A FAMÍLIA QUE DESEJO

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O capítulo de hoje quase não sai... contratempos! 😬😅

Votem e comentem!

Abraços!

😘❤️🥰😍
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Lya

Estava tendo meu sono revigorante e tranquilo abraçada numa almofada musculosa. Estranho, mas tudo certo! Bom, isso até sentir que o Everest subiu em mim. Não teve como não acordar imediatamente. Agora imagine o tamanho do meu susto ao perceber que o Everest nada mais era do que a cobra surtada. Minha vontade era chutar a bunda dele até derrubá-lo da cama. Que ousadia deitar pelado ao meu lado e o desgraçado ainda está de pau duro. 

Instintivamente levo a mão entre as pernas e respiro aliviada ao não sentir qualquer sensibilidade ali embaixo que denuncie que fizemos sexo. Hum…e como diabos essa roupa se materializou em meu corpo?! É tão macia e cheirosa. Eu diria que tem um cheiro extremamente calmamente. Gostei! Será que foi ele quem me vestiu?!

Porém, isso não muda o fato de que desejo tirar a pele desse rei idiota. O problema é que quando estou pronta para lhe dar uma voadora, ouço seu grunhido baixo. Congelo ao ver lágrimas rolando por seu rosto. Meu Senhor, ele deve estar sonhando algo muito ruim. O ruído que ele faz é de quem está sufocando. Toda minha raiva desapareceu ao vê-lo tão frágil. Nem preciso dizer que tenho um fraco por cobras e uma triste ou ferida, é algo que não consigo ignorar.

— Acorda, cobrão! — empurrei seu ombro e o chamei algumas vezes, e nada. Será que hibernou?! Se for isso, morrerei esmagada aqui embaixo.

Optei por medidas drásticas e o belisco com força. Quero ver não acordar depois dessa.

— Vai continuar aí babando em cima de mim ou quer outro beliscão?! — pergunto assim que abre os olhos e o belisco outra vez.

Fica claro que ele não entende minha manifestação de humor com essas palavras, no entanto se afasta. Sento na cama esbaforida e puxando ar para os pulmões. Caramba, que Naga pesada! 

Inicio uma conversa nada a ver só para quebrar o clima constrangedor. Eu queria muito bater nele, mas jamais chutaria "cachorro morto". Isso não se faz. É melhor deixar para outra ocasião. O que será que ele estava sonhando?!

Como suspeitei, foi ele quem pôs a roupa em mim. Era um corte simples, bem parecido com o que o irritadinho estragou, só que um preto com traços prateados. Confesso que gostei muito mais desse, mas ele não precisa saber; tampouco irei agradecer, já que é apenas uma restituição. Porém a parte dele jurando, praticamente pela própria honra, que não me tocou, foi engraçado.  Realmente acredito nele. Contudo, tive que morder a língua para não rir dele defendendo a honra de donzelo.

A parte mais importante disso tudo, foi ter aproveitado a oportunidade para chegarmos a um acordo quanto a Vāyu. Realmente eu sofreria muito se fosse obrigada a me afastar do meu pequenino. Nem sei como é possível, mas já amo essa criança com todas as minhas forças, tanto que estou cogitando ficar aqui só para ficar com ele. Além do mais, ter descoberto que vim do passado me deixou insegura. Mesmo que eu consiga voltar para a Terra, iria encontrar um mundo totalmente diferente do que deixei e desde que não me tratem mal por aqui, posso ir ficando.
Depois de colocar todos os "pingos nos is", estendo a mão para selar nosso trato.

— Ótimo! Temos um acordo! — Nossa! Que mão grande e macia. — Ah, só mais uma coisa… — é lógico que não posso sair sem lhe dar uma pequena punição.

— O quê?! — Ah, inocente!

— Aproxime-se! — peço e ele vem obedientemente para mais perto — Mais…— ele vem e não conto estória, mordo o bastardo no mesmo lugar que ele fez comigo. Não economizo na força, já que não tenho veneno, uso a arma que tenho.— Agora estamos quites! Nunca mais me morda! Agora você já sabe que isso dói…— aviso e caio fora, antes que ele pense em vingança.

Saio dali feliz da vida, por poder ir ver meu neném sem ninguém me atrapalhando. 

