EU MEREÇO O MELHOR

5.1K 572 137
                                    

Não é tão sangrento, mas se for sensível, não leia!

Votem e comentem!

Abraços! ❤️🥰🤩😍
__________________________________

Rita

Eu poderia dizer que minha escolha de "estilo de vida" foi baseada no quão difícil minha vida foi, no entanto estaria mentindo descaradamente. Pelo contrário, sempre tive uma vida fácil, com todo luxo que o dinheiro pode comprar, mas, ainda assim, não era o bastante. Eu sempre queria mais…precisava de mais adrenalina para viver.

Meus pais me julgavam uma rebelde sem causa, quando, na verdade, eu só era incompreendida. É ruim esbanjar?! Querer ter mais do que se pode gastar?! Hum, quem se importa, não é?! Bom, meus pais, sim! Então eles não pensaram duas vezes em me casar com um velho rico, imaginando que assim eu sossegaria. Ledo engano! Aí sim, passei a fazer tudo que me dava na cabeça.

Cornear o idiota era uma das minhas atividades favoritas, não que ele fosse feio ou não desse no "couro", mas como disse, sempre precisei de mais. Só assim me sentia viva. Nem preciso dizer que isso não acabou bem. Fui descoberta e expulsa de casa, sem "eira nem beira". Até meus velhos não me aceitaram de volta. Fui vista como caso perdido e já que era assim, não me incomodei em meter a mão no que eles tinham, aliás, não era como se já não os roubasse antes.

Peguei o que deu e fugi. Teria ocorrido tudo bem, se eu não tivesse parado no meio do nada para observar luzes no céu noturno. 
Daí, vim parar nesse lugar.

Foi um começo impactante, não diria difícil. Tirando a parte de descobrir que, assim como a raça humana desconfia, existe vida fora da Terra, foi tranquilo .
Se fiquei traumatizada, igual vi muitas chorando e gritando?! Óbvio que não! Meu sangue é mais frio que isso. Só vi uma oportunidade de me dar bem.

Então, experimentar paus novos e diferenciados foi só um bônus para mim. Naquela época, conheci Daityas e ganhei sua proteção, por isso não foi difícil subir de status nesse lugar. Ele estava abaixo apenas do alien que chamávamos de "Mestre", o dono dessa área de negócios, o que me deu uma vida bem confortável e lucrativa. Ainda mais quando descobri que parir aos montes me faria mais rica do que jamais sonhei. 

Por ser bem versátil e não recusar nada, sempre fui a preferida das raças para procriação. Geralmente eram gestações bem rápidas e graças à tecnologia, indolores. Então sim, tenho muitos bastardos espalhados pelo universo. Perdi a conta de quantos são, desde que cheguei.

Assim, quando Daityas me chamou para fazer parte de seu plano de vingança contra seu rei, aceitei e fui, só pela adrenalina mesmo. Era incrível me sentir poderosa. O bastardo até que é lindo, mas pediu para morrer, óbvio que não tenho problema algum com isso. O difícil mesmo, foi conseguir sair daquele planetinha desgraçado. Acreditei que seria meu fim quando fomos abatidos antes de sair da atmosfera e caímos na floresta.

Para piorar, fiquei grávida do rei imbecil e isso o ajudaria a me rastrear, bom até Daityas vim me resgatar. Ainda tivemos que passar algumas semanas escondidos, até relaxarem o sistema de segurança que monitorava a parte área. Nesse período, estive engolindo esperma de naga para confundir minha localização, o que foi um prazer, diga-se de passagem.

Na nave de resgate, dispúnhamos de tecnologia para fazer uma cesariana, então quando minha barriga começou a me irritar, mandei "passar a faca" , joguei o bastardo com bolsa amniótica e tudo na selva e cai fora daquele inferno.

Só não imaginei que pai e filho sobrevivessem e não apenas isso, o rei achara uma companheira. Então como já se pode imaginar, Daityas surtou e graças a ele, estou nessa merda agora.

O desgraçado achou por bem ir estuprar ela no meio da noite e acabou decapitado. A mulherzinha infernal virou o Hulk com garras e saiu matando geral.

