PRESSENTIMENTOS

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Apresento sua protagonista feminina.
Imagem acima!
Sintam-se à vontade para se imaginarem no lugar dela. 🙈🤩😈🔥
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Lya

Terra, ano 2023

O tamborilar de dedos na mesa me chama de volta à realidade. Tenho estado muito distraída desde que soube que minha missão foi antecipada. Para ser franca, tenho um mau pressentimento sobre isso e olhe que não sou afeita a superstições 

— Lya, você está novamente dispersa! O que está acontecendo?! — Hektor, meu noivo me questiona.

Olho em volta do seu luxuoso apartamento com uma sensação nostálgica, talvez de despedida. Esse incômodo tem persistido durante todos esses dias e não é como se eu nunca tivesse ido à Estação Espacial Internacional em missão, sou excelente no que faço, afinal treinei por muitos anos, desde a adolescência e não tenho que ser modesta; tive que aturar muito preconceito para estar onde estou. Sou a astronauta mais jovem da minha geração e única mulher brasileira no meio de tantos gringos. 
Hector, assim como eu, compartilha da mesma profissão e foi assim que nos conhecemos há cinco anos atrás.

— Não é nada importante! Deve ser ansiedade com a data do nosso casamento se aproximando…— dou essa desculpa, sabendo que ele não entenderia o que estou sentindo, sendo que nem mesmo eu entendo. Essa é a primeira vez que estou apreensiva em subir.

— Hum…está tão ansiosa assim para "ficar" comigo?! — questiona com seu jeito sedutor, algo que acho típico nos italianos.

— Não posso negar sobre isso! — confesso enquanto tomo meu vinho calmamente, tendo deixado minha sobremesa de lado. 

Não posso negar que o homem é muito romântico e esses jantares em seu apartamento ou restaurantes, tem sido algo comum em nossa relação. O que não é comum é sexo. Por minha causa?! Nem de longe! Ele deixou claro no início do nosso namoro que sexo não seria incluso no pacote, digamos assim. Naquela época, eu estava saindo da adolescência, nunca tinha tido namorados, por isso achei razoável que fôssemos com calma sobre o assunto. Só que com o passar dos anos, meu interesse sexual foi despertado e o que ele me oferece em relação a isso é apenas um paliativo.

Acho fofo isso da parte dele, mas não fico nada satisfeita da minha parte. Mal posso esperar para transar. Essa coisa de se manter "puro" até o casamento é totalmente antiquado para mim, mas por respeito aos seus valores, cá estamos: ambos virgens. Seria cômico se pudessem nos emoldurar.

— Falta pouco, querida! Quando você retornar de sua missão daqui há alguns meses, nos casaremos. — ele me consola beijando minha mão.

— Não rola nem uma tirada de casquinha?! — pisco o olho, enquanto faço beicinho.

— Você é terrível! — fala dando a volta na mesa e me puxando para um abraço.

— Sim! Mas nunca consegui te convencer! — dou um beijo estalado em sua bochecha, aproveitando e passando a mão boba em seu traseiro. Por resposta, ganho uma repreensão com o olhar — Pronto! Parei! — sorrio levantando as mãos em sinal de rendição — É melhor eu ir, Frederico deve estar com fome…

— Eu não te entendo, Lya…tanto animal para se ter de estimação e você escolhe logo uma píton?! — ele me questiona com sua indignação habitual por causa do meu bichinho.

— Hum…?! Por que amo "cobra"?! — Dou uma piscadela ao falar a palavra com um duplo sentido, o que o faz revirar os olhos.

— E quem vai cuidar do réptil na sua ausência?! — ele franzi o cenho ao me perguntar, obviamente preocupado que eu lhe delegue essa missão, já que tem medo do meu precioso. A última vez que ele teve que cuidar, Frederico acabou fugindo. Foi um alvoroço para encontrá-lo.

— Minha amiga irá cuidar, ela ama animais! Além do mais, é veterinária e saberá cuidar bem do meu bebezinho! — Tranquilizo o medroso.

— "Bebezinho"?! Você terá sorte se sua amiga não for devorada! — diz e dá uma gargalhada rouca e estou por um triz para me jogar em seu colo, mas já sabendo que serei recusada. Sério, tenho que pôr um fim nessa vida de castidade.

— É melhor eu ir, já está tarde e tenho algumas coisas para arrumar para amanhã. Você irá se despedir de mim, não é?!

— Pode contar com isso, querida! — diz beijando suavemente meus lábios.

Esse homem é tentador e é melhor eu ir embora, antes de receber outra negativa. Agradeço pelo jantar e me despeço, seguindo direto para o elevador. Nem tenho tempo de apertar o botão e a porta se abre, revelando um lindo loiro de olhos verdes. Não é que meu moreno não seja lindo, mas esse aqui compete em pé de igualdade. Quase faço beicinho por ele sequer notar que existo, porém me lembro que sou uma mulher comprometida e estressada por excesso de tensão sexual.

Ele sai e eu entro, descendo direto para o estacionamento. Para minha total frustração, não encontrei a maldita chave na bolsa e desconfio que ficou no quarto do Hektor, quando tirei tudo de dentro para encontrar um batom. Resignada, até porque não iria caminhando para casa, subi de volta.
Bati na porta e o bastardo não atendeu. Aposto que está no banho. Nunca vi um homem para tomar tantos banhos num único dia. A impressão que tenho é que ele tem mania de limpeza.
Agora, bastante irritada, busco a chave que ele me deu, na bolsa e a uso para abrir a porta. 

Imediatamente meus ouvidos captam sons audíveis de gemidos vindos do quarto. Fico um instante paralisada, tentando absorver essa informação e o que ela significa. Meu coração está batendo tão forte que o sinto na garganta. Por mais que eu esteja relutante, esse é o som claro de uma traição. Não posso acreditar que Hektor tenha outra mulher. Dou passos para sair do apartamento sem olhar para trás, mas então que desculpa ele usaria se eu não os pegasse em flagrante?!

 Atravesso a curta distância que me separa do local da traição, jurando em meu íntimo que não farei barraco com a mulher que está com ele ali, afinal é ele quem me deve respeito. Esse canalha! Desgraçado! Fingindo esse tempo todo que era virgem. Se ele queria tanto transar, por que não comigo?! Eu queria, esse bastardo que se negava.

Isso não vai ficar assim…

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Espero que gostem!

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O REI DE NAGAH: Contos Alienígenas Onde histórias criam vida. Descubra agora