar Tara mas não falou, ela tinha razão sobre tudo, mas isso é tão difícil.

—É tão confuso, todos esses sentimentos são confusos, eu nunca me senti assim por alguém antes, nem por um menino e nem por uma...—hesitei.—...menina, é estranho, parece tão errado mas quando eu vejo Tara tudo fica tão certo...—Suspirei e Mindy sorriu.—Eu não quero machucá-la com a minha confusão, talvez eu esteja só confundindo tudo, por isso deixo tudo incerto.—sentei na beirada da cama, passei as mãos pelo meu rosto tentando tirar toda a dificuldade dali.

—Você vai sentir se for a verdade Amber, só não minta para você mesma quando a verdade estiver na sua frente.—Assentei, eu sei bem quem era a tal da "verdade", mas a verdade realmente sempre machuca a todos, eu não posso fazer isso. Olhei para o relógio na parede do quarto de Mindy, 17 da tarde, faltava duas horas pra eu ir ao cinema com Tara, decidi voltar para casa me arrumar, eu precisava fazer alguma coisa essa noite.

Tara's Point of view

Eu estava sentada no banco de fora do cinema, vestia uma calça larga, uma camisa de gola alta branca e um sobretudo preto por cima, estava frio. Avistei Amber chegando, senti meu coração disparar, a garota vestia uma calça cargo, uma regata branca e sua jaqueta que ela leva em todo lugar, a olhei de baixo a cima com um sorriso genuíno, ela me olhou e sorriu, em inusitado a garota me abraçou forte como alguém abraça o outro em um reencontro.
Entramos no cinema depois do abraço, me perguntava se tinha acontecido alguma coisa e se Amber estava triste, mas hesitei em perguntar.

—Vamos assistir o que?—Eu e Amber olhávamos os cartazes dos atuais filmes, nenhum me chamou a maior atenção mas a Freeman se animou como uma criança com um filme de terror que estava em cartaz, ela me olhou assim que avistou o filme, assenti entendendo a mensagem, fomos pegar os ingressos e logo estávamos na sala de cinema, sentamos na última fileira, a sala estava consideravelmente vazia.

O filme começou, Amber assistia animada, em uma cena de jumpscary a Freeman se assustou me fazendo rir, Amber riu da minha risada e de repente nós duas estávamos rindo a toa, meu riso foi diminuindo assim que olhei para a Freeman, seus cabelos pretos brilhando assim como seus olhos, ela tinha tirado sua jaqueta e estava agora apenas com sua regata, sorri para a imagem em minha frente, Amber logo percebeu e me olhou de volta fazendo tudo em minha volta parar, eu a olhava atentando em cada detalhe, o jeito que ela sorria até como seu cabelo se mexia, tudo nela era perfeitamente harmônico e isso me fazia enlouquecer. Amber cortou nossa troca de olhares e voltou sua atenção para o filme fazendo eu fazer o mesmo que ela.

O filme rolava bem, não era tão assustador assim ou eu apenas estava preferindo olhar para Amber na escuridão que me fazia sentir mais livre.
Eu olhava a tela atentamente, meu braço e o de Amber estavam em contato no braço da poltrona do cinema, senti inusitadamente  o dedinho da Freeman enroscar no meu, olhei para nossas mãos agora em contato mas não comentei nada, de forma rápida nossas mãos estavam entrelaçadas, Amber parecia nervosa com seu próprio ato mas a garota continuava sem separar nada. Senti o olhar da Freeman sobre mim, devolvi o olhar rapidamente, nós estávamos a centímetros de distância, Amber me olhava com seus olhos cheios de desejo e medo, eles brilhavam com aquele brilho capaz de preencher a cidade inteira, a garota olhava para minha boca e meus olhos intercalando lentamente, sua respiração estava descontrolada assim como a minha, tudo que eu tinha prometido não fazer com Amber poderia ser quebrado apenas com um movimento.

—Tara, eu...—Amber olhava em meus olhos, sua mão ainda entrelaçada na minha, era como se uma melodia tocasse em meu coração mas se despencasse como uma montanha russa quando eu lembrava de tudo que já havia ocorrido.

—O que?

—Nada.—Amber sorriu arrependido, ela retirou sua mão da minha, senti um pedaço preenchido voltar a ficar vazio, vi pelo canto dos olhos Amber suspirar triste, uma luz brilhou no fundo da minha mente, eu entendi finalmente toda a situação, olhei para a Freeman, ela mexia sua perna freneticamente, respirei fundo e peguei novamente sua mão entrelaçando nossos dedos, Amber olhou para nossas mãos e sorriu mas não me olhou, as vezes eu não a entendia, em um momento ela aparentava não sentir nada por mim e em outro ela aparenta gostar, a confusão de Amber me deixa confusa, mas por aquela hora eu preferi deixar tudo aquilo de lado e focar no momento e aproveitá-lo, eu aproveitaria meu momento a noite inteira sem temer o amanhã, mesmo sabendo que amanhã eu iria temer hoje.

Moonlight - Tamber Onde histórias criam vida. Descubra agora