Estou cheia de dor, porque essa ordinária me feriu e ainda ousa querer me dar lição de moral. Sem falar que essa cena amorosa está me revolvendo o estômago, me causando asco. O bastardinho ainda fica se comportando todo fofinho no colo do pai. Que nojento! Se bem que depois que o rei mudou, ficou ainda mais bonito e eu não me importaria de ficar com ele.

Enquanto eles estão distraídos, puxo minha Beretta do bolso. Havia comprado há pouco tempo numa loja que vende quinquilharias da Terra. Havia apenas dois projéteis, mas suficiente para meus planos. Alguns aliens são sensíveis ao aço do meu planeta natal e eu tinha planejado  assumir o lugar do meu mestre, porém essa vadia se atreveu a me ferir e é com ela que gastarei essa preciosidade.

Sentei o dedo no gatilho e a maldita caiu para frente. Muitos pares de mãos se apressaram em socorrê-la.

— Você mereceu isso por atravessar meu caminho e matar meu macho! — anuncio sem medo.

Olhares mortais se voltam sobre mim e não é como se eu me incomodasse. Estou acostumada a tirar do meu caminho quem me irrita e não meço esforços para isso, inclusive já cheguei a alimentar os exspiravit com uma piranha que se atreveu a me enfrentar, então sei que meu "mestre" não vai se incomodar com o que fiz agora. 

O rei Naga entrega o pequeno bastardo para o homem ao seu lado e apanha a cadela sem vida no colo. Quando me encara, percebo a promessa de vingança em seu olhar frio, porém ele apenas me ignora, enquanto tenta reanimar o cadáver em seus braços.

— Óh, você não quer ir acompanhar o funeral da sua amiguinha?! — Provoco a morena que me olha com sangue nos olhos.

— Não! Porque tenho outro funeral para ir… — diz vindo na minha direção — Por acaso esqueceu que te prometi uma dança?!

— Peguem ela! — ordeno aos seguranças ao lado do meu mestre, quando ela se aproxima perigosamente de mim.

— Zephyrus, se alguém me interromper, você vai desejar não ter me conhecido…— a vadia olha para meu mestre e o ameaça. Como assim ela sabe o nome dele e ainda ousa falar em voz alta?!

Para meu espanto, ele sinaliza para que ninguém interceda e ela vem para cima de mim. No mesmo instante, meu rosto está virado para o lado num ângulo estranho, graças ao soco que recebo. 

— Você matou alguém com quem eu me importava muito…esse vai ser seu fim…— diz me empurrando na coluna mais próxima.

O impacto me faz cair no chão, gemendo de dor. Eu já havia sido ferida anteriormente e não tem como reagir ao ataque.

— Mestre, por quê…?! — balbucio quando meu cabelo é agarrado e sou arrastada pelo salão até a borda do aquário.

— Quer saber o porquê, piranha?! — a desgraçada bate minha cabeça sobre o vidro, fazendo meu cérebro sacolejar — Ele vai preferir arrancar o próprio braço com os dentes do que tocar em mim…

— Mas…por quê?!

— Sua idiota, eu sou sua maldita rainha…é por isso… — outra vez minha cabeça é batida contra o vidro, fazendo os monstros ali se agitarem. — Você é uma escrota sem coração… — diz me soltando e até achei que me deixaria ir.

— Alimente os "bichinhos"... — ela diz em tom de ordem.

Não posso acreditar! Meu mestre irá obedecer?! O aquário é aberto e sou agarrada e arremessada na água.

Tento nadar para fora, porém sinto o exato momento quando um dos meus braços é arrancado.

Grito a plenos pulmões…não, eu não mereço isso… eu mereço o melhor que existe...

Ainda pude ver o olhar satisfatório do rei com a puta em seus braços…malditos!

Os monstros me cercam, então sinto os solavancos das minhas extremidades sendo arrancadas…começo a afundar, a água invade meus pulmões…dentes afiados abocanham meu abdômen, causando uma dor excruciante…só queria ter morrido antes de cair aqui…

Por fim, uma bocarra se fecha sobre minha cabeça…o último som que ouço é de mastigação…e…

............

O REI DE NAGAH: Contos Alienígenas Onde histórias criam vida. Descubra agora