MISSÃO RESGATE

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Demorei?! Sim! A atrapalhada aqui estava fazendo o capítulo de amanhã quando se deu conta de que não tinha feito o de hoje! 😅😅😂😂

Mas aqui está! Não briguem comigo!

Eu já disse que amo vocês hoje?! 😅😅🥰🥰❤️❤️

Como é de praxe, postei e corri!

Votem e comentem!🤣🤣🤣🤣

🥰❤️😍😘🤩

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Rei Ananta

Algumas horas antes…

— Majestade, me puna! Eu sou culpado!

Ver Armet curvado diante de mim acendeu toda a ira em meu ser.  Um fogo ainda mais quente do que aquele que me queimou dançava em minhas entranhas, faminto por consumir o transgressor diante de mim. Ele admitia sua culpa e o fazia em voz alta, diante de todos os presentes.

— Leve-o para a prisão! — Ordeno aos soldados.

Sua fêmea está num canto calada, mas não silenciosa. Seus soluços são audíveis à medida que seu choro se torna mais intenso. Vi o exato momento que ela quis falar, mas seu companheiro fez sinal para que se calasse e sua boca se fechou com uma rápida mordida no lábio inferior, como que sufocasse qualquer ímpeto das palavras fluírem por si só.

Realmente me doía vê-la desamparada. Ela não tinha culpa de nada. No fim das contas, fui eu quem a colocou nessa situação, ao permitir que o guardião cuidasse de sua segurança. Porém, não posso me focar nisso agora.
Minha fêmea e meu filhote estão lá fora e precisam de mim com urgência e quanto mais tempo demorar, menos chances de encontrá-los, mas ainda que eu tivesse que varrer o universo inteiro, não iria desampará-los.

Não imaginei que iria precisar recorrer tão cedo à aliança com o Ceifador de Mundos. Eu usaria todas as armas disponíveis para lidar com essa situação. Para meu alívio, ele foi rápido em me dar uma resposta, certamente leva muito a sério a segurança de uma companheira. Além de descobrir para onde Lya e Vāyu foram levados, também enviou ajuda.

Contudo, não me detive por aí, All-One ficava num ponto mais próximo da estação para onde eles foram levados, então solicitei ajuda do príncipe Sírius, sabendo o quão zeloso é com sua companheira humana. Ainda não temos uma aliança, mas estou propenso a pensar sobre isso, ambos iríamos nos beneficiar.

Nagah é um planeta de cultivo, não dispomos de arsenal bélico que nos pusesse em pé de igualdade com outras civilizações, mas por sermos essencialmente pacatos, não representamos perigo para as "grandes potências", ainda assim, temos recursos que eles não têm e que fazem nosso valor subir de forma exorbitante.

Antes, sequer cogitei formar alianças com "estrangeiros", mas não era hora de ser tão pretensioso. Toda ajuda era necessária e Sírius não negou. Eu me lembraria para sempre de sua benevolência.

Com tudo pronto, reunimos soldados de elite, sob o comando do meu irmão e partimos na nossa embarcação mais rápida. Levaríamos algumas horas até o quadrante 4, onde a estação estava localizada. O local é um ponto comercial muito importante e também um antro de tudo que é ruim.

Inclusive, as fêmeas humanas que resgatei sóis atrás, estavam sendo levadas para lá para serem escravas. Coincidiu de minha embarcação estar por perto quando os piratas espaciais que as levavam cometeram o erro de nos abordar. Não pude me abster dos seus pedidos de socorro e entramos num embate. Piratas são seres inescrupulosos, se pudermos evitá-los, o faremos, mas não quando vêm diretamente para nós.

E foi assim que as primeiras humanas vieram parar em Nagah. Dentre elas, a companheira de Armet. Lembro que ele e seu irmão  disputaram sua atenção. Daityas é jovem e intempestivo, quis levar a fêmea à força e precisei intervir. Por seu desrespeito, acabei tendo que exilá-lo, por um tempo, como punição.

Hum…eu deveria me concentrar nessa missão, não no passado. Em relação a isso, nem um ponto pode ser movido de lugar. O que está feito, está feito! Não há retorno e nem como refazer. Suspiro frustrado, por mais uma vez ter sido feito de bobo em meus próprios domínios.
Sinto meu peito apertar cada vez que me lembro que minha companheira e meu filhote estão naquele lugar, sem qualquer proteção, ainda mais sabendo para que tipos de serviços ela foi levada.

Sei que ela estará viva quando a encontrar, afinal o ataque é dirigido a mim. Querem me quebrantar através dela, através do estado que a deixarão. Não! Eu me recuso a pensar nisso! Se Lya tiver que passar por tudo isso, terei falhado em protegê-la e definitivamente não estarei a sua altura como macho.

— Mais rápido! — brado para o oficial em comando.

— Meu rei, já estamos em velocidade máxima! — ele afirma aquilo que eu já sabia, porém é inevitável da minha parte agir assim.

E enquanto meus punhos se forçam fechados, teço uma humilde prece ao deus Naga, apenas desejando chegar a tempo…

"Apenas me conceda tempo".

Agora…

No portão sul, de acoplagem, minha embarcação é fixada. Não perco um segundo sequer para sair dali. Lá fora, identifico oficiais de Alfa-Kynl e All-One à minha espera, no último grupo, percebo um rosto em particular: o oficial Ikion. Ao contrário do que imaginei, ele me olhou com um olhar de cumplicidade e respeito.

— Imagino que nossas diferenças tenham ficado no passado?! — Questiono me aproximando dele.

— Sim! — afirma batendo a mão fechada em punho no peito esquerdo, sinal máximo de sua honradez e palavra — Agora vamos chutar alguns traseiros e resgatar sua companheira.

Apenas assenti e sigo na frente do batalhão. É óbvio que uma missão dessa magnitude, reunindo três raças diferentes, chama a atenção dos transeuntes. Eu sou um rei, no entanto não tenho poder sobre os povos que vivem aqui, no máximo alguns me devem favores, mas não o suficiente para entrar num conflito por mim. Já meus aliados são conhecidos e a reputação de seus governantes os precede, então quem nos ver pelo caminho, se afasta como se fossemos pragas que estivesse invadindo seu espaço.

Estamos indo direto para o segundo piso, onde funciona todos os prostíbulos da estação e pontos comerciais para refeições. Nada como unir a gastronomia e o prazer do corpo num só lugar. É um negócio vantajoso.
Abrimos caminho para um ponto específico, onde estão as fêmeas de maior valor. É ali que Seth me garantiu que Lya e minha cria estão.

Assim que adentramos o local, uma cena de horror faz meus fluidos se agitarem em minhas veias. As fêmeas do local estão choramingando pelos cantos e a parte de um cadáver está no meio do salão. Uma cabeça, para ser exato. Nisso vejo uma outra fêmea de cabelos castanhos correr de dentro de um recinto com uma criança nos braços.

Vāyu?!

Mas aquela não é minha Lya. Olhando bem naquela direção, vejo que a porta foi arrombada. A mulher corre diretamente para nós, certamente buscando uma rota de fuga. Com certeza fugindo do que está acontecendo naquele recinto.

Pelo deus Naga!

Uma figura conhecida cambaleia para fora, jorrando sangue rubro por seu pequeno corpo…isso não foi o que esperei encontrar.

Que o deus Naga me ajude…

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O REI DE NAGAH: Contos Alienígenas Onde histórias criam vida. Descubra agora