AQUI NÃO É A TERRA

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Sei que estão ansiosos(as) pelo rei Ananta, mas precisava desenvolver essa parte com a Lya e o Vāyu.

Para sossegar seus corações, o cobrão aparece no próximo capítulo.

Beijos! Votem e comentem!
❤️😍🥰😘
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Lya

As coisas não estão saindo como o previsto. Pelas minhas contas, quatro semanas já se passaram e nada de chegar um resgate. Não dá mais para viver assim. A espera está me matando. Ainda bem que não estou sozinha. Vāyu não saiu mais do meu lado e foi quem me ajudou a chegar até um rio de águas cristalinas, num tom azul profundo, acredito que por causa do reflexo da luz, embora a iluminação aqui seja escassa. A luz do sol mal penetra a folhagem das imensas árvores, o que dá um ar sombrio ao lugar.
Estou começando a questionar minha própria sanidade.  Cada vez que exploro um local, descubro coisas estranhas. Aves deveriam ter dois pares de asas?! Só se for uma espécie que ainda não foi descoberta.

Hoje estou decidida a subir para um local mais alto. Preciso verificar onde vim cair. Durante esse tempo, minha comunicação com Vāyu melhorou significativamente. Ele é muito inteligente e tem aprendido rápido a minha língua. Já consegue dizer frases inteiras. Então quando falei que queria ir num lugar alto, ele entendeu e está me guiando através da floresta. Observei que ele conhece as imediações com a palma da mão, o que me leva a crer que faz tempo que vive aqui.

Após uns trinta minutos, mais ou menos, chegamos ao sopé de uma montanha. Há musgos em volta e a subida é íngreme, porém as plantas rasteiras estão mais espaçadas por aqui. Meu companheiro de aventura tomou sua forma de naga, depois de ter se cansado com as pernas. Nessa hora, eu adoraria ser metade cobra também. Demoramos até chegar no topo e é uma pequena área aberta, com uma vista incrível. Estamos num vale.

— É lindo, bebê!  — inesperadamente ele segura minha mão, chamando minha atenção e apontando para cima.

Sigo com o olhar na direção apontada. O sol?! Hum…eu deveria conseguir olhar diretamente para o astro?! E por que parece maior que o normal?! Espera…há duas sombras por trás e a menos que seja uma miragem, são idênticas à lua, só que nesse caso são duas. Isso só faria qualquer sentido se eu não estivesse mais na Terra.  Não, isso é loucura. Sequer passei dias no espaço. Não tem como ter vindo parar num planeta estranho.

É nesse momento que me dou conta de que meu traje espacial e minhas roupas pareciam envelhecidas, o que só seria possível se tivesse passado muito tempo à deriva. Mas, então, por que não sofri ações do tempo?! Meu traje, sim; alguns tipos de frutas, também. A data no módulo houvera dado um salto de trinta anos, porém julguei ter sido quebrado na reentrada na atmosfera. Isso só faria sentido se aquilo que  atravessei fosse um buraco de minhoca, porém qual a probabilidade de eu ter saído com vida?! Milagre?! Talvez!

Não sei se consigo continuar pensando nisso sem enlouquecer. É melhor não ir por essa linha de raciocínio. Minha meta nesse momento é chegar à civilização e pedir ajuda. O problema é que se eu tiver vindo parar num planeta estranho, como serão seus habitantes?! Vāyu é igual a "eles" ?! Ou serão povos diversos?! E o mais importante, são civilizados?!

— Vamos?! — Chamo-o antes de começar a surtar.

O pequeno me olha, então olhou hesitante para a descida que teremos que enfrentar.

— Está cansado?!

— Vāyu cansado! — As palavras em sua boca têm um som estranho, mas ainda assim entendível.

O REI DE NAGAH: Contos Alienígenas Onde histórias criam vida. Descubra agora