ATAQUE DE FÚRIA

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Já peço que não briguem comigo! 🤭😅

Postei e corri, de novo!

Votem e comentem!

Amo vocês !
🥰❤️😍😘
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Lya 

Acordo desejando que o mundo acabe de uma vez. Minha cabeça dói, tudo em mim dói. Sempre levei uma vida com duras regras sociais; então esse é o meu primeiro porre, sim. E para avacalhar de vez, não lembro de nada que fiz. Só sei que acordei pelada e sem noção de como isso aconteceu. Até avaliei as possibilidades de ter transado, o que não seria uma má ideia, porém sigo intacta.
Por outro lado, acho que sonhei com o cobrão traidor, o bastardo estava pelado na minha frente e tinha dois paus. 

Espera um pouco…as cobras têm falo duplo e se as Nagas forem semelhantes, devem ter também. 

Porém, antes o vi nu, em sua forma humanoide e não vi duplicidade. Mas e se com a transformação isso muda?! 
Gente do céu, tenho que repensar essa ideia de transar com um Naga. Perder o cabaço da frente deve doer pra caramba, imagine perder os dois ao mesmo tempo. Socorro!

Lya, para de pensar asneiras! Te controla!

Como eu queria um telefone para ligar para Eva, ela deve saber todas as merdas que fiz quando estava alcoolizada.
Por enquanto, só tenho que me concentrar nos problemas que tenho em mãos. 
Tomei um banho e vesti a roupa limpa que me foi disponibilizada. 

Essa história de vestir peles tinha que acabar; se tem tecidos nas camas e banheiros, então eles dispõem de algum recurso como esse. Não sei como o conseguem, porém, se for o caso, posso trabalhar para pagar. Ainda tem a possibilidade de recuperar as peças que deixei na nave; de qualquer jeito, a pele do traidor não seria minha única opção, a não ser que eu quisesse um tapete de cobra.

De antemão, sei que ele atende numa sala de reuniões, então me dirijo naquela direção. Os guardas já estão habituados comigo e pouco se incomodam com meu ir e vir. 
No caminho, encontrei Vāyu e sua babá, voltando do passeio matinal.

— Mamãe…— ele abre um sorriso lindo ao me ver. Esse gesto abrandou meu coração, porque eu já estava planejando mil e uma formas de escalpelar aquele bastardo do pai dele.

— Hum…sua boca está suja, o que andou comendo?! — Limpo as migalhas em sua bochecha e dou um beijo estalado ali — Você está comendo doces?! Tem que limpar os dentes depois pra não estragar… — falo ao sentir meus lábios adocicados.

— Vou levá-lo para fazer suas higienes! — Jāhnavī avisa.

Nesse momento, somos interompidas pelo irmão de Ananta; conheci o idiota dias atrás e não fui com a cara dele. O infeliz teve a pachorra de me olhar de cima abaixo como se eu não passasse de uma barata e ainda jogar indiretas. Desde então, tenho evitado encontrar com ele pelos corredores, sempre me desviando, quando posso; pena hoje não ter sido possível. Definitivamente, não estou com humor para lidar com ele. E espero que o bastardo esteja vendo minha predisposição para matar estampada em minha cara.

— Leve esse bastardo para passear em outro lugar…

Bom, eu o teria ignorado totalmente, fazendo de conta que é um enfeite inanimado do palácio ou um verme rastejando pelo piso, se ele não tivesse falado isso.

— O que foi que você disse?!

— Não falei com você humana…foi com a serva… — Usa toda sua altivez e desdém para me repreender.

— Antes fosse comigo! — disse dando um passo adiante e empurrando Vāyu para a babá. Ela entendeu o recado e o segurou, só quem não vai se segurar aqui sou eu — Do que você chamou meu filho?! Repete … — o desafio deliberadamente, porque com a raiva que estou agora, só quero uma desculpa para extravasar minha fúria.

— Esse pequeno bastardo não é seu filho… 

E lá se foi meu último fio de razão. Hoje teremos sopa de cobra. Sou capaz de tolerar qualquer insulto dirigido a mim, mas não ao meu bebê. Ele já passou por muita crueldade para ter que aguentar esse tipo de coisa horrível de um principezinho mimado. 

Minha visão é só um borrão vermelho quando salto sobre o desgraçado, derrubando-o no chão. Pela visão periférica, percebo a babá se afastar com meu filho, então não tenho que me controlar. Esse imbecil vai levar a surra que merece. Por tê-lo pego de surpresa, ele ainda deve estar processando o que aconteceu e me aproveito para socá-lo com gosto. Igual quando eu tinha que pisar paçoca no pilão… aja força!

Bato em seu rosto uma, duas, três…até perder as contas, numa sequência de socos contínuos…minhas mãos doem.
Subitamente, alguma coisa me enlaça pela cintura e me puxa de cima dele.
Torço meu corpo num ângulo pouco provável, acertando quem me agarrou com as pequenas garras que apareceram no lugar das minhas unhas…

Garras?! Eu tenho garras?!

Céus! Atingi o Ananta no peito;  por sorte, ele se desviou no último segundo, mas ainda deixei uma marca significativa ali. 
Olhei de relance e o bastardo do irmão dele estava se levantando. Novamente minha visão se turvou de vermelho.

"Morte ao macho transgressor". — uma voz grita muito alto em meu íntimo, tornando impossível ignorar o clamor.

Mas ao tentar me libertar para alcançar meu alvo, Ananta me trás mais próximo de si, envolvendo meu corpo em seu abraço; tanto braços, quanto a extensão de sua cauda, me enrolando como um charuto.

— Acalme-se, Lya! Volte para mim… — Automaticamente meu corpo relaxa. Seus dedos fazem movimentos suaves em minhas costas; minha cabeça começa a dar voltas, fazendo-me recostar em seu ombro.

Ele continua a falar, só que numa linguagem intransponível para meu entendimento.

Então, ouço uma voz longínqua é a voz do príncipe.

— "Você a marcou?? A transformou numa aberração?!"

— "Ela é minha predestinada…"

Predestinada?! 

Algo em mim parece feliz com esse reconhecimento. Meus olhos estão pesados demais para resistir à letargia que se abate sobre o meu corpo. Porém, de alguma forma, sei que estou segura e não há motivos para lutar, então me permito ir sem delongas…a sensação é que vou hibernar…

Nhéque.

O barulho de rangido me puxa de volta a realidade. Acabei tendo pesadelos. Sonhei que na hora que voltava do banheiro levava uma pancada na nuca ao passar pela porta. Até estou sentindo a dor no pescoço; devo ter dormido de mal jeito. Minhas pálpebras  estão muito pesadas.

— "Mamãe…"

Vāyu?!

Abro os olhos e me sento abruptamente, por causa do mau pressentimento que me atinge. Estou no chão duro e úmido. Meu pequeno está ao meu lado.

Grades?! 

Céus, que lugar é este?!

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O REI DE NAGAH: Contos Alienígenas Onde histórias criam vida. Descubra agora