Quando 'cê me conheceu, não era triste.

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Maya Bardot

Ó Deus, que palhaçada tem aí pra mim?
Que desapego vou ter que aprender?
O que é que mais vou precisar passar?
Quem mais vou precisar esquecer?

( Você vai entender, 1 kilo)

 Eu acordei, sentindo meu braço latejar, minha cabeça doer, e ainda consegui ouvir  um suspiro enorme do meu lado, vi que era Bill, minha mente me leva a tudo que passei, tratei de esquecer, fiquei de olhos fechados, mas logo decidi  provocar Bill.

-  Quanto desanimo para ficar do meu lado, poxa - Eu disse brincando

- Maya, putaquepariu - Bill, dizia em meio lágrimas.

- O piranha, espero que esse choro seja de felicidade - Eu dizia rindo de leve, pois estava sentindo dor em meu corpo.

- Deixa de querer ser estrela, puta - Ele me respondeu me fazendo rir.

- Vou chamar o médico - Bill disse abrindo a porta e a cortando.

- Tá bom - Eu respondi.

 - Olá senhorita Maya, então, você tem dez fraturas em sua costela, a perna direita foi quebrada, fora as outras lesões externas, só não conseguimos salvar o seu bebê, o feto acabou sendo cozido, provavelmente pela sua febre de quarenta graus. Mas com muita persistência  e fisioterapia você poderá voltar a fazer tudo que gosta - O médico disse, meu mundo caiu na hora.

O médico chegou, eu estava sozinha, sem nem esperar, ele simplesmente jogou essa bomba em meu colo e saiu, eu fiquei inerte, Grávida, perna e costela quebrada.. Eu nem sei o motivo de ter acontecido tudo isso. Eu chorei, prometendo para mim mesma que nunca mais iria derramar uma lágrima sequer. Bill chegou um pouco depois d'eu ter me acalmado.

- Toma ai galinha - Ele me disse entregando um sanduíche desembalado.

- Obrigada soca fofo - Eu provoquei, vendo ele sorrir de lado.

- Verdade, tudo para não te machucar - Ele disse com um semblante tranquilo, me fazendo murchar.

- Não dá para brincar assim com você - Eu disse mordendo um pedaço do meu lanche.

- Se alimenta e fica quietinha - Ele também comia seu sanduíche.

     ( ... )

 Hoje era finalmente o dia da minha alta, depois de 21 dias internada, estava sentindo tanta saudade do meu apêzinho. Os meninos não deixaram de me visitar um dia sequer,  nesse momento eu estava assinando minha alta, com Bill ao meu lado e os meninos me ajudando com as bolsas.

O caminho foi divertido, assim que cheguei na porta e abri, vi minha casa impecável, com uma mini festinha na sala, fomos até lá, tinham salgadinhos, docinhos e bolo, eu amo bolo e salgadinho.

- Obrigada meninos, não precisava de tudo isso, vocês são muito importantes para mim - Eu disse com lágrimas em meus olhos, sentindo um abraço coletivo em minha volta. 

Então essa é a sensação de lar?.. É, O que seria de mim sem eles

- Vamos comemorar, Maya está de volta para nós! - Tom o abacaxi falou.

- Seja bem vinda ao lar, Meu bem! Estou feliz em te ver de novo - Georg quem falou.

- Verdade, agora nós somos uma família - Gustav respondeu.

Comemoramos, mas logo o cansaço me bateu, pedi licença e fui para meu quarto, entrei e tranquei a porta. 

tirei minha roupa, ficando de sutiã e calcinha, parando em frente ao espelho, me analisando..

Meu corpo estava muito magro, por conta dos dias sem comer, analisava também minhas cicatrizes, minha perna engessada e minha costela enfaixada, tomei um banho com cuidado, já que não posso molhar o gesso.. Sai do banheiro e me sequei como deu, coloquei uma calcinha leve e confortável, coloquei um pijama de cetim, estava pronta para deitar quando alguém bateu na porta.

- Oi - Assim que abri a porta vi o rosto de Bill.

- Oi Maya, fiquei preocupado por conta do gesso, achei que precisasse de ajuda - Bill disse, com as bochechas levemente coradas.

- Olha, ajuda agora eu não preciso não, já estava indo dormir, na verdade - Eu respondi.

- Ai, desculpa, boa noite, Bardot - Ele disse que afastando.

- Não tem problema, boa noite, Kaulitz - Respondi trancando a porta e voltando novamente para  a minha cama

A noite acabou sendo mais longa do que eu desejava, toda vez que fechava meus olhos eu me lembrava de tudo que eu havia passado. Consegui cochilar já ia dar 06:00, queria ter dormido um pouco mais, mas seria tecnicamente impossível, já que às batidas na porta eram incessantes.

- Quem é ? - Perguntei ainda deitada na cama.

- Maya é o Tom! - Achei estranho ele querer falar comigo agora.

Levantei me arrastando, catei um casaco de moletom que tinha na minha cadeira, pois eu estava sentindo muito frio, graças as meias vermelho sangue da Pucca, meus pés não sentiam a friagem. 

- Oi, Tom, o que aconteceu ? - Eu perguntei, vendo ele me olhar nervoso.

- É que eu preciso de ajuda, tem como me ajudar, mas sem contar para os meninos - Ele falava olhando o corredor.

- Tenho, entra aí - Disse dando passagem, mas tremendo de medo de que ele fosse fazer algo comigo e logo voltando para fechar a porta.

- É que eu tô com umas manchas roxas e eu preciso cobrir, se não meu produtor vai me matar - Ele disse tirando sua blusa, exibindo o pescoço e seu peito repletos de chupões.

- Meu irmão, na próxima você usa alho para afastar esse vampiro, coitado tava morto de fome, certeza - Eu disse, segurando uma risada. 

- Coé Maya, sem debochar pô - Ele disse meio bravo, até dar um sorriso.

 - Filha da puta, isso é gelado, Maya - Ele reclamou assim que a primeira gota de base caiu em seu pescoço.

- Cala a boca caraí, tú que pediu para eu cobrir - Eu disse, vendo ele criar um bico enorme igual criança quando toma esporro.

Depois que o crianção sai do quarto, tranquei a porta e fui arrumar minha cama e separar roupas para tomar banho.

(...)

Estava me enxaguando ouvindo música, quando ouvi baterem na porta, enrolei uma toalha no cabelo, coloquei um roupão e fui ver. 

- Oi- Disse pondo apenas minha  cabeça para o lado de fora.

- Não te vi hoje, achei que não tivesse tomado café e vim trazer para você - Bill falou e só nesse momento percebi a bandeja em suas mãos.

- Oh, desculpa, pode entrar - Dei passagem, mas ainda estava desconfortável 

- Não precisa ficar nervosa, Maya. Eu já estou de saída - Bill pôs a bandeja em minha mesa, me deu um pequeno beijo em minha testa e saiu.

Me sentei para comer, mas fiquei olhando a comida enquanto simplesmente me dsliguei do mundo, como se eu dormisse acordada.

Meu Pedaço de Pecado. || Bill Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora