Capítulo 20

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Juliette pov

Já tinha um tempo que a Sarah estava de cabeça baixa, ela chorava baixinho. Eu estava ao lado dela, tentava puxar alguns assuntos para distrair ela, mas nada adiantava. Nós nem sabíamos que ela estava gerando nosso bebê, nós não tínhamos nem ouvido o coraçãozinho dele, e estava doendo tanto. Descobrimos hoje que o maior amor do mundo não estava mais entre nós, eu não sabia o que fazer, ao mesmo tempo que eu ficava pensando em como ele ou ela seria já vinha a vontade de chorar.

Mas eu precisava ser forte por ela, ela não falou comigo, ela não me olhava. Ficava apenas no mundo dela, e me doía, doía ver ela chorando e se lamentando. Doía ver ela passando a mão pela barriga e pedindo desculpas por não ter conseguido carregar ele. Doía ver ela sofrendo e eu não conseguir fazer nada para ajudar.

Se passou tantas coisas pela minha cabeça, quem o bebê puxaria? Seria calminho ou íamos ter que levantar o tempo todo de madrugada? Teria os olhos verdes igual os dela ou seriam castanhos igual os meus? Eu perdi 19 anos da minha filha e hoje eu perdi o meu filho.

Eu não tive nem a oportunidade de ver o rostinho, eu nunca senti uma dor tão grande como agora. Um irmãozinho para os meus filhos, o irmãozinho deles seria muito amado pelos dois, não só por eles, e sim por todos nós. Imagina a felicidade da Thaís, Carla e Pocah quando fossem receber a notícia do bebê. Saio dos meus pensamentos quando escuto o choro da Sarah, subo na cama e puxo ela para deitar no meu peito.

Sarah: Por que Juliette? Por que essas coisas tem que acontecer comigo? Meu filho, eu matei meu filho.

Juliette: Não diz isso, Sarah. Isso não foi culpa sua, nós não sabíamos que você estava grávida. Por favor, não se culpe. - ela chorou mais ainda e eu apertei ela nos meus braços.

Quando ela ficou mais calma eu recebi uma mensagem da Pocah, dizendo que estava todo mundo ali. Respirei fundo e sai da cama.

Juliette: Pocah está aqui com o pessoal.

Sarah: Eu não quero ver ninguém, só minha filha. Pede para eles irem, Juh. - eu apenas concordei.

Eu entendia ela, também não queria ver ninguém. Está sendo um momento muito difícil e ela precisa tentar descansar um pouco, o dia foi muito longo para ela.

Juliette: Tudo bem, eu vou falar com eles. - ela assentiu e eu dei um beijo na testa dela antes de sair.

Chegando na recepção todos que estavam lá, assim que me viram, se levantaram.

Carla: O que aconteceu com ela?

Juliette: Ela teve um aborto espontâneo. - eu disse e todos ficaram em choque.

Carla: Meu Deus, a Sarah estava grávida? - eu concordei.

Thaís: A gente sente muito, Juh. - ela me abraçou, todos ali me abraçaram.

Carla: Eu preciso ver ela, qual quarto ela está?

Juliette: Ela não quer ver ninguém, Carla. Disse que quer ver apenas a Luana. - Carla respirou fundo e assentiu.

Carla: Tudo bem, é um momento difícil para vocês. Vai nos avisando qualquer coisa, eu vou esperar a Luana voltar para irmos embora. - eu assenti e logo a Luana me seguiu.

Entramos no quarto e a Sarah estava do mesmo jeito, Luana se deitou ao lado dela e a abraçou.

Luana: Eu sinto muito, vamos passar por isso juntas! - ela deu um beijo na testa da mãe, Sarah abraçou ela e chorou mais.

Ela conseguiu dormir nos braços da Luana, quando a Luana percebeu ela se afastou da cama e deu um beijo na testa da mãe. Ela disse que já ia e eu acompanhei ela até fora do quarto.

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