" O cravo brigou com a rosa, debaixo de uma sacada…o cravo saiu ferido, a rosa despedaçada…" — não sei como, mas sinto a presença do rei sem nem mesmo o vir, o que me faz parar de cantarolar.

— Está me seguindo, senhor cobrão?! — questiono sem nem mesmo olhá-lo.

— Você esqueceu isso! — Diz mostrando o pacote com as roupas.

— Não falei que aceitaria… — faço doce.

— Talvez eu deva ofertar para outra fêmea…— é o quê?! Como ele ousa?! Que cobra atrevida! 

— Me dá isso…— Tomo o pacote das suas mãos na força do ódio  — Por que quer dar para outra, se já me deu?! Isso é contra as regras de presentear… — Se ele "frescar" comigo, faço comer o pacote inteirinho. Ele tem coragem de irritar uma brasileira. — Obrigada! — agradeço, até porque não sou mal educada.

— Só agora me dei conta de que não sei seu nome…— "Cumequié?" Depois de tudo, não se deu o trabalho de investigar meu nome?! Essa cobra está me provocando…"rum"... 

— Sério?! Até dormimos juntos… — Falo, sentindo o calor em minhas bochechas — meu nome é Lya…Ananta, não é?!

— Então já sabe?! — O modo como me olhou, foi sexy. Não nego!

— Ouvi por aí! — paro diante da porta do quarto do meu bebê — Vai entrar?! — questiono abrindo o recinto.

A primeira visão que tenho é de Vāyu correndo para mim. 

— "Man", Vāyu com saudade! — Own…meu coração vai derreter com tanta fofura.

— Eu também estou com saudades! — faço questão que ele saiba quando o pego no colo — Você tem se alimentado direito, amorzinho?! Parece mais magrinho! — Ele parece bem mais leve. Avalio seus braços e estão mais finos. Será por conta do metabolismo das Nagas?! Tenho que investigar isso melhor para garantir que tenha uma nutrição correta.

— Lya…oh, saudações, majestade! — Jāhnavī muda a expressão por um segundo ao ver o rei atrás de mim e até gagueja, mas prossegue — Desde que acordou ele tem se recusado a comer…queria vê-la, porém não a encontramos em lugar algum…

— Ah, pois já estou de volta e não sairei mais de perto do meu bebezinho! Agora você vai comer sua refeição todinha. Entendeu, mocinho?! — É óbvio que não falarei nem sob tortura que estava dormindo com Ananta.

— Vāyu com fome… — Rio muito do seu jeitinho fofo de falar, mas então meu estômago dá um rugido que me deixa com vontade de me enfiar num buraco.

— Bom, acho que você também está com fome! Sua barriga está dando trovoadas. — Esse desgraçado está rindo de mim?!

— Sua pele é tão tentadora, cobrão! — Ameaço, fuzilando-o com o olhar. Deixa ele se meter à besta, não é porque fiquei comovida por vê-lo chorar que vou continuar aliviando pro seu lado.

Contudo, ele deve ter entendido que eu estava a um passo de arrancar sua pele bonita à unhadas e parou de provocar. Engraçado, ele está com uma grande área da sua cauda mais clara do que as demais, não recordo de ter visto isso antes.  O que será que houve?! Ou era assim mesmo?!

— Essa roupa…— Jāhnavī me olha com cara de espanto, mas para de falar repentinamente — Ficou lindo em você! — Era isso que ia dizer antes?! Por que parou?!

— Obrigada! Também achei! 

Ananta ficou ali por algum tempo. Vāyu estava se esquivando de chegar perto dele, porém o incentivei, afinal ele é o pai e realmente acredito que esteja sendo sincero ao querer se aproximar. Coisa que não vou permitir se a vadia da mãe dele resolver aparecer. Sou capaz de torcer o pescoço dela igual se faz com galinha num abate.

É, Preciso encontrar com a Eva novamente. Agora quero a fofoca completa. Quero saber o que aconteceu que culminou com meu bebê sendo abandonado no meio da floresta por aquela megera.

Olho para meu pequeno e seu pai juntos e não tem como não pensar que é assim que desejo que minha família seja!

"Meus!"

A palavra reverbera em minha mente como se minha alma gritasse em meu ouvido. O que me deixa confusa.

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O REI DE NAGAH: Contos Alienígenas Onde histórias criam vida. Descubra